terça-feira, 23 de julho de 2013

UE: SANCIONAR O HEZBOLLAH, MAS QUE HEZBOLLAH?

 
 
Presseurop
 
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Vinte e Oito decidiram, a 22 de julho, inscrever o braço armado do Hezbollah na lista das organizações terroristas da União Europeia.
 
Uma decisão muito elogiada pelo jornal Süddeutsche Zeitung:
 
É um sinal forte. A partir de agora, a UE opõem-se firmemente aos terroristas, trata-os pelo nome, interdita-os e torna a sua vida cada vez mais difícil. Isso não impede a UE de manter o diálogo com o braço político do Hezbollah [...] porque seria estúpido ignorar que [a organização xiita] continua a ser um fator político importante e do qual precisamos no Médio Oriente.
 
O jornal The Times, pelo contrário, rejeita a ideia de que se possam separar os dois braços do Hezbollah:
 
É uma proibição bem-vinda que deveria ser estendida a todas as atividades do Hezbollah. Não é possível acreditar que a organização política do Hezbollah seja hermética em relação à sua ala terrorista. Constitui uma entidade única, não duas. O Hezbollah é composto por um grupo que mata e por uma montra para as relações públicas. (...) É louvável procurar desencorajar o Hezbollah das suas aspirações terroristas e integrá-lo no processo político libanês e nas negociações com Israel. Mas isso não acontecerá enquanto não forçarmos a organização a escolher entre o terrorismo e a constitucionalidade. A UE franqueou uma etapa importante ao insistir junto de uma organização terrorista sobre o facto de a sua estratégia ir falhar e de que essa escolha deve ser feita.
 
Em França, o diário Le Monde julga “paradoxal” a posição europeia, “como se uma medida que diz respeito ao Líbano compensasse a ausência de política sobre a Síria”:
 
Imagina-se que os europeus quiseram, assim, enviar uma mensagem a vários destinatários. Mas é difícil não ver nisto uma postura de relativa impotência. Ou, pelo menos, um gesto simbólico que traduz o embaraço dos europeus perante a tragédia síria. (...) Mas isso em nada mudará o curso das coisas, nem no Líbano, desestabilizado, nem na Síria, que é palco de um imenso drama, a que a Europa assiste quase absolutamente impotente.
 

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