domingo, 9 de junho de 2013

São Tomé: Forte suspeita de lavagem de dinheiro recai sobre o ex-PM Patrice Trovoada

 

Abel Veiga - Téla Nón
 
O ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada, poderá ser alvo de um processo crime por alegada lavagem de dinheiro na ordem de 624 mil e 600 euros. Face a persistente denúncia por parte do actual governo de que a lavagem de dinheiro cresceu no pais, o Téla Nón investigou e encontrou indícios que alegadamente envolvem o ex-Primeiro Ministro.
 
Num recibo emitido no dia 28 de Março de 2012, e assinado pelo ex-chefe do Governo, de acordo ao que se pode ver no documento, 624 mil e 600 euros em espécie foram entregues em São Tomé, ao senhor Henry Claude Oyma do BGFI Bank de Libreville – Gabão.
 
A pessoa em causa também assina o recibo confirmando a recepção do montante em cash. Levou o dinheiro para o Gabão, para ser depositado na conta número 81011146011-03, devidamente especificada no recibo.
 
A fonte que mostrou ao Téla Nón o recibo, chamou a atenção pelo facto do documento ter a insígnia do gabinete do Primeiro Ministro, e também para o facto da assinatura do então chefe do Governo em 28 de Março de 2012, estar sobre o selo branco utilizado no Palácio do Governo.
 
O texto do recibo escrito em francês diz o seguinte: «Entrega em espécie de 400 mil euros, e trezentos mil dólares americanos, ou seja, duzentos e vinte e quatro mil e seiscentos euros, equivalentes ao cambio do dia, totalizando assim – Seiscentos e vinte e quatro mil e seiscentos euros».
 
Desde Fevereiro de 2013, quando o actual Primeiro Ministro Gabriel Costa começou a denunciar de forma persistente que a lavagem de dinheiro, aumentou no país, que o Téla Nón tem procurado dados e informações que pudessem sustentar tais denúncias. Só em Abril último, o Jornal encontrou algumas pistas, que conduziram o Téla Nón para a fonte, que mostrou o recibo timbrado pelo Gabinete do XIV Governo Constitucional, como um dos exemplos do fenómeno crescente.
 
Segundo a fonte do Téla Nón, é duvidosa a origem dos 624 mil e 600 euros em dinheiro vivo, que foram entregues ao senhor Henry Claude Oyma para ir depositar na conta do BGFI em Libreville-Gabão. A fonte desconfia que a lei do sistema financeiro nacional foi violada. «Não é possível viajar com tanto dinheiro assim. Não é legal», referiu a fonte.
 
A fonte que concedeu ao Téla Nón, um exemplar do recibo, considerou que estamos perante uma situação de lavagem de dinheiro.
 
A fonte que sempre pediu anonimato, garantiu que as autoridades judiciais competentes deverão estar a par do caso. O recibo de transacção de 624 mil e 600 euros em cash estará já sob a alçada da justiça, e ao que tudo indica aguarda pelo regresso um dia, do ex-Primeiro Ministro que se ausentou do país desde Dezembro de 2012, para que a investigação alegadamente em curso atinja o seu climax.
 
Segundo a fonte do Téla Nón, o recibo que mostra lavagem de dinheiro, é apenas uma pequena parte do dossier, sobre transacções e negócios obscuros realizados nos últimos dois anos, que poderão vir a praça pública. «Boa parte deste dossier já estará nas mãos da justiça», concluiu a fonte.
 
O LEITOR DEVE CONSULTAR O RECIBO QUE INDICIA LAVAGEM DE DINHEIRO CLIQUE – RECIBO DA TRANSACÇÃO
 

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