Fernanda Câncio – Diário de Notícias, opinião
Como é que o
principal partido da oposição decidiu reencarar a reabertura parlamentar em
setembro? Dizendo: é preciso baixar os impostos, é preciso aliviar os
portugueses da austeridade, que temos de crescer. (7 setembro de 2013, Passos
Coelho, primeiro-ministro)
O aumento de
impostos que já está previsto no documento que assinámos com a
"troika" da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional já é
mais do que suficiente. Não é preciso fazer mais aumento de impostos. (maio 2011,
Passos Coelho, presidente PSD)
A ser necessário,
só consideraríamos mexer em impostos sobre o consumo e não nos impostos sobre o
rendimento das pessoas e nem nas pensões e reformas. (março 2011, Miguel
Relvas, secretário-geral PSD)
Os impostos têm um
efeito recessivo sobre a economia. A ideia que se foi gerando em Portugal de
que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento. (março 2011, Passos Coelho,
pres PSD)
Os impostos só
devem aumentar com circunstâncias especiais e só por incompetência o governo
pode pedir mais impostos porque não se tem mostrado diligente com o dinheiro
dos outros. (outubro 2010, idem)
A carga fiscal
actual, a maior de sempre em Portugal, é inadmissível, um disparate (abril
2011, Diogo Leite Campos, vice-presidente PSD)
Todos os ordenados
até 2.500 euros/mês têm de ser revistos e apoiados. É preciso manter as
prestações sociais, reduzir impostos, etc. (...) Para o objectivo de quatro
anos, o principal é proteger todas as famílias que ganhem até 2.500 euros.
(idem)
Ao contrário do que
se diz, os funcionários públicos não são de mais. Estão é mal aproveitados
(ibidem)
Garanto que não
financiaria a redução do défice recorrendo, sobretudo, aos salários dos
funcionários públicos. (outubro 2010, Passos Coelho, pres. PSD)
Não estão em causa
despedimentos na função pública. Aliás, nós temos muito respeito pelos
funcionários públicos. O PSD é contra toda e qualquer tentação no sentido de
eliminar ou atacar a ADSE ou os subsistemas de saúde na função pública. (maio
2011, Eduardo Catroga, nomeado pelo PSD para negociar com a troika e co-autor
programa eleitoral PSD)
Temos 700 mil
desempregados, esperamos ao final de quatro anos ter conseguido diminuir em 200
mil o número. ( abril 2011, Diogo Leite Campos)
O PSD não
viabializará um orçamento que estrangule a nossa capacidade de crescer e que
onere ainda mais os portugueses no pagamento de impostos. Se o PM quiser
colocar a questão no tudo ou nada, teremos de dizer que se trata de uma
chantagem inaceitável, que não é séria." (outubro 2010, Passos Coelho)
Como é que nós
conseguimos construir o futuro com demagogia desta maneira? Há algum governo
que goste de lançar austeridade sobre o seu povo? (setembro 2013, Passos
Coelho)
Que maneira de
fazer política! Que tristeza! Como é possível que ainda alguém pense que esta
esperteza saloia pode render votos em Portugal? (idem)
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