Diário de Notícias
Governo confia que,
havendo "estabilidade e coesão" na coligação, Cavaco Silva não
inviabilizará a continuidade do executivo. Não há "por enquanto",
segundo Belém, indicação sobre a data ou a hora de uma comunicação do
Presidente da República ao País.Passos Coelho anulou agenda prevista para esta
tarde.
O Governo confia
que havendo "estabilidade e coesão" na coligação, tal como hoje
referiu Jorge Moreira da Silva primeiro vice-presidente e coordenador da
direção nacional do PSD, que Presidente da República Cavaco não irá
inviabilizar a continuidade do executivo, aceitando sem reservas, a nomeação de
Paulo Portas como vice-primeiro-ministro - Passos Coelho, recorde-se, insistiu
nessa proposta de remodelação durante o debate da moção de censura na passada quinta-feira
- e mantendo o normal calendário eleitoral de forma a que possa ser
concretizada, referiu fonte do executivo ao DN, a conclusão do Programa de
Assistência Económica e Financeira em junho de 2014, as condições de
sustentabilidade das contas públicas e a transição para o pleno acesso ao
financiamento de mercado.
A resposta de
Cavaco Silva ao fracasso nas negociações PSD, CDS e PS é aguardada com
expectativa, não havendo, como garantiu fonte de Belém ao DN, "por
enquanto" indicação sobre a data ou a hora de uma comunicação do
Presidente da República ao País.
Jorge Moreira da Silva reforçou esta tarde a ideia da
continuidadedo Governo - "mais importante do que o desacordo entre os
três partidos, é a garantia de estabilidade, de coesão e de empenhamento da
coligação PSD/CDS-PP no cumprimento de objetivos celebrados por Portugal e na
criação de condições para o crescimento e emprego que importa destacar" -
e apontando as responsabilidades do fracasso para o Partido
Socialista: "Estávamos disponíveis para fazer concessões políticas ao
PS para a conclusão dessa assistência económica e financeira e para um quadro
de sustentabilidade financeira, económica de longo prazo, mas isso pressupunha
do PS posição realista e não, pelo contrário, uma abordagem que, pelo
irrealismo, nos faria prolongar a ajuda externa durante mais anos".
Passos Coelho, na
quinta-feira, já tinha deixado avisos sobre o risco de eleições antecipadas -
que o próprio Presidente considerou perante o atual cenário de crise política.
"Não há coisa
mais incerta, por definição, do que eleições (...) quando, a um ano de distância,
se cria incerteza com o que pode resultar de eleições, essa incerteza é
antecipada para hoje", afirmou o primeiro-ministro que de imediato alertou
para as consequências que uma decisão desse tipo poderia acarretar para o País:
"Se não tivermos cuidado a lidar esse tópico específico, nós podemos estar
a criar condições para que a incerteza acabe por comprometer os esforços que
queremos realizar de regressar a mercado com confiança dos investidores".
Fotografia ©
Orlando Almeida/Global Imagens
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