O coordenador do
Bloco de Esquerda (BE) João Semedo disse hoje que o ministro dos Negócios
Estrangeiros, Rui Machete, "confirmou que mentiu" quando admitiu uma
"incorreção factual" sobre as suas relações com a Sociedade Lusa de
Negócios (SLN).
"Rui Machete
confirmou que mentiu. E depois confirmou a riqueza semântica deste Governo.
Incorreção factual ou mentir é exatamente o mesmo. E nós [BE] vamos continuar a
insistir que um ministro que mente não pode estar no Governo, sendo certo que
não é o único que mentiu e permanece no Governo", declarou João Semedo à
agência Lusa à margem de uma ação para as autárquicas de 29 de setembro, onde
concorre em Lisboa como cabeça-de-lista do BE à Câmara Municipal.
No sábado, o BE
apresentou uma carta de 2008 do agora ministro em que este revelava que nunca
tinha sido acionista da SLN, ex-dona do BPN, sendo que na resposta Machete
admitiu que cometeu uma "incorreção factual" na carta, mas disse não
haver qualquer intenção de ocultar a posse de ações.
Em "matéria de
mentiras", acusou João Semedo, "todos os ministros de Estado já
cometeram esse pecado: Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas e Rui
Machete".
"O Governo tem
muita dificuldade em lidar com a verdade porque os resultados das suas
políticas são catastróficos. Um Governo cujos objetivos falham só tem dois
caminhos: ou muda de política, o que não é o caso, ou mente", sustentou
João Semedo.
No sábado, em
conferência de imprensa, João Semedo, apresentou uma carta de 2008 do agora
ministro em que este revelava que nunca tinha sido acionista da SLN, ex-dona do
BPN, o que, disse o bloquista, se sabe hoje que "é uma redonda
mentira".
Na carta enviada
por Rui Machete a 05 de novembro de 2008 ao então líder parlamentar do BE, Luís
Fazenda, e com conhecimento das restantes bancadas parlamentares, o agora
governante escreve: "Não sou nem nunca fui gestor/administrador do BPN ou
membro do seu Conselho Fiscal ou sequer acionista ou depositante da mesma
instituição bancária".
"No momento em
que escrevi esta carta, em 5 de novembro de 2008, não tinha quaisquer ações
ligadas ao Banco Português de Negócios (BPN). Aliás nunca tive, em qualquer
momento, ações do BPN. Equivocadamente escrevi então que nunca tinha tido ações
da Sociedade Lusa de Negócios (SLN). É bom sublinhar que este é o único ponto
da minha carta em que existe uma incorreção factual", referiu num
comunicado de Rui Machete enviado à Lusa após a revelação pelo BE da carta de
2008.
O primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho, afirmou entretanto manter "totalmente" a
confiança no ministro dos Negócios Estrangeiros.
Questionado em
Alcanena, à margem da campanha para as autárquicas, se mantém a confiança em
Rui Machete, o primeiro-ministro respondeu: "Totalmente".
Lusa
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