Os dirigentes da
União Europeia e do mundo mostraram-se muito surpreendidos e indignados com as
divulgações de Edward Snowden acerca da espionagem norte-americana por todo o
mundo num programa que dá pelo nome de PRISM. Afinal todos sabiam que isso
mesmo estava a acontecer. Há muito que as denuncias sobre aquelas práticas de
espionagem norte-americana vêm sendo denunciadas. Com esta ou outra denominação
mas as denúncias têm sido um facto. Não tanto em pormenor e documentadas como
por Snowden mas nada justifica os dirigentes da UE fazerem-se de ignorantes,
de surpreendidos e indignados. Está mais que provado que as políticas
norte-americanas rumam desde há muito para a paranóia do desconfiar de tudo e
de todos, incluindo dos “países amigos”, da UE.
O talibanismo de dominar tudo e todos dos dirigentes
norte-americanos apossou-se também de Barack Obama, o imerecido Nobel da Paz –
como Kissinger e outros. Obama, como quase todos os políticos a nível mundial,
não vai além de um grande mentiroso. Um ator que tudo fez e faz para se manter
no poder a servir as corporações que exploram e ditam as políticas e ações que
melhor lhes permita dominar os povos e o mundo. Quase todo o mundo está perante o
poderio do inimigo norte-americano. Até ao dia em que aquele império caia, como
todos os outros a que a história faz referência. (Redação PG)
EUA/Escutas:
Presidente francês exige posição comum da UE
O Presidente
francês, François Hollande, declarou hoje ser necessária "uma posição
coordenada, comum" da União Europeia em relação às suspeitas de espionagem
dos Estados Unidos.
"É preciso que
a Europa tenha uma posição coordenada, comum, em relação às exigências a
apresentar e às explicações a pedir", declarou Hollande, ao lado da
homóloga lituana, Dalia Grybauskaite.
O chefe de Estado
francês foi o primeiro líder a falar, na segunda-feira, sobre as suspeitas de
espionagem norte-americana, ao declarar que "a França não pode aceitar
este tipo de comportamento", que deve terminar "imediatamente".
Na Alemanha, um
porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, considerou que os
Estados Unidos devem "restabelecer a confiança" na relação com os
aliados europeus.
A Bélgica, Grécia e
Áustria exigiram explicações a Washington. Itália declarou "estar
confiante".
Sobre os pedidos de
asilo político que o ex-consultor dos serviços secretos norte-americanos (CIA)
Edward Snowden, na origem da divulgação destas alegadas operações de
espionagem, dirigiu a duas dezenas de países, incluindo a França - de acordo
com o 'site' WikiLeaks -, François Hollande afirmou que Paris "não tinha
ainda recebido qualquer pedido de Snowden".
"Sei apenas
pela imprensa que dirigiu esse pedido a 25 países, mas, até agora, nada
oficialmente do lado de Snowden [chegou] a França", sublinhou.
"Portanto, não tenho mais comentários a fazer", acrescentou.
De acordo com o
WikiLeaks, Edward Snowden apresentou pedidos de asilo em 21 países, incluindo a
Rússia, Islândia, Equador, Cuba, Venezuela, Brasil, Índia, China, Alemanha e
França.
O porta-voz do
Kremlin precisou que Snowden tinha renunciado a pedir asilo político à Rússia,
"ao tomar conhecimento ontem (segunda-feira) da posição de [o Presidente
russo Vladimir] Putin sobre as condições necessárias para ficar" no país.
O Presidente da
Rússia prometeu asilo político a Snowden, mas impôs uma condição: “ele deve pôr
fim à atividade que visa prejudicar os nossos parceiros norte-americanos, por
muito estranho que isso possa parecer da minha boca".
O porta-voz do
Kremlin excluiu a possibilidade de extradição de Snowden para os Estados
Unidos, por neste país existir pena de morte.
"A entrega de
Snowden para um país como os Estados Unidos, onde se emprega a pena de morte, é
impossível", frisou Peskov.
"A Rússia
nunca extraditou ninguém, nem extradita e nem irá extraditar. Tiveram lugar
trocas, mas não extradições", precisou.
Edward Snowden
encontra-se na zona de trânsito do aeroporto Sheremetievo, de Moscovo, desde o
passado dia 23 de junho, esperando que algum país o receba.
EJ (JM) // MLL
EUA/Escutas:
Barroso espera “clareza” de Washington sobre notícias perturbadoras
O presidente da
Comissão Europeia disse hoje, em Estrasburgo, esperar “clareza e transparência”
dos “parceiros norte-americanos” relativamente às notícias sobre alegada espionagem
às instituições da União Europeia, que classificou como muito “perturbadoras”.
José Manuel Durão
Barroso, que participa num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo,
França, sobre os resultados do Conselho Europeu da semana passada, iniciou a
sua intervenção apontando que, antes de falar da matéria em agenda, queria
“abordar imediatamente” as “notícias dos últimos dias sobre atividades
norte-americanas na UE e em Estados-membros”, face à sua “importância
política”.
“Se estas notícias
se revelarem verdadeiras, seria muito perturbador e levantaria preocupações
graves e muito importantes”, disse, acrescentando que foi, por isso mesmo, que
Bruxelas pediu a Washington uma “imediata clarificação do assunto”.
Durão Barroso
indicou que Bruxelas tem estado em contacto com os autoridades norte-americanas
em busca de esclarecimentos, designadamente através do Serviço Europeu de Ação
Externa, o corpo diplomático da UE, tendo a Alta Representante para os Negócios
Estrangeiros, Catherine Ashton, discutido já o assunto com o secretário de
Estado norte-americano, John Kerry.
“A Comissão espera
clareza e transparência dos parceiros e aliados, e é isso que esperamos dos
nossos parceiros norte-americanos”, concluiu Durão Barroso.
A alegada
espionagem dos EUA à UE acabou por se introduzir no debate, com o líder
parlamentar dos Liberais, a terceira maior família política da assembleia, a
defender, na sua intervenção, que a Europa deve ter uma resposta “firme”, e a
mesma deve partir do Parlamento, pois as declarações, até ao momento, da
Comissão e do presidente do Conselho foram “fracas”.
“Só têm dito que
estamos preocupados. Nós não estamos preocupados; nós estamos zangados,
indignados”, exclamou Guy Verhofstdadt.
No início da sessão
plenária que decorre em Estrasburgo desde segunda-feira, o presidente do
Parlamento Europeu, que já reagira no fim-de-semana às notícias de escutas,
reafirmou o seu “choque” caso a veracidade das revelações se confirmem e para
as graves consequências que podem ter nas relações entre Estados Unidos e União
Europeia.
O assunto deverá
ser debatido na quarta-feira à tarde, pois já estava agendado um debate sobre
as implicações do programa de vigilância norte-americano “PRISM” para a
privacidade dos cidadãos europeus, que agora será certamente dominado pelas
revelações de alegada espionagem à UE.
ACC // JPF
EUA/escutas:
Snowden não pediu asilo político à Venezuela – Maduro
O Presidente da
Venezuela, Nicolas Maduro, declarou hoje que não tenciona levar consigo o
ex-colaborador da CIA Edward Snowden e que este não pediu asilo político nesse
país.
"Por enquanto,
ele não pediu asilo político na Venezuela", disse Maduro aos jornalistas.
O dirigente
venezuelano encontra-se em Moscovo para participar numa cimeira de presidentes
do Fórum de Países Exportadores de Gás Natural.
Quando lhe
perguntaram se tenciona levar consigo Snowden para a Venezuela, Maduro
respondeu com um sorriso: "Levaremos numerosos acordos respeitantes a
investimentos no campo do gás".
Porém, frisou que o
ex-agente deve ser defendido pelo direito internacional e humanitário.
"Ele não matou
ninguém, não colocou bombas. O que ele fez: disse uma grande verdade para
impedir a guerra. Snowden merece a defesa do direito internacional e
humanitário", concluiu.
Países como a
Finlândia e a Polónia já vieram dizer que não irão conceder asilo político a
Snowden, mas por razões diferentes. Varsóvia diz que recebeu o pedido de asilo,
mas já informou que a resposta vai ser negativa.
"Recebi uma
carta que não corresponde aos critérios formais de um pedido de refúgio, mas
mesmo que correspondesse, eu daria uma opinião negativa", escreveu no
Twitter Radoslav Sikorsky, ministro polaco dos negócios estrangeiros.
Helsínquia anunciou
que o ex-agente da CIA não pode pedir asilo político na Finlândia, pois não se
encontra no seu território.
Também a Noruega
anunciou que recusará um pedido de asilo de Snowden, por este ter sido
apresentado num outro país.
“De acordo com as
leis norueguesas não se pode pedir asilo a partir do estrangeiro. O
procedimento normal estabelece que o pedido de asilo para Edward Snowden será
recusado porque estava na Rússia quando enviou o pedido”, afirmou o secretário
de Estado da Justiça, Pal Lonseth.
Por seu turno, o
Presidente do Equador, Rafael Correa, declarou, numa entrevista publicada hoje
no jornal britânico The Guardina, que o seu país não está a considerar o pedido
de asilo de Snowden e que nunca foi sua intenção facilitar a sua saída de Hong
Kong.
A declaração de
Rafael Correa coincide com a divulgação de uma carta de Snowden, na qual este
agradece ao Governo do Equador pela coragem na defesa do seu caso.
Correa afirmou que
o caso Snowden é responsabilidade da Rússia e que o ex-colaborador da Agência
Nacional de Segurança norte-americana teria que chegar a território equatoriano
antes do seu país analisar o pedido de asilo.
O Presidente da
Rússia, Vladimir Putin, prometeu asilo político a Snowden, mas impôs uma
condição: ele deve pôr fim à sua atividade que visa prejudicar os nossos
parceiros americanos, por muito estranho que isso possa parecer da minha
boca".
Hoje, o Kremlin
anunciou que exclui a possibilidade de extradição de Snowden para os Estados
Unidos, por nesse país "existir a pena de morte".
Na Rússia, a pena
de morte não foi abolida, mas, em 1996, o então Presidente Boris Ieltsin
assinou uma moratória, que continua em vigor.
JM // MLL
Conselho Europeu
saúda promessa de esclarecimento dos EUA, mas mantém preocupação quanto às
escutas
O presidente do
Conselho Europeu saudou hoje a decisão da administração norte-americana de dar
aos seus aliados no continente “todas as informações” sobre as suspeitas de
espionagem, mas manteve a sua “grande preocupação” com o caso.
“O presidente do
Conselho Europeu está muito preocupado com as informações da imprensa sobre as
alegações de uma vigilância americana das delegações da União Europeia no
estrangeiro e em Bruxelas”, declarou hoje um porta-voz de Herman Van Rompuy.
A União Europeia
está a “examinar essas alegações e está em contacto com as autoridades
americanas”.
A Europa “exige uma
clarificação completa e urgente por parte dos Estados Unidos no que respeita a
estas alegações”, acrescentou o porta-voz.
A revista Der
Spiegel noticiou no domingo passado que a Agência Nacional de Segurança (NSA)
norte-americana espia há vários anos edifícios oficiais da UE nos Estados
Unidos e em Bruxelas.
PJA // ARA
Snowden pediu asilo
político à Rússia - oficial
O ex-consultor da
Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, pediu
hoje asilo político à Rússia, anunciou fonte oficial citada pela France Presse.
Snowden, acusado
pelos Estados Unidos de espionagem por ter divulgado a existência de programas
de vigilância, tinha-se reunido hoje no aeroporto de Moscovo com diplomatas
russos para entregar uma lista de 15 países aos quais podia solicitar asilo
político.
Washington continua
a exigir a sua extradição.
APN // JMR
*Agência Lusa – Título
PG
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