Jovens guineenses
do Movimento Ação Cidadã querem que sejam as Nações Unidas a organizar as
próximas eleições gerais no país, posição que comunicaram hoje ao representante
do secretário-geral da ONU, José Ramos-Horta.
Num 'djumbai'
(tertúlia de amigos) de cidadania com José Ramos-Horta, os jovens da Ação
Cidadã revelaram as suas inquietações sobre as próximas eleições marcadas para
24 de novembro afirmando receios e dúvidas em relação ao processo.
O debate com José
Ramos-Horta teve como mote "Eleições para quê? Uma abordagem para além de
justas, livres e transparentes" ou "Quais as garantias da viabilidade
e justiça democrática do processo eleitoral?".
Miguel Barros, um
dos animadores do Movimento Ação Cidadã, transmitindo aquelas que disse serem
as dúvidas de uma grande maioria de jovens guineenses, considerou que perante o
atual cenário político do país "não existem garantias" de que as próximas
eleições irão ao encontro das expectativas.
"Será que as
atuais autoridades de transição dão garantias para a organização das eleições?
Não seria melhor ser a comunidade internacional, a ONU em concreto, a organizar
as próximas eleições?", questionou Barros.
A estas
inquietações, o representante do secretário-geral das Nações Unidas respondeu
lembrando aos jovens que a Guiné-Bissau "é um Estado soberano" e que
"ainda não manifestou nenhum pedido nesse sentido".
José Ramos-Horta
admitiu que a ONU já organizou e certificou eleições noutros países, mas
lembrou que nesses casos foi por recomendação do Conselho de Segurança. Citou
os casos de Timor-Leste e da Costa do Marfim.
"A ONU já
certificou eleições, mas já deixou de fazer isso", explicou Ramos-Horta.
Numa ação que mais
parecia uma aula aberta com os alunos (os jovens) e o professor (José
Ramos-Horta), sentados em cadeiras de plástico num círculo, o responsável da
ONU exortou os guineenses a dialogarem para encontrar "uma solução de
compromisso" para os problemas do país.
"O ideal para
este país, dados os problemas de há 40 anos, é sentarem-se todos à volta de uma
mesa, exorcizar os demónios e firmar um Pacto de Regime", sublinhou
Ramos-Horta.
Para o
representante do secretário-geral das Nações Unidas, os guineenses "deviam
compreender de uma vez por todas" que não será a comunidade internacional
a trazer soluções para os problemas do país.
A este propósito
defendeu que as próximas eleições gerais não devem ser mais um ato eleitoral,
mas sobretudo "um momento de viragem" no país, onde os que vencerem
as eleições saberão chamar para a tarefa da governação os que perderem.
E o próximo
Presidente deverá ser "um bom reconciliador", enquanto o
primeiro-ministro "um reformador", preconizou José Ramos-Horta.
Lusa
1 comentário:
Boa noite senhor Ramos Horta. Gostariamos que tomasse em consideraçao a esse pedido desses jovens isto é verdade nao queremos mais guerra na Guiné faço aqui um apelo se for possivel que as Naçoes Unidas tomasse a Guiné em mao e organizar a segunda volta das eleiçoes que foram anuladas por Kumba Yala Serifo Nhamadjo e o Antonio Indjai em vez de começar tudo a zero evitando deste modo gastar mais de milioes de dolares. Veja a situaçao do pais estamos cansados com este governo militar. Nessa assembleia geral das naçoes unidas ouvi atentamente o discurso do senhor Nnhamado que falou um pouco de tudo mas nunca mensionou a minima frase pedindo o regresso de todos os exilados politicos que querem participar e apresentarem suas candidaturas. O senhor Nhamadjo se apresenta como um democrata para mim nunca foi e nunca sera democrata. Se as naçoes unidas nao pode organizar essas eleiçoes entao deixemos este bando armado de continuar a governar o pais ja estamos habituados ao sofrimento. A Guiné nao esta num caminho certo como disse muitas vezes o senhor Ramos Horta.Todos os dias ouve algo de crimes no pais. O senhor Ramos Horta sabe perfeitamente que sao os autores. Viva a Guine Bissau e viva o povo da Guiné
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