segunda-feira, 8 de julho de 2013

Portugal: Governo já negociava segundo resgate acusando oposição de o provocar/BE



MSO – PGF - Lusa

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, disse hoje que o governo "negociou nas costas dos portugueses" aquilo de que acusava a oposição, provocar um segundo resgate, pelo que não tem condições para continuar.

Pedro Filipe Soares comentou a notícia avançada pelo diário espanhol "El País", de que está a ser preparado um programa cautelar com as instâncias europeias, para concluir que já estava a ser negociado "um segundo resgate, independentemente de eleições e da crise" política.

"Este governo, por mais esta notícia não tem condições para continuar. Negociava nas costas dos portugueses aquilo de que acusava a oposição de querer levar para o País. É por isso um governo que não fala a verdade e irresponsável porque esconde as escolhas determinantes para a vida dos portugueses. É um governo que está a mais e é o que diremos de tarde ao Presidente da República", disse.

O líder do BE falava numa conferência de imprensa em que anunciou que o partido requereu a audição, com caráter de urgência, do Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, na Comissão de Orçamento e Finanças, para "explicar o que se está a passar", face às declarações que o mesmo proferiu sexta feira.

"Carlos Costa veio dizer taxativamente que o memorando falhou. Se o Governador do Banco de Portugal, membro do eurosistema e por isso representante do Banco Central Europeu em Portugal, e um dos pilares da troika, nos diz que o memorando falhou, temos de perceber o que se passou", justifica.

Pedro Filipe Soares critica o Governador do Banco de Portugal por, embora admitindo erros nos cálculos e previsões, "insistir no caminho" da austeridade, quando são as políticas de austeridade que levam "o navio a afundar" e antevê que o programa cautelar com a "doika", em vez da "troika", ou seja, sem o FMI, vai ser "mais do mesmo".

O programa cautelar é "um segundo memorando ou resgate, novamente com medidas de ajuste orçamental, as tais reformas estruturais, com metas para o défice e para a dívida, e debaixo da alçada do Banco central Europeu e da Comissão Europeia", afirma Pedro Filipe Soares, concluindo que visa "salvar a austeridade, mantendo as mesmas políticas, para tentar legitimar a causa do falhanço do ajustamento" nacional.

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