Deutsche Welle
Centenas de pessoas
manifestaram-se, este sábado (22.06), em Maputo, exigindo o fim da violência no
país, que já causou a morte de três pessoas. A circulação no centro de
Moçambique foi restabelecida.
Mostrando dísticos
com frases, os manifestantes apelaram ao retorno à normalidade no país. No
protesto participaram, entre outras pessoas, o presidente do Conselho Municipal
de Maputo, David Simango, líderes religiosos e dirigentes da FRELIMO (Frente de
Libertação de Moçambique), o partido no poder, como o seu secretário-geral,
Filipe Paúnde.
Filipe Paúnde disse "não ser admissível que, num país democrático e com 20
anos de paz", se registe o atual clima de violência e que “não se pode
admitir que se tire a vida dos cidadãos”.
A manifestação foi convocada pela própria FRELIMO, na sequência dos ataques, de
sexta-feira (21.06), que causaram a morte de três pessoas, segundo a agência
Lusa. Os ataques ocorreram contra viaturas que circulavam no troço rodoviário
entre o Rio Save e a região de Muxúngué, nos distritos de Chibabava e Machanga,
na província central de Sofala.
RENAMO diz que detenção de dirigente é ilegal
O porta-voz da polícia moçambicana, Pedro Cossa, já veio a público
responsabilizar a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) pelos ataques.
E Jerónimo
Malagueta, chefe do Departamento de Informação do principal partido da
oposição, foi detido.
A polícia relaciona os ataques com a ameaça anunciada por Jerónimo Malagueta,
na quarta-feira (19.06), de impedir a circulação na Estrada Nacional 1 (EN1),
no troço Muxúngué-Save, e na Linha Férrea de Sena.
Entretanto, António Muchanga, dirigente da RENAMO, já acusou a polícia de ter
detido ilegalmente o Jerónimo Malagueta, que continua preso numa esquadra de
Maputo.
Circulação volta à normalidade
A RENAMO justificou a ameaça de impedir a circulação de pessoas e bens no troço
Muxúngué-Save e na Linha Férrea de Sena com a necessidade de alargar o
perímetro de segurança do presidente do partido, Afonso Dhlakama, que se
encontra aquartelado na Gorongosa.
A circulação no centro de Moçambique já foi restabelecida sob fortes medidas de
segurança. As viaturas que seguem para o centro e norte são perfiladas no Rio
Save. As que se dirigem para sul ficam perfiladas em Muxúngué e depois são
escoltadas em coluna, de acordo com a agência Lusa.
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