Declarado estado de
emergência - Recolher obrigatório no Cairo
O governo interino
do Egito impôs hoje um recolher obrigatório no Cairo e em outras 11 províncias
do território, na sequência da violência que alastra pelo país depois da
repressão de manifestações de apoio ao presidente deposto Mohamed Morsi.
“Depois da
presidência ter anunciado o estado de emergência, o recolher obrigatório será
imposto entre as 19:00 locais (18:00 hora de Lisboa) e as 06:00 locais (05:00
hora de Lisboa) até nova ordem”, indicou um porta-voz do governo designado pelo
exército após a destituição e detenção do islamita Morsi em julho último.
O recolher
obrigatório abrange o Cairo e as províncias de Guizeh, Alexandria, Beni Sueif,
Minya, Assiout, Sohag, Beheira, Norte e Sul-Sinai, Suez e Ismailia.
Repórter contou 124
cadáveres em praça no Cairo
Pelo menos 124
apoiantes do Presidente deposto Mohamed Morsi foram mortos numa das praças onde
se concentravam os protestos antes da operação policial registada hoje no
Cairo, constatou a AFP.
O repórter da
agência France Presse (AFP) na Praça Rabaa al-Adawiya contou 124 cadáveres nas
três morgues improvisadas no local.
O número de mortos
noticiado pela AFP na sequência da operação policial não conta nem com
eventuais vítimas na Praça Nahda, que também foi alvo da ação da polícia e não
incluiu vítimas nos restantes pontos do país onde se registam confrontos.
De acordo com a
Irmandade Muçulmana, a operação da polícia fez 2.200 mortos e 10 mil feridos,
mas o Ministério da Saúde informou que há 15 mortos.
Os números sobre
vítimas da violência da operação policial não foram ainda confirmados por
fontes independentes.
Na sequência da
violência que alastra pelo país, o Governo declarou hoje estado de emergência
durante um mês.
O estado de
emergência, imposto em todo o território do Egito, entrou em vigor às 16:00
horas (15:00 horas em Lisboa), anunciou a presidência egípcia num comunicado
transmitido pela televisão estatal.
O atual clima de
tensão no Egito iniciou-se a 30 de junho, quando diversos setores da oposição
promoveram grandes protestos exigindo a deposição do Presidente islamita
Mohamed Morsi, eleito em junho de 2012 nas primeiras eleições livres no país.
Morsi provinha da
Irmandade Muçulmana, que também venceu as legislativas organizadas após o
derrube, em fevereiro de 2011, do regime autocrático de Hosni Mubarak.
Em 03 de julho o
Presidente foi deposto e detido pelos militares, tendo sido formado um Governo
de transição, entre os protestos das correntes islamitas que exigem o seu
regresso ao poder.
Após o falhanço das
tentativas de mediação internacionais, o Governo interino nomeado pelo exército
anunciou que, terminado o período do Ramadão, no passado fim de semana, iria
acabar com as manifestações pró-Morsi, operação que iniciou hoje.
Operador de câmara
da Sky News morto a tiro no Cairo
Um operador de
câmara da estação Sky News foi hoje morto a tiro no Egito, onde a violência já
fez dezenas de mortos no Cairo, anunciou a cadeia britânica.
"O operador de
câmara da Sky News Mick Deane foi morto a tiro no Egito esta manhã",
informou a Sky News, acrescentando que Deane, de 61 anos e pai de duas
crianças, "trabalhava há 15 anos" para a televisão britânica.
A polícia egípcia
dispersou hoje, com recurso à violência, apoiantes do ex-presidente Mohamed
Morsi, deposto pelos militares no início de julho.
A operação
transformou-se num "banho de sangue" com dezenas de mortos, segundo a
agência noticiosa francesa AFP.
O atual clima de
tensão no Egito iniciou-se a 30 de junho, quando diversos setores da oposição
promoveram grandes protestos para exigir a deposição do presidente islamita
Mohamed Morsi, eleito em junho de 2012 nas primeiras eleições livres no país.
Morsi provinha da
Irmandade Muçulmana, que também venceu as legislativas organizadas após o derrube,
em fevereiro de 2011, do regime autocrático de Hosni Mubarak.
A 03 de julho o
presidente foi deposto e detido pelos militares, tendo sido formado um governo
de transição, entre os protestos das correntes islamitas que exigem o regresso
de Morsi ao poder.
Após o falhanço das
tentativas de mediação internacionais, o governo interino nomeado pelo exército
anunciou que, terminado o período do Ramadão (mês de jejum muçulmano), no
passado fim de semana, ia acabar com as manifestações pró-Morsi, operação que iniciou
hoje.
Notícias da Agência
Lusa
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relacionado-opinião de Rui Peralta em OS
MILITARES DO FARAÓ
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