Martinho Júnior,
Luanda
1 – … E lá vai o
submarino-Portas: depois dum afundanço de emergência, num ensaio em regime
experimental, vem à tona com outras armas e bagagens, entre financeiras birras,
ou brigas e agora, como inveterado timoneiro (ele não nasceu para outras coisas
senão para aproveitar as marés vivas), com mão firme no leme duma nave que,
como a nau Catrineta, “só pode ser governável em austeridade”!
Vejam como vem
transfigurado este submarino, após a proverbial aventura (dizem que é a tal de “pátria”
que assim o obriga e ele, cinco séculos depois, ainda tem contenciosos contra
os infiéis, os cafres e os índios)!
Este submarino,
pela sua prontidão, pela sua capacidade de manobra, pela sua versatilidade e “bem
querer”, faz inveja às fragatas e aos destroyers!
Qual é agora a
expectativa para um submarino deslumbrado pelas bentas águas do Bielderberg e
aproveitando os bons ofícios do almirante e da esquadra?
Para já conta com a
benevolência dum velho rebocador feito ama-seca ao sabor de quem precisa de
submarinos, um velho rebocador chamado Cavaco, uma ama-seca daquelas que apesar
de cansadas e à beira do “delirium tremens” estão sempre prontas a rebocar… apesar de carrancudas e a deitar fumo por tudo quanto é lado… mas que estão
prontas a desculpar as mais inverosímeis manobras, desculpar até as travessuras
das criancinhas a brincar de submarinos… faz parte das sagradas escrituras e
dos mandamentos da lei dos mares… dos poderosos e dos ricos:
“Agora,
submarino-Portas, porta-te bem, não vás para longe das fragatas e dos
destroiers, agarra o leme a contento com toda a austeridade que te é possível,
de forma a esquecer as tormentas das finanças e a navegares em mares nunca
antes navegados, calmamente, por mais dois anos, que afora as tuas inesperadas
quão encriptadas manobras… estás a sair-te muito bem!...
…Não te esqueças
acima de tudo que navegar é preciso!...
Faz lá mais um
esforçozinho para o almirante, o das grandes orelhas e de nariz sempre a
crescer, ficar ainda mais receptivo à tua tão versátil capacidade de te
esconderes quando menos se espera e apareceres quando menos és esperado!...
Conseguiste uma
manobra com um excelente tempo, direi mesmo – conseguiste o melhor tempo neste
tipo de contra-relógios e o almirante das grandes orelhas e cada vez maior
nariz, está deveras impressionado contigo!...
Mereces uma
medalha!...
Talvez como prémio
se propicie outra cimeira lá pelos abrigos paradisíacos das ilhas do meio do
Atlântico, as ilhas que têm um pé cada vez mais pequeno em Portugal e o outro
cada vez maior nos “States”, para depois fazeres um dia escola das tuas tão
oportunas manobras lá pelas Europas, que eles precisam de aprender… olá se
precisam!...
Se calhar não se
vai esperar assim tanto tempo: bastará aguardar pelas próximas evasivas,
típicas duma das próximas guerras… talvez a do Irão, daqui a dois anos!”…
2 – O programa das
manobras foi para a criancinha irrequieta, para o submarino-Portas, ainda que
em regime experimental, deveras bonançoso:
Aproveitou-se duma
arremetida brusca, nada previsível, “in extremis”, contra um “perigoso
inimigo-comum”, para ao se fazer valer perante a esquadra, sob o atento e tão
próximo olhar do almirante, ganhar outro crédito em termos de nariz grande: não
é que deu provas de aprender depressa, a quente,… deu provas da sua firme e
inequívoca lealdade?!
Os submarinos deste
tipo são mesmo como os “drones”: bem telecomandados, mas falta-lhes por vezes o
sentido da oportunidade e o jogo rápido, em tempo record, entre o afundar,
desaparecendo abruptamente nas profundezas e o emergir acima das ondas, para lá
das ondas!
Este é deveras
original e teve esse sentido de oportunidade: disparou as armas, submergiu e,
de relógio na mão para cronometrar o tempo, voltou à superfície na crista das
ondas e em primeiro lugar, pelo que merece todo o tipo de elogios, ascensões e
prémios!
À falta de medalha
que seja o primeiro a emergir aos céus: que se torne num submarino voador!
Uma manobra dessas
tinha que ser reconhecida, premiada e “estudada”, quiçá ir para o livro do
Guiness: nunca um submarino desapareceu assim de forma tão decisiva, mesmo que
a brincar, decisiva?... digo mesmo irrevogável, (!)… para depois emergir assim
envolto na auréola dos deuses, defendendo a esquadra de forma tão criativa para
fazer baralhar até as marés das afrontas!
“O submarino-Portas
passa a nave de referência para toda a esquadra!”… diz o almirante das orelhas
grandes e do nariz cada vez mais comprido!
Ele agora, bendito
seja que é centrista, cristão e é um daqueles dos “brandos costumes”, com uma
cruz em vez de âncora, merece uma pausa para a sua prontidão sacrificada, ou um
estágio aproveitando os ganhos: talvez no mar dos Sargaços… ou no Mar da
Palha!... merece toda a enormidade do mar calmo, este submarino!
Nos próximos dois
anos, fica determinado que ele não vai ao fundo, a bem da pátria dos poderosos
das grandes orelhas e nariz ainda maior… que se afundem os povos… e ele que
fique fundeado em porto seguro, sob os olhares embevecidos, tele-guiados e em
cripto do grande almirante e da esquadra e, queiram ou não, das fragatas, dos
destroiers e… do rebocador!... vem aí o próximo resgate!
Não esqueçam:
silêncio absoluto, orelhas ainda mais atentas e quanto ao nariz que cresça à
vontade, por que até agora as manobras foram em ensaio, a partir deste momento
é que se entrou mesmo em marés de austeridade!
Gravura: O
submarino-Portas
2 comentários:
‘Vestígios de colonialismo que gera humilhação’
Recém na quarta-feira (4) o presidente da Bolívia conseguiu algo tão simples como voltar à La Paz em voo de Moscou. Enquanto isso, se transformou em alvo e símbolo da determinação dos Estados Unidos por resguardar a qualquer custo sua vontade de exercer o poder cru e seu dispositivo de segurança e inteligência. A discussão legal. O repúdio da Unasul e do secretário da OEA.
Martín Granovsky – Página 12
Na tarde de quarta-feira (3), Cristina Fernández de Kirchner empossou a nova cúpula das Forças Armadas e falou de Evo Morales: “O presidente da Bolívia, com seu avião militar, presidencial, foi ilegalmente detido na velha Europa, e não o digo como uma frase feita”, afirmou em Palomar, província de Buenos Aires. “A velha Europa ainda tem vestígios de um colonialismo que gera humilhação ao continente sul-americano”, disse. A esta altura dos acontecimentos, Morales poderia ter pousado em Viena depois da negativa de Portugal, Itália, França e Espanha e se encontrava trancado na Áustria, à espera que a Europa lhe desse via livre para o sobrevoo de regresso à Bolívia.
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http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22321
España envía disculpas oficiales a gobierno boliviano
El gobierno de España envió este lunes una comunicación oficial al gobierno boliviano para pedir disculpas sobre el incidente del secuestro del avión presidencial de Evo Morales por países europeos, que provocó que el mandatario de la nación suramericana estuviera retenido en Viena (Austria) por al menos 15 horas.
El embajador de ese nación en Bolivia, Ángel Vazquez, fue el encargado de hacer llegar este documento donde explica lo ocurrido el pasado 2 de julio, de acuerdo a la información publicada por el portal internacional, Actualidad RT.
El corresponsal de teleSUR en Bolivia, Freddy Morales, confirmó que el embajador español, entregó una carta en la cancillería boliviana donde se exponen disculpas por parte del Gobierno español ante el atentado que sufrió el presidente Evo Morales.
http://www.cubadebate.cu/?p=260735
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