sexta-feira, 14 de junho de 2013

Portugal - Teodora Cardoso. “JÁ NÃO HÁ MARGEM” PARA AUMENTAR IMPOSTOS



Jornal i - Lusa

Para a economista a solução tem que vir do lado da despesa

A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso, afirmou hoje, no parlamento, que “já não há margem” para aumentar a carga fiscal, defendendo que é preciso olhar para a despesa “mas em termos de ganhos de eficiência”.

Em respostas às questões dos deputados, Teodora Cardoso, que está hoje a ser ouvida na comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, disse que “não há margem para discutir” se a reforma do Estado é precisa ou não, acrescentando que “há muitas margens para discutir como fazer isso”.

“A situação da Segurança Social é muito agravada pela situação conjuntural e deve ser permitido que os estabilizadores automáticos atuem. No caso de uma economia em crise, se até esses forem cortados, as coisas obviamente agravam-se. Mas temos um problema de médio prazo e temos perceber como é que avançamos aqui”, afirmou.

Para a economista, a solução não pode vir do aumento de impostos, mas antes do lado da despesa, que deve ser alocada de forma a garantir ganhos de eficiência em setores como a saúde e a educação.

“Em termos de aumentos de carga fiscal, já não temos margem. Penso que estamos cientes disso. Temos de olhar para as despesas mas em termos de ganhos de eficiência e aí é que penso que ainda não chegamos”, defendeu.

A economista disse que na saúde e na educação “há claramente margem para ganhos de eficiência” e que, no caso das pensões, é preciso uma análise cuidada e mais transparência.

“Se há casos em que a transparência é um problema é esse [o das pensões]. A Segurança Social agora tem um défice e não se pode esquecer que durante muitos anos teve excedentes que foram usados para financiar défices do Estado. Aos contribuintes não foi dito que estavam a pagar um imposto que podia ser usado para qualquer coisa, foi-lhes dito que contribuíam para assegurar a sua pensão, que até era elevada e que não exigia que fizessem poupanças adicionais”, recomendou Teodora Cardoso.

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