terça-feira, 15 de outubro de 2013

Portugal – CGTP. MACEDO E PIRES DE LIMA PROIBIRAM MANIFESTAÇÃO NA SEXTA-FEIRA

 


Luís Rosa e Carlos Diogo Santos – Jornal i
 
Ministro da Administração Interna vai hoje ao Parlamento explicar por que razão não autorizou manifestação que CGTP não desiste
 
A CGTP sabe desde 6.ª feira que o Ministério da Administração Interna e o Ministério da Economia não autorizam a realização da manifestação na ponte 25 de Abril no próximo dia 19 de Outubro. O ministro Miguel Macedo informou nesse dia Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, da decisão tomada em conjunto com o ministro da Economia (que tutela a Estradas de Portugal, responsável pela gestão da ponte), fundamentando-a com três pareceres de segurança que recebeu do Conselho de Segurança da ponte 25 de Abril, da PSP e da Lusoponte. A mesma informação foi repetida ontem a Arménio Carlos numa reunião pedida por aquela central sindical afecta ao PCP.
 
Apesar disso, a CGTP continua a mobilizar os seus sindicatos para a concentração na praça da portagem no dia 19, tendo Arménio Carlos confirmado ontem que a CGTP mantém a intenção de realizar a manifestação na ponte que liga Almada a Lisboa. O secretário-geral da CGTP diz que nunca foi informado por Miguel Macedo sobre a proibição, informação que é desmentida pelo Ministério da Administração Interna ao i.
 
Na reunião ocorrida no último dia útil da semana passada, Miguel Macedo propôs à CGTP que a manifestação se verificasse, em alternativa, na ponte Vasco da Gama. Ouvido o órgão executivo da CGTP, Arménio Carlos recusou logo publicamente na própria 6.ª feira a utilização na ponte Vasco da Gama, onde, segundo a PSP, a manifestação pode ocorrer sem problemas de segurança. Ontem informou formalmente o ministro Miguel Macedo disso mesmo e insistiu na utilização da ponte 25 de Abril.
 
Minutos depois foi a vez do ministro Miguel Macedo, numa conferência de imprensa, dizer que o dever do governo é respeitar os pareceres negativos das autoridades competentes e lembrar que “a CGTP só não usa [a Ponte Vasco da Gama], se não quiser. Na conferencia de imprensa que marcou para depois da reunião, o ministro Miguel Macedo começou por dizer que já havia comunicado na semana passada à CGTP a impossibilidade de a manifestação acontecer no tabuleiro da Ponte 25 de Abril e que se tratava de “uma proibição exclusivamente ditada por razões e segurança”.
 
Sobre isso, Macedo lembra que não se podem ignorar “três pareceres técnicos sobre segurança das entidades”, adiantando que as mesmas entidades não se opuseram à realização na Ponte Vasco da Gama, local sugerido pelo governo.
 
O ministro dirigiu-se aos portugueses frisando que “em causa não está o direito à manifestação”, mas sim a conciliação do “direito à manifestação com o direito à segurança”.
 
A ponte Vasco da Gama, contudo, não é bem vista pela Intersindical. “A sugestão apresentada pelo Ministério no fim de semana era a ponte Vasco da Gama, mas nós não queremos fazer a meia-maratona”, disse ontem Arménio Carlos aos jornalistas, explicando que nunca foi dito à CGTP que seria proibida a manifestação na ponte 25 de Abril.
 
“Continuamos a apelar a todos para participarem no protesto marcado para o dia 19”, insistiu.
 
Ontem, logo após a reunião – de mais de uma hora - o secretário-geral da Intersindical aproveitou ainda para afirmar que está disponível para deixar livres as duas faixas laterais da ponte para a circulação de viaturas de emergência e assegurar um cordão humano para enquadrar os manifestantes, de modo a que o desfile decorra ordeiramente.
 
Reunião com a PSP Arménio Carlos afirmou também que tem uma reunião marcada com estruturas da PSP na quarta-feira de manhã “para encontrar soluções” para as questões de segurança. Ao que o i apurou junto de fontes do Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo desconhecia a existência dessa reunião, tendo já confrontado o director nacional da PSP, superintendente Paulo Valente Gomes, com a informação prestada por Arménio Carlos de que a reunião iria ocorrer a pedido da polícia. Segundo as mesmas fontes, é pouco provável que a reunião da PSP com a CGTP venha a ocorrer depois de ser conhecida publicamente a decisão do governo de proibir a manifestação.
 
Até lá, o ministro disse esperar que prevaleça o bom senso: “É uma questão de bom senso e o Governo espera que o bom senso venha a prevalecer.”
 
Leia a declaração na íntegra do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, sobre a manifestação da CGTP, no ficheiro em anexo.
 
Ficheiros Anexos em Jornal i
 

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