Notícias ao Minuto
O presidente da
Confederação das Associações de Pais (Confap) afirmou hoje duvidar que a recusa
do ministro da Educação em adiar os exames marcados para dia 17 "venha
resolver tudo", considerando que seria a data ideal, caso houvesse
"garantias".
"Há aqui uma
situação de desigualdade entre os jovens que não é justa. Esta medida, nesta
fase de impasse, duvido que venha resolver tudo", afirmou hoje Jorge
Ascensão, em declarações à Lusa, a propósito da recusa de Nuno Crato em adiar
os exames marcados para dia 17 de junho, numa altura em que decorre uma greve
de professores.
Para o presidente
da Confap, trata-se de uma "situação inquinada, porque alguns vão fazer o
exame no dia 17 e outros não".
Na terça-feira, o
ministro da Educação e Ciência anunciou o recurso da decisão do colégio
arbitral de não decretar serviços mínimos na greve dos professores a 17 de
junho, recusando adiar os exames marcados para esse dia.
"Mesmo após a
decisão do Ministério da Educação, que idealmente seria o mais desejável (todos
fazerem no dia 17), o que é certo é que ficamos dependentes do sentido de dever
do docente, uns vão comparecer nos exames e outros não. Temos jovens que vão
fazer exames, temos outros que não vão fazer e impreterivelmente para alguns a
data terá que ser mudada", disse Jorge Ascensão.
Nesse sentido, a
Confap desejaria que "a data pudesse manter-se no dia 17, com
garantias". "Mas não há garantias, e isso deixa-nos de alguma forma
perplexos", afirmou.
Jorge Ascensão
acrescentou ainda que "não se entende que este braço de ferro se mantenha
e que não se tenha encontrado uma solução equitativa para todos".
"Há aqui um
impasse que não se percebe. O ministro diz ontem [terça-feira] que as
exigências iniciais tinham sido satisfeitas, o sindicato diz que não acredita,
há aqui uma questão de compromisso e de confiança que não existe. Quem acaba
por pagar toda esta fatura são os jovens, no imediato, e havemos de ser nós
pais, que continuaremos na situação em que estamos durante muitos anos",
referiu.
O colégio arbitral
nomeado para decidir sobre a determinação de serviços mínimos na greve dos
professores do dia 17 de Junho decidiu na terça-feira que não há lugar à sua
decretação, avançou a Federação Nacional de Educação (FNE).
Formado por três
pessoas, o colégio arbitral considerou que a greve de professores marcada para
o dia 17, pese embora coincidente com o 1º dia de exames finais nacionais do
ensino secundário, "não afeta de modo grave e irremediável o direito ao
ensino na sua vertente de realização dos exames finais nacionais, não se
estando por isso perante a violação de uma necessidade social
impreterível".
Os professores
estão em greve ao serviço de avaliações desde 07 de junho e até dia 21 e param
por completo a 17 de junho, que coincide com o primeiro dia de exames nacionais
do ensino secundário.
Em causa está o
objetivo do Governo de alterar as regras laborais na função pública,
nomeadamente com a criação de um sistema de mobilidade especial e alargando o
horário de trabalho.
Leia mais em Notícias
ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário