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O ex-tesoureiro do
PP espanhol afirmou que, em 2010, entregou 25.000 euros da chamada
contabilidade paralela do partido a Mariano Rajoy e outros 25.000 euros à secretária-geral.
As fontes, citadas
pela agência EFE, indicaram que Luis Bárcenas disse perante um juiz ter feito
as entregas pessoalmente, em março de 2010, em notas de 500 euros metidas em
envelopes castanhos, e, no caso da secretária-geral, María Dolores de Cospedal,
que a entrega foi feita no gabinete dela na sede do partido.
Mariano Rajoy,
primeiro-ministro de Espanha desde 2011 e líder do PP desde 2004, foi envolvido
por Luis Bárcenas num escândalo de pagamentos irregulares a dirigentes do
partido e de donativos ilegais de empresários em troca de contratos de
adjudicação. Rajoy nega as alegações.
Durante as quase
cinco horas em que esteve a ser ouvido pelo juiz Pablo Ruz, da Audiência
Nacional, Bárcenas afirmou que durante os quase vinte anos em que foi
tesoureiro do partido geriu uma contabilidade paralela, que herdou em 1991 do
antecessor no cargo, Rosendo Naseiro.
Nessa altura,
afirmou, Rosendo informou-o de que havia donativos pagos em dinheiro e foi ele,
Bárcenas, quem decidiu fazer uma lista manuscrita desses pagamentos, lista que
hoje entregou ao juiz.
Esses pagamentos
não eram incluídos na contabilidade oficial, disse, porque ultrapassavam o
limite legal ou porque eram feitos por empresas contratadas pelo Estado que,
como tal, estavam legalmente impedidas de fazer donativos ao partido.
Sobre os alegados
pagamentos a altos quadros do partido, também provenientes da contabilidade
paralela, Bárcenas confirmou todos os que estão discriminados nos manuscritos e
afirmou que as instruções sobre quem devia ser pago vinham da direção do PP.
O pagamento destes
«complementos de salário» era «sistemático», segundo o ex-tesoureiro, e era
mensal nos casos do presidente do partido, dos secretários-gerais e dos
subsecretários, embora ele, pessoalmente, tenha dito nunca ter pago a José
María Aznar, presidente do PP entre 1990 e 2004 e primeiro-ministro de Espanha
entre 1996 e 2004.
Questionado por que
razão não admitiu antes ser o autor dos manuscritos publicados na imprensa,
Bárcenas disse que tal se deveu a «pressões» do Partido Popular.
Segundo outras
fontes judiciais citadas pela agência, Bárcenas disse num outro momento ao juiz
que a «número dois» do PP, María Dolores de Cospedal, lhe ofereceu 500.000
euros em troca do seu silêncio.
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