segunda-feira, 15 de julho de 2013

Espanha: EX-TESOUREIRO DO PP AFIRMA QUE ENTREGOU 25 MIL EUROS A RAJOY



TSF

O ex-tesoureiro do PP espanhol afirmou que, em 2010, entregou 25.000 euros da chamada contabilidade paralela do partido a Mariano Rajoy e outros 25.000 euros à secretária-geral.

As fontes, citadas pela agência EFE, indicaram que Luis Bárcenas disse perante um juiz ter feito as entregas pessoalmente, em março de 2010, em notas de 500 euros metidas em envelopes castanhos, e, no caso da secretária-geral, María Dolores de Cospedal, que a entrega foi feita no gabinete dela na sede do partido.

Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha desde 2011 e líder do PP desde 2004, foi envolvido por Luis Bárcenas num escândalo de pagamentos irregulares a dirigentes do partido e de donativos ilegais de empresários em troca de contratos de adjudicação. Rajoy nega as alegações.

Durante as quase cinco horas em que esteve a ser ouvido pelo juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional, Bárcenas afirmou que durante os quase vinte anos em que foi tesoureiro do partido geriu uma contabilidade paralela, que herdou em 1991 do antecessor no cargo, Rosendo Naseiro.

Nessa altura, afirmou, Rosendo informou-o de que havia donativos pagos em dinheiro e foi ele, Bárcenas, quem decidiu fazer uma lista manuscrita desses pagamentos, lista que hoje entregou ao juiz.

Esses pagamentos não eram incluídos na contabilidade oficial, disse, porque ultrapassavam o limite legal ou porque eram feitos por empresas contratadas pelo Estado que, como tal, estavam legalmente impedidas de fazer donativos ao partido.

Sobre os alegados pagamentos a altos quadros do partido, também provenientes da contabilidade paralela, Bárcenas confirmou todos os que estão discriminados nos manuscritos e afirmou que as instruções sobre quem devia ser pago vinham da direção do PP.

O pagamento destes «complementos de salário» era «sistemático», segundo o ex-tesoureiro, e era mensal nos casos do presidente do partido, dos secretários-gerais e dos subsecretários, embora ele, pessoalmente, tenha dito nunca ter pago a José María Aznar, presidente do PP entre 1990 e 2004 e primeiro-ministro de Espanha entre 1996 e 2004.

Questionado por que razão não admitiu antes ser o autor dos manuscritos publicados na imprensa, Bárcenas disse que tal se deveu a «pressões» do Partido Popular.

Segundo outras fontes judiciais citadas pela agência, Bárcenas disse num outro momento ao juiz que a «número dois» do PP, María Dolores de Cospedal, lhe ofereceu 500.000 euros em troca do seu silêncio.

Leia mais em TSF

Sem comentários:

Mais lidas da semana