MSO – PGF - Lusa
O líder parlamentar
do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, disse hoje que o governo
"negociou nas costas dos portugueses" aquilo de que acusava a
oposição, provocar um segundo resgate, pelo que não tem condições para
continuar.
Pedro Filipe Soares
comentou a notícia avançada pelo diário espanhol "El País", de que
está a ser preparado um programa cautelar com as instâncias europeias, para
concluir que já estava a ser negociado "um segundo resgate,
independentemente de eleições e da crise" política.
"Este governo,
por mais esta notícia não tem condições para continuar. Negociava nas costas
dos portugueses aquilo de que acusava a oposição de querer levar para o País. É
por isso um governo que não fala a verdade e irresponsável porque esconde as
escolhas determinantes para a vida dos portugueses. É um governo que está a
mais e é o que diremos de tarde ao Presidente da República", disse.
O líder do BE
falava numa conferência de imprensa em que anunciou que o partido requereu a
audição, com caráter de urgência, do Governador do Banco de Portugal, Carlos
Costa, na Comissão de Orçamento e Finanças, para "explicar o que se está a
passar", face às declarações que o mesmo proferiu sexta feira.
"Carlos Costa
veio dizer taxativamente que o memorando falhou. Se o Governador do Banco de
Portugal, membro do eurosistema e por isso representante do Banco Central
Europeu em Portugal, e um dos pilares da troika, nos diz que o memorando
falhou, temos de perceber o que se passou", justifica.
Pedro Filipe Soares
critica o Governador do Banco de Portugal por, embora admitindo erros nos
cálculos e previsões, "insistir no caminho" da austeridade, quando
são as políticas de austeridade que levam "o navio a afundar" e
antevê que o programa cautelar com a "doika", em vez da
"troika", ou seja, sem o FMI, vai ser "mais do mesmo".
O programa cautelar
é "um segundo memorando ou resgate, novamente com medidas de ajuste orçamental,
as tais reformas estruturais, com metas para o défice e para a dívida, e
debaixo da alçada do Banco central Europeu e da Comissão Europeia", afirma
Pedro Filipe Soares, concluindo que visa "salvar a austeridade, mantendo
as mesmas políticas, para tentar legitimar a causa do falhanço do
ajustamento" nacional.
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