Ao minuto: já há
alunos a fazer exame de Português – em Público
Nesta segunda-feira
há exame de Português (de manhã) para quem acaba o 12.º ano e de Latim (à
tarde). Mas também é um dia de greve de professores, convocada pelos
sindicatos. É um momento importante para dezenas de milhares de alunos, numa
altura de luta dos docentes. O que irá acontecer?
Os principais acontecimentos do dia vão passar por aqui. Acompanhamos o
primeiro dia de exames do ensino secundário por todo o país, num dia que será
marcado pela greve dos professores.
09:36 Apesar da
adesão de vários professores à greve, os exames vão realizar-se na escola
secundária Ibn Mucana, em Alcabideche, Cascais. As provas serão vigiadas por
professores do básico. Ricardo Garcia
09:35 No agrupamento
de Coimbra Sul, sem secundária, foram convocados cerca de 200 professores para
dois alunos que estão a fazer exame de Português Língua Não Materna.
Compareceram dez professores que asseguraram a realização do exame, informa o
Sindicado dos Professores da Região Centro, afecto à Fenprof.
09:34 Na secundária
Dona Luísa de Gusmão, em Lisboa, estão reservadas oito salas para o exame
nacional de Português e duas para o exame de Português Língua Não Materna.
Segundo apurou o PÚBLICO estão garantidos os professores necessários para a
vigilância das duas provas.
09:30 Às 9h00, os
professores em greve alertaram os alunos: “Ei, meninos! Para dentro, atenção às
horas!”. Garantem que eles compreendem as razões da greve.
Anabela Sotaia, da Fenprof, recebeu uma SMS que indica que no agrupamento de
Seia não houve exames — os alunos foram mandados para casa. Na Quinta das
Flores, em Coimbra, vão abrir três salas em 14. O primeiro aluno com nome
iniciado por letra “C” já não entrou. Já no agrupamento de escolas de Penacova
não há uma única sala a fazer exames, relata a dirigente sindical. Na
secundária Brotero, com cinco salas, nenhuma está a funcionar.
Pedro Dias preferia despachar já o exame, mas não está zangado com os
professores. Francisco Soares não está aborrecido, embora admita que a greve
afecta um bocadinho porque se acaba os exames mais tarde. Mas nem chega a ser
uma chatice, diz. Quem sabe hoje também sabe para a semana, explica.
“Vou telefonar à minha mãe a dizer que passei, que me deram equivalência como
ao Relvas!”, grita Joni Henriques, que não faz exame nesta segunda-feira. Os
colegas riem e ele também: “A grande chatice é que gastei gasóleo a vir para
aqui e isto não está para festas!”, diz o rapaz, de 22 anos. Graça Barbosa
Ribeiro
09:27 Na Escola
Básica do Cerco, no Porto, são necessários dez professores para vigiar as
provas e foram convocados cerca de 300. À porta da escola, à RTP, um docente em
greve diz que a paralisação é feita “em defesa da escola pública e dos alunos”
e não para os prejudicar, mas admitiu que perante o número de docentes
convocados que o mais natural é que as provas se consigam concretizar. Já Cátia
Brito, aluna da mesma escola, conta que a incerteza tornou a “preparação mais
complicada” e que apesar de compreenderem “o lado dos professores” a greve
gerou “mais nervosismo”.
Em Castelo Branco, na Escola Nuno Álvares, são necessárias 11 salas para a
realização dos exames mas à RTP o aluno Luís Vila, dos poucos à porta do
estabelecimento de ensino, diz acreditar que não haverá problemas. “Esta escola
e os professores não costumam aderir muito às greves”, explica, adiantando que
em termos de lançamento de notas sentiram os efeitos, já que farão as provas
sem saber os resultados finais do ano lectivo.
Em Évora, na escola Gabriel Pereira, a maior da cidade, há 213 alunos inscritos
para o exame de Português e são necessários 12 professores para vigiar as
provas. Joana, aluna deste estabelecimento, adianta à RTP que ainda não se sabe
nada mas que “preferia que o exame fosse hoje para depois não ficar em cima de
outros”.
Na secundária D. Dinis, em Lisboa, os alunos já começaram a ser chamados e a
entrar para as salas de exame.
09:25 Naquela que é
uma das principais escolas secundárias do município de Aveiro, a Jose Estêvão,
estão reunidas as condições para todos os alunos fazerem o exame de Português.
A garantia foi dada por Fernando Santos, director do agrupamento. Ainda que a
adesão à greve tenha sido "bastante significativa", segundo
reconheceu o director, a escola conta com o número de professores suficiente
para assegurar a vigilância no total das 12 salas. Entre os 250 professores
convocados para os exames, cerca de 200 aderiram a greve. Maria José
Santana
09:24 Ana Miraldo,
de 47 anos, professora de Português em Coimbra, diz-se desconcertada com a
flexibilização das regras, que costumam ser tão rigorosas, tão exigentes. O
director pode fazer sozinho quase tudo, quando nesta segunda-feira seriam
precisos 13 professores, só no secretariado. Dá ideia de que vale quase tudo,
lamenta. Graça Barbosa Ribeiro
09:23 Cerca de 400
alunos dos 500 inscritos na secundária Camões, em Lisboa, não vão fazer exame
de Português devido à greve dos professores, revela o director João Jaime. Das
28 salas programadas para a realização da prova só cinco têm professores para a
assegurar. Dos 130 docentes convocados só marcaram presença 14. Clara
Viana
09:20 O secretário
de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, em declarações à RTP,
disse acreditar que os docentes vão sentir um “chamamento ao profissionalismo”
e que, por isso, todos os alunos vão conseguir fazer as provas marcadas para
esta segunda-feira. João Grancho definiu a avaliação dos alunos como um
“direito fundamental” e que a vigilância dos exames será uma função prioritária
em todas as escolas. Questionado sobre se não é ilegal, como alegam os
sindicatos, convocar todos os professores, incluindo directores, para a
vigilância das provas, o governante justificou que “não é uma prática nova” e
assegurou que “qualquer professor está habilitado” para isso, sendo já hábito
em alguns agrupamentos. “O essencial neste momento são os nossos alunos e as
suas expectativas em relação ao futuro”, afirmou, defendendo que caso todos os
estudantes consigam fazer os exames isso não representa uma derrota dos
sindicatos ou uma vitória do Ministério da Educação. “Importa sobretudo que
ganhe a educação e que ganhem os alunos”, reiterou. Quanto a uma situação
relatada pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, de uma escola em que
todos os alunos fariam o exame no ginásio, João Grancho negou essa hipótese,
dizendo que será respeitado o limite de 15 alunos por sala e que “as regras dos
exames não permitem que isso aconteça”.
09:18 A coordenadora
distrital de Beja do Sindicato Nacional dos Professores da Zona Sul (SNPZS),
Maria da Fé Carvalho, admitia às 8h30 que “algumas escolas da região não vão
aderir à greve”. Será o caso da secundária Diogo de Gouveia, naquela cidade
alentejana, em que a afluência de professores foi elevada e se admite como
“provável” a realização de exames. Muitos recusaram receber as tarjetas e
autocolantes distribuídos pelo sindicato, o que “faz admitir que exista a
possibilidade da realização de exames”, adiantou o professor David Argel.
Os alunos expressavam as mais diversas opiniões, com alguns na expectativa do
adiamento que lhes dê mais algum tempo de estudo, ou aqueles que assumiam estar
“tensos” por dois motivos: a greve e o exame. A coordenadora distrital do SNPZS
referiu que foram convocados os professores dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos e ainda
os de educação especial.
Na escola secundária D. Manuel I, também em Beja, o movimento de professores
não grevistas revelou-se mais reduzido, mas os docentes que faziam parte do
piquete de greve não conseguiam antecipar se vai ou não haver exames. Carlos
Dias
09:17 Na secundária
José Gomes Ferreira, em Lisboa, o director Manuel Esperança garantiu à TVI que
a prova de Português se vai realizar com normalidade. Foram convocados os 120
professores da escola mais os restantes docentes de todo o agrupamento, num
total de 210 profissionais para vigiar os 294 alunos inscritos. À tarde, não
haverá exame de Latim pois não há nenhum estudante inscrito.
09:06 A pouco mais
de meia hora do arranque dos exames nacionais Jorge Ascensão, da Confederação
Nacional das Associações de Pais (Confap), à RTP, disse esperar que as provas
se realizem “de acordo com o que estava calendarizado”. Para o representante
dos pais, esta é a “opção ideal e desejável, porque é o que está planeado há
muito tempo”. Questionado sobre as consequências caso alguns alunos não
consigam fazer os exames nesta segunda-feira, Jorge Ascensão preferiu não
antecipar cenários, mas garantiu que no final do dia vão “ver se não há
prejuízo para alguns jovens” e que então avaliarão a situação.
09:04 Na Escola
Secundária de Viriato, em Viseu, tanto os professores como os alunos ainda
estão na expectativa relativamente à realização do exame de Português. À
entrada, elementos do Sindicato dos Professores da Região Centro entregam
panfletos e, segundo o dirigente Francisco Almeida, há "bons sinais"
de que alguns dos professores adiram à greve. "Dizem-nos que estão na
escola para tomar café."
Bruna Queiroz e Diana Alves chegaram à escola uma hora antes da marcada para o
início da prova. "Estou convencida de que tudo vai decorrer normalmente.
Preferia fazer já o exame, ficava despachada", diz Diana Alves. Também
Guilherme Carvalho quer deixar já o exame de Português feito. Admite que a
"confusão" afecta o normal funcionamento desta fase escolar, mas diz
que se preparou “da mesma forma". Antes da abertura dos portões das
escolas da cidade de Viseu, a polícia fez uma ronda, mas sem detectar qualquer
problema, relata a jornalista Sandra Rodrigues, no local.
09:01 O aumento do
número de alunos por turma, a criação de mega-agrupamentos escolares, as
sucessivas alterações curriculares e a extinção de disciplinas fundamentais são
algumas das razões que levam o professor Rogério Mota, da Escola Secundária D.
Dinis, em Lisboa, a aderir à greve convocada pelos sindicatos para o dia de
arranque dos exames nacionais. Segundo explicou à RTP, a greve tem como
principal objectivo garantir que o trabalho dos professores possa ser “eficaz”
e de “qualidade”, num país onde diz que “o abandono escolar ainda é excessivo”.
Assim, Rogério Mota rejeita que os docentes estejam a prejudicar os alunos,
contrapondo que estão sim a defendê-los e a lutar por um ensino de qualidade.
09:00 Na secundária
João de Deus, em Faro, dos 28 professores necessários para a relaização do
exame de Português entraram apenas três na escola. Os alunos continuam à porta
do antigo liceu algarvio a aguardar que a direcção os informe se farão o exame
nacional. Entre eles, as opiniões dividem-se entre os que querem realizar a
prova esta segunda-feira e os que preferiam adiar, conta o correspondente
Idálio Revez.
08:57 Na secundária
Quinta das Flores, em Coimbra, João Moita, aluno de Humanidades, que tem
Português como específica, diz-se mais nervoso por não saber se tem exame do
que com o exame. Gostava de fazer esta segunda-feira, dava-lhe mais tempo para
estudar para o de História, diz. E Rute Ribeiro, de Artes, que conta ir a exame
com 16 valores (de 0 a 20), nem quer acreditar que uns podem vir a fazer e outros
não. “Quem me dera chamar-me Zélia!”, exclama. Diz que isto “é injusto para
quem fizer hoje, porque teve menos tempo para estudar”. Graça Barbosa Ribeiro
08:53 Na escola
secundária de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo, apenas dois professores
não farão greve. Como um é de Português não poderá vigiar a prova, o que
significa que neste estabelecimento de ensino já é certo que não se farão
exames. Ao todo foram convocados 175 professores do agrupamento, que estavam
concentrados à porta da escola pelas 8h00. A escola tem um total de 900 alunos,
contanto com os dos cursos profissionais, conta a jornalista Andrea Cruz.
08:50 Na secundária
José Estevão, em Aveiro, dezenas de professores fizeram um cordão humano em
torno da escola. Vestidos de preto, na sua grande maioria, dizem que estão a
lutar pela escola pública e o ensino de qualidade. Um protesto que merece a
compreensão dos alunos, mesmo daqueles que poderão ser privados de fazer o
exame de Português. "Eu compreendo a luta deles. Se não fizer o exame
hoje, não é grave", testemunhou ao PÚBLICO Mariana Costa, uma das alunas
do 12.º ano. Texto de Maria José Santana e foto de Adriano Miranda.
08:46 Na secundária
Ibn Mucana, em Alcabideche, Cascais, os alunos que vão a exame entraram na
escola às 8h30, mas não se sabe ainda se há professores suficientes para os
exames. À porta da escola, alguns docentes têm autocolantes nas costas a dizer:
"Estou em greve". Rosa Sousa, professora de Português reconhece que
pode ser uma greve impopular, mas diz que a paralisação é para o bem dos
próprios alunos e alunos. "A greve é para eles também", afirma ao
jornalista Ricardo
Garcia.
08:43 O ex-ministro
da Educação, Júlio Pedrosa, em declarações à Rádio Renascença, lamentou a falta
de acordo entre sindicatos e tutela, afirmando que “uma greve é sempre uma
violência para quem está envolvido, para os jovens, os docentes e toda a
população que vive este período com ansiedade e que investe muito nele”. O
antigo titular da pasta da Educação do Governo de António Guterres defendeu,
contudo, que é necessário questionar as razões que nos levaram a “chegar a
situações destas”. “É bom que este tempo nos ajude a reforçar a democracia em
vez de a fragilizar, porque a reacção que está a existir em relação à decisão
dos tribunais não reforça a saúde do nosso sistema democrático”, justificou.
08:42 À porta da
secundária Quinta das Flores, em Coimbra, cerca de 20 professores conversam. Ao
peito têm um autocolante que diz “Estou de greve”. Um aluno aproxima-se de um
deles e pergunta: “Fazemos exame, stôr?”. O professor responde: “Chamas-te
Bruno, não é? Se houver muitas Anas e Artures, tens menos possibilidades de
fazer. Não te sei dizer.” Na escola já entraram pelos menos cinco professores
que recusaram o autocolante. Pelas novas regras, quatro professores chegam para
abrir duas salas de exame, explica a jornalista Graça Barbosa Ribeiro.
08:37A Federação
Nacional da Educação (FNE) espera que "os professores façam uma grande
greve", diz a sindicalista Lucinda Dâmaso, ouvida pela TVI, acrescentando
que o Ministério da Educação tinha margem para adiar a realização dos exames
desta segunda-feira. "Não se pense que é de ânimo leve" que os
docentes vão paralisar, acrescenta.
08:31 É aluno e já
está à porta da escola para realizar o exame? É professor, vai ou não fazer greve?
Como está o ambiente na sua escola? Que iniciativas vão os professores fazer
neste dia? Partilhe as suas histórias com o PÚBLICO e escreva-nos para
leitores@publico.pt
08:12Um aluno
chamado Pedro tem menos probabilidades de fazer o exame nacional de Português,
hoje, do que um que se chame António, escreveGraça Barbosa Ribeiro,
no PÚBLICO desta segunda-feira. Saiba
porquê (link para assinantes).
08:09 Revisão da
matéria dada: as principais notícias, a opinião, a análise, as dicas para
estudantes e pais, sobre esta época de exames estão reunidas numa página
especial criada pelo PÚBLICO e disponível
aqui. Pode-se aceder à mesma página através da tag Exames.
08:05 O início do
exame está marcado para as 9h30, hora de Portugal continental. Antes disso, a
PSP distribui, os envelopes que contêm os enunciados da prova, tarefa que
estará a ser cumprida a esta hora. Por volta das 9h, as escolas estarão a fazer
as contas sobre se têm docentes suficientes para garantir a vigilância aos
75.000 alunos sujeitos a exame. Que impacto terá a paralisação dos professores?
A jornalista Clara Viana,
uma das que vão estar nesta segunda-feira no terreno a acompanhar este dia, traçou
alguns cenários.
07:56 O que ficará
para a história deste dia? Para já, as razões de uma greve que junta
as duas grandes federações do sector, a Federação Nacional da Educação (FNE),
ligada à central UGT, e a Fenprof, afecta à UGT. Ambas contestam o regime de
mobilidade especial, por temerem despedimentos de professores, bem como o
aumento do horário de trabalho, das 35 horas para as 40 horas semanais, em linha
com o que o Governo pretende para toda a função pública.
ACOMPANHE A
ATUALIZAÇÃO EM PÚBLICO E AQUI NO PÁGINA GLOBAL
Foto: Na secundária
Camões, em Lisboa - DANIEL ROCHA
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