Diário Angolano
O general Jeremia
Mduduzi Nyembe, chefe da Inteligência da Defesa sul africana, escalou a Luanda
no passado dia 12 de Agosto, a fim de pedir às autoridades angolanas
esclarecimento acerca do rapto em que o seu filho foi vítima no dia 16 de Junho
do corrente, por parte de elementos conotados a Direcção Nacional de
Investigação Criminal (DNIC).
O filho do general
sul africano é fruto de uma relação com uma cidadã angolana Paulina António, ao
tempo que este militar esteve a combater pelo ANC em Angola, contra o regime do
Apartheid.
O mesmo chama-se
Ndela Cláudio António Quiri, mais conhecido por “Ndela” (Abreviação de
Mandela), 26 anos de idade, e trabalhava em Luanda, onde sempre viveu, como
agente da Unidade de Protecção de Individualidades protocolares (UPIP).
Em Luanda, o
general da inteligência sul africana avistou-se com o provedor de justiça,
Paulo Tchipilica, tendo este prometido esclarecer o desaparecimento deste jovem
que por sinal era escolta do ministro da Construção de Angola.
De acordo com a
recomposição do episódio, Ndela Claudio António Quiri, residente no bairro
Futungo II e o seu amigo Adilson Panela Gregório “Belucho, foram vistos pela
última vez quando se faziam transportar numa motorizada de marca Yamaha, ”Jog
100”, de cor cinzenta naquele bairro.
No momento, em que
foram vistos, segundo depoimento dos vizinhos, apareceu um carro de cor branca,
de marca Land Cruzer, tendo os seus integrantes, trajados de coletes da DNIC, e
com dois outros mascarados que levaram os dois jovens, deixando a motorizada no
local da captura.
Poucos minutos
depois apareceu uma carrinha da polícia nacional de cor azul escura, que levou
a motorizada e um par de chinelas deixados ao local por um dos jovens raptados.
Os vizinhos e
familiares dos desaparecidos revelaram, na altura, que dias antes do rapto, o
agente Cláudio António “Ndela” teve um desentendimento com um vizinho de nome
Artur, também agente da polícia (UPIP), por causa de uma cacimba de água que
estava a perigar a segurança das crianças do bairro Futungo II.
No sentido de
evitar desavença física contra o vizinho, Cláudio António “Ndela” foi ter com
um comandante da UPIP, identificado por “Lola”, para informar a cerca da
conduta do colega/vizinho Artur. Por coincidência, o citado comandante Lola é
amigo do agente Artur.
“Lola”, entretanto,
não gostou da iniciativa de Cláudio “Ndela” em ter queixado o amigo e destratou
o queixoso chamando-lhe de “cão”. O escolta do ministro não terá apreciado o
tratamento que lhe foi dado pelo comandante “Lola” tendo ido se queixar junto
do Comando Provincial de Luanda (CPL).
No CPL, o mesmo não
teve sucesso em apresentar queixa por causa de um agente que lhe cobrou “gasosa”
em troca da celeridade na prestação de assistência do que pretendia resolver.
É assim que depois
de alguns dias, Cláudio António “Ndela”, desapareceu na companhia de um amigo
quando se fazia transportar numa motorizada.
A viatura em que os
dois jovens se faziam transportar foi localizada no Comando da divisão do
Projecto do Nova Vida, junto à fiscalização do 4.º Cartório, por detrás de uma
agência do banco BIC. A motorizada apresenta sinais de ter sido arrastada.
De acordo com novos
dados, os dois jovens terão sido raptados por um batalhão composto pelos
investigadores identificados por “Mabululo”, “Tiri Nelo” tcc chefe Timbre,
“Domilindro”, todos eles chefiados pelo elemento apresentado por “chefe
Toledo”. Ventila-se que “Toledo” já esteve detido, mas por diligências
internas foi solto.
Depois do rapto dos
dois jovens, a senhora Paulina António, a mãe de “Ndela”, enviou uma queixa ao
director nacional da DNIC, Eugénio Alexandre, mas sem retorno de esclarecimento
plausível.
“A DNIC sabe aonde
estão eles ou o que fizeram com eles. Querem simplesmente arranjar
justificativo”, disse no anonimato uma fonte familiar, relatando que “ontem no
gabinete do crime organizado chamaram o Wilson das Chagas que é amigo do Ndela
e proprietário da mota que os dois raptados faziam transportar e a mulher do Adilson
Penelas, para fazer novamente as mesmas perguntas que já tiveram nos feito no
principio das investigações”.
Club-K, 24 de
agosto de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário