Moçambique Para
Todos
Definitivamente,
os dirigentes do partido Frelimo estão empenhados em continuar com hábitos
muito perigosos que nos irão levar a um beco sem saída, nos tempos mais
próximos, se os cidadãos continuarem indiferentes e sem tomarem uma atitude que
ponha termo aos abusos a que assistimos, dia-a-dia, da parte precisamente de
quem se esperava boa governação e não desorganização para dela tirarem
benefícios.
Coisas graves que
estão a acontecer no País, só a irresponsabilidade e o desrespeito pela coisa
pública pode explicar.
Dia após dia são
reportados casos graves que são ignorados pois quem deveria agir entanto que
Governo ou entanto que instituição pública é precisamente quem prevarica e
monta esquemas perversos, muitas vezes encapuçados por familiares directos.
As histórias em que
se comprova que o Estado está a saque nunca são resolvidas e nunca alguém é
responsabilizado, precisamente porque o Estado está nas mãos de autênticas
quadrilhas familiares filiadas na confraria da impunidade.
Quando a capital do
País e a Matola estão a ser tomadas pela criminalidade, eis que ficamos a saber
que afinal há uma empresa de segurança privada com ligações ao Comandante Geral
da Polícia da República de Moçambique (PRM) que usa o mesmo tipo de armas que a
Polícia usa, ainda que isso seja ilegal. O que pensar disto? O que pensar de
armas do Estado nas mãos de privados, sabendo-se que isso acontece precisamente
com quem nunca deveria estar envolvido neste tipo de trapaças?
Ninguém na
República de Moçambique está autorizado a usar armas AK47 excepto a Polícia e
as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, segundo o chefe de Departamento
das Relações Públicas do Ministério do Interior, Raul Freia, mas afinal há uma
empresa privada ligada à família do comandante-geral da PRM que usa armas de
calibre de guerra e ninguém actua? Porquê? O Estado tem normas especiais para
quem manda?
O Estado alguma vez
se pode aceitar que esteja nas mãos de pessoas que permitem este tipo de
coisas?
Não teremos
inclusivamente o direito de pensar que por trás de assaltos a paióis estão
esquemas tão estranhos quanto este em que um comandante-geral tem um filho com
uma empresa que manipula armas de guerra proibidas em mãos de civis?
O Estado que
deveria ser uma entidade de bem, com estas práticas deixa espaço para que os
que fazem justiça pelas próprias mãos não se corrijam e continuem convictos de
que realmente não havendo Estado o caminho é cada um impor-se à sua maneira.
Esperamos para ver
o que vai acontecer depois de termos trazido à luz factos indesmentíveis.
Acreditamos que
nada.
E se o presidente
da República não podendo fechar uma empresa privada continuar a permitir que o
comandante-geral da PRM se mantenha no cargo mesmo sabendo-se que alguém está a
usar armas do Estado para abastecer a empresa de seu filho, ficará claro mais uma
vez que o Estado foi assaltado por quem já devia estar atrás das grades em vez
de andar a meter outros nos calabouços.
E ficará comprovado
que realmente há uma confraria com a qual o nosso País acabará por colapsar,
como já aconteceu com muitos estados em várias partes do mundo, e em África em
especial, fruto de abusos praticados por gente que se julga acima dos outros,
se o Estado de Direito continuar às ordens de quem é o primeiro a permitir a
violação de normas.
Está aqui provado
que a ética e a probidade, ou seja, a honestidade inerente ao cargo público que
lhe foi confiado pelo chefe de Estado, é coisa que o senhor Jorge Khálau
desconhece e nessas condições não pode ser merecedor de confiança para exercer
cargo de tão alta responsabilidade de que dependa a nossa segurança colectiva.
Temos vindo a
denunciar aqui neste mesmo espaço que os dirigentes do Estado continuam a ser
empresários ou a terem parentes directos envolvidos nas áreas que eles mesmo
dirigem e onde têm poder de decisão, mas pelos vistos as leis não são para
todos.
E se não são para
todos, perguntamos: por que razão os outros terão de obedecer-lhes?
Logicamente que
quem cria empresas nas áreas em que ele próprio tem responsabilidade estatal,
quer enriquecer à custa do Estado, usando meios do próprio Estado. E neste caso
até há armas envolvidas…
A empresa “Macro
Segurança” está a usar o mesmo tipo de armas da Polícia! É muito suspeito que
uma empresa do filho de um comandante da Polícia use o mesmo tipo de armas que
a Polícia usa. Onde as arranjou, se são de uso exclusivo da Polícia e das FADM?
Uma segunda questão
é relativa à sustentabilidade do próprio Estado. Com gente deste calibre
anti-social a dirigi-lo, com desta a extorquir o Estado, que respeito é que os
cidadãos honestos devem ao Estado? Será que podemos aceitar como autoridades
gente desta índole?
O Estado dirigido
por gente deste calibre deixa o seu primordial objectivo que é de servir os
cidadãos.
O Estado, com este
tipo de dirigentes passa a ser um trampolim para espertos e não há Estado sério
que sobreviva a este tipo de práticas.
Que legitimidade
poderá continuar a ter, mesmo tendo sido eleito, quem devia fazer parar este
tipo de trafulhices e antes, porém, anda a fomentá-las com o seu mau exemplo?
Isto que hoje
contamos e tem a ver com a família Khálau é apenas uma de muitas histórias
semelhantes. O mal está de tal forma disseminado que não deve haver hoje muitos
dirigentes do Estado com legitimidade para apontar o dedo acusador ao outro.
O Estado está podre
do topo à base.
Quem, no Estado,
acima de Jorge Khálau vai acusá-lo perante tão grave falta de probidade?
Se o próprio chefe
de Estado também montou as suas empresas em negócios com o Estado que ele
deveria assegurar como uma “pessoa de bem”, o que se pode esperar destes senhores
que têm estado a dirigir Moçambique?
Multiplicam-se as
empresas do senhor Armando Guebuza a sufocar o Estado desde o que acontece na
Electricidade de Moçambique, na banca, construção civil, transportes…
Quem vai meter isto
na ordem?
A “Macro Segurança”,
para cúmulo, presta também serviços a empresas participadas por Guebuza que é
quem nomeia Khálau que depois tira as armas de guerra do Estado para as usar em
proveito do seu filho. Nestas circunstâncias, quem vai meter o guizo ao pato?
O sistema está todo
ele podre. Até o próprio Tribunal Administrativo está infestado de marginais.
Os magistrados do
Tribunal Administrativo chegaram ao cúmulo de criar barbas para cortá-las com
máquinas cujo preço equivale a quatro salários mínimos.
Já ninguém tem
legitimidade para criticar ninguém.
O Estado continua
sendo escangalhado por uma corja de mafiosos que se associou para desrespeitar
o sacrifício dos cidadãos.
Está mais do que
evidente que estes senhores da Frelimo nunca quiseram governar para o bem de
todos. Nunca lhes interessou que este País fosse normal. Nunca foi do seu
interesse que a nossa Polícia prestasse serviço aos cidadãos.
O País está a
atravessar momentos de criminalidade de níveis olímpicos com os malfeitores a
semearem verdadeiro clima de terror sem que a Polícia mova uma palha.
Não há meios, diz a
Polícia através dos seus porta-vozes. Como haverá meios se os que deviam alocar
meios estão interessados em alocar meios às empresas suas e de seus filhos?
Enquanto a Polícia
vai nos entretendo com o discurso da falta de meios, os criminosos vão apurando
os seus métodos de delinquência chegando ao cúmulo de violar sexualmente
homens, mulheres e crianças todos da mesma família, para depois passá-los a
ferro de engomar.
Os agentes
“cinzentinhos” vão entretanto assaltando condutores de viaturas nos becos da
cidade para lhes extorquirem dinheiro.
Os cidadãos já não
dormem durante às noites. Patrulham os bairros para garantirem a sua própria
segurança, porque a Polícia “não tem meios” e está a desenrascar a vida pelos
seus cantos.
A “Macro
Segurança”, entretanto, tem meios da Polícia!!! Do comandante ao agente cada um
desenrasca-se pelo seu lado.
Tornou-se um
imperativo nacional correr com esta corja de mafiosos que está a levar o Estado
à falência.
É urgente fazermos
alguma coisa para salvarmos este País que os dirigentes da Frelimo estão a
saquear há mais de 37 anos.
É urgente que cada
cidadão tome consciência das suas responsabilidades perante este crime
organizado.
Há que correr com
os criminosos do aparelho do Estado.
É um imperativo
nacional limpar o Estado deste tipo de cidadãos que envergonham o próprio
Estado.
Este grupinho de
malandros não pode continuar a dar cabo de Moçambique!
Canal de Moçambique
– 28.08.2013
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