Pelo menos 260
pessoas foram detidas hoje durante confrontos com a polícia russa em dois
bairros da capital, Moscovo, na sequência do assassinato de um jovem,
informaram as autoridades russas
Duzentas pessoas
foram detidas no bairro Biriulov e 60 no bairro do Nordeste de Moscovo. A
polícia reforçou o patrulhamento do centro da cidade e continua a fazer dezenas
de detenções.
Milhares de pessoas
amotinaram-se hoje no sul da capital russa em protesto contra o assassinato de
um jovem por um desconhecido de origem "não eslava", que conseguiu
escapar.
Os manifestantes,
maioritariamente jovens, rebentaram as portas do centro comercial Biriuza no
bairro de Biriulov (no sul de Moscovo), partindo janelas e montras. Forças
especiais da polícia foram enviadas para o local, detendo sete pessoas,
enquanto outros manifestantes tentavam libertar os detidos e lançavam garrafas
contra a polícia.
Em seguida, a
multidão dirigiu-se para um armazém de legumes onde trabalham muitos
imigrantes, que os manifestantes acusam de ser responsáveis pela alta taxa de
criminalidade nesse bairro.
"Rússia para
os russos", gritavam os manifestantes.
Não obstante a
presença da polícia, os manifestantes, entre os quais se encontravam numerosos
nacionalistas, entraram no armazém e procuram imigrantes.
O ministro do
Interior da Rússia, Vladimir Kolokoltsev, deu ordem para a mobilização total da
polícia de Moscovo, informa o centro de imprensa desse ministério.
As manifestações
foram motivadas pela morte de Iegor Scherbakov, 25 anos, um residente local que
foi esfaqueado quinta-feira na presença da sua noiva.
As imagens das
câmaras de vigilância indiciam que o assassino, que fugiu, é natural da Ásia
Central ou do Cáucaso e os manifestantes estão convencidos de que se trata de
um imigrante ilegal, exigindo que as autoridades reforcem a luta contra a
imigração ilegal.
A Federação dos
Imigrantes da Rússia aconselhou os estrangeiros a evitarem sair à rua em
Moscovo.
"Em diferentes
bairros de Moscovo podem ocorrer ataques. Os nacionalistas são muito
agressivos", declarou Muhammad Amin, presidente dessa organização.
A Rússia, que
carece de mão de obra, em parte devido a uma grave crise demográfica , acolheu
milhares de imigrantes de países asiáticos ou de ex-repúblicas soviéticas, que
trabalham ilegalmente na construção e nos mercados de Moscovo .
JM // APN - Lusa
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