Expresso - Lusa
Chanceler alemã
venceu com larga maioria mas sem maioria absoluta. Se cumprir o mandato pelo
menos até 2017, tornar-se-á a líder há mais tempo no poder da Europa.
A chanceler alemã Angela Merkel venceu as legislativas de domingo, com o partido conservador CDU/CSU a conseguir 41,5 % dos votos, indicam resultados oficiais provisórios hoje divulgados.
O aliado liberal
FDP, na coligação governamental cessante, foi afastado da câmara baixa do
parlamento (Bundestag), pela primeira vez na história da República Federal da
Alemanha, por só ter conseguido 4,8 % dos votos, ficando aquém dos 5%
necessários para ter representação parlamentar.
O partido
social-democrata SPD, com o qual Angela Merkel poderá formar uma coligação
governativa, conseguiu 25,7 % dos votos, de acordo com os mesmos dados.
Os resultados
obtidos por Merkel - além de constituírem os melhores para o seu partido desde
a reunificação alemã em 1990 - mostram que esteve muito perto de conquistar a
maioria absoluta. A chanceler terá assim, já a partir de hoje, de encontrar um
novo parceiro de coligação para formar Governo.
A última vez que os
conservadores conseguiram a maioria absoluta no Bundestag (câmara baixa do parlamento)
foi em 1957, com o chanceler Konrad Adenauer.
A taxa de participação nas eleições de domingo foi de 73%, mais de dois pontos percentuais do que o registado em 2009.
A taxa de participação nas eleições de domingo foi de 73%, mais de dois pontos percentuais do que o registado em 2009.
Um novo movimento
antieuro, criado na primavera, a AfD (Alternativa para a Alemanha) conseguiu um
bom resultado, de 4,8 %, mas inferior aos 5% necessários para entrar no
parlamento.
Já os Verdes,
parceiro de coligação preferido do SPD, obtiveram uns dececionantes 8,4%,
vítimas de uma má estratégia de campanha e de uma polémica sobre a tolerância
passada do movimento relativamente à pedofilia. A esquerda radical, Die Linke,
desceu 3,3 pontos percentuais, com 8,6% dos votos.
Aos 59 anos, a
chanceler alemã confirmou o estatuto de mulher mais poderosa do mundo, ao
tornar-se na primeira dirigente europeia a ser reconduzida no cargo, depois da
crise financeira e monetária que abalou a União Europeia, já que nenhum dos
seus homólogos de Espanha, França, Itália ou Reino Unido foi reeleito desde o
início da crise financeira.
Por outro lado, na
Alemanha do pós-guerra apenas Konrad Adenauer e o chanceler da reunificação
Helmut Kohl cumpriram três mandatos na chefia do Governo alemão, numa lista em
que passa a constar agora o nome de Merkel.
"A liderança
do partido vai discutir tudo quando tivermos um resultado final, mas podemos
comemorar já esta noite", disse, ontem à noite, Merkel aos seus apoiantes,
incluindo ao seu marido, Joachim Sauer, um amante de música que raramente
aparece em público, que foi apelidado de "o fantasma da ópera".
Se Angela Merkel
cumprir o mandato pelo menos até 2017 tornar-se-á a líder há mais tempo no
poder da Europa, batendo Margaret Thatcher, que foi primeira-ministra britânica
durante 11 anos.
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