Luís Rosa e Carlos
Diogo Santos – Jornal i
Ministro da
Administração Interna vai hoje ao Parlamento explicar por que razão não
autorizou manifestação que CGTP não desiste
A CGTP sabe desde
6.ª feira que o Ministério da Administração Interna e o Ministério da Economia
não autorizam a realização da manifestação na ponte 25 de Abril no próximo dia
19 de Outubro. O ministro Miguel Macedo informou nesse dia Arménio Carlos,
secretário-geral da CGTP, da decisão tomada em conjunto com o ministro da
Economia (que tutela a Estradas de Portugal, responsável pela gestão da ponte),
fundamentando-a com três pareceres de segurança que recebeu do Conselho de
Segurança da ponte 25 de Abril, da PSP e da Lusoponte. A mesma informação foi
repetida ontem a Arménio Carlos numa reunião pedida por aquela central sindical
afecta ao PCP.
Apesar disso, a
CGTP continua a mobilizar os seus sindicatos para a concentração na praça da
portagem no dia 19, tendo Arménio Carlos confirmado ontem que a CGTP mantém a
intenção de realizar a manifestação na ponte que liga Almada a Lisboa. O
secretário-geral da CGTP diz que nunca foi informado por Miguel Macedo sobre a
proibição, informação que é desmentida pelo Ministério da Administração Interna
ao i.
Na reunião ocorrida
no último dia útil da semana passada, Miguel Macedo propôs à CGTP que a
manifestação se verificasse, em alternativa, na ponte Vasco da Gama. Ouvido o
órgão executivo da CGTP, Arménio Carlos recusou logo publicamente na própria
6.ª feira a utilização na ponte Vasco da Gama, onde, segundo a PSP, a
manifestação pode ocorrer sem problemas de segurança. Ontem informou
formalmente o ministro Miguel Macedo disso mesmo e insistiu na utilização da
ponte 25 de Abril.
Minutos depois foi
a vez do ministro Miguel Macedo, numa conferência de imprensa, dizer que o
dever do governo é respeitar os pareceres negativos das autoridades competentes
e lembrar que “a CGTP só não usa [a Ponte Vasco da Gama], se não quiser. Na
conferencia de imprensa que marcou para depois da reunião, o ministro Miguel
Macedo começou por dizer que já havia comunicado na semana passada à CGTP a
impossibilidade de a manifestação acontecer no tabuleiro da Ponte 25 de Abril e
que se tratava de “uma proibição exclusivamente ditada por razões e segurança”.
Sobre isso, Macedo
lembra que não se podem ignorar “três pareceres técnicos sobre segurança das
entidades”, adiantando que as mesmas entidades não se opuseram à realização na
Ponte Vasco da Gama, local sugerido pelo governo.
O ministro
dirigiu-se aos portugueses frisando que “em causa não está o direito à
manifestação”, mas sim a conciliação do “direito à manifestação com o direito à
segurança”.
A ponte Vasco da
Gama, contudo, não é bem vista pela Intersindical. “A sugestão apresentada pelo
Ministério no fim de semana era a ponte Vasco da Gama, mas nós não queremos
fazer a meia-maratona”, disse ontem Arménio Carlos aos jornalistas, explicando
que nunca foi dito à CGTP que seria proibida a manifestação na ponte 25 de
Abril.
“Continuamos a
apelar a todos para participarem no protesto marcado para o dia 19”, insistiu.
Ontem, logo após a
reunião – de mais de uma hora - o secretário-geral da Intersindical aproveitou
ainda para afirmar que está disponível para deixar livres as duas faixas
laterais da ponte para a circulação de viaturas de emergência e assegurar um
cordão humano para enquadrar os manifestantes, de modo a que o desfile decorra
ordeiramente.
Reunião com a PSP Arménio
Carlos afirmou também que tem uma reunião marcada com estruturas da PSP na quarta-feira
de manhã “para encontrar soluções” para as questões de segurança. Ao que o i
apurou junto de fontes do Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo
desconhecia a existência dessa reunião, tendo já confrontado o director
nacional da PSP, superintendente Paulo Valente Gomes, com a informação prestada
por Arménio Carlos de que a reunião iria ocorrer a pedido da polícia. Segundo
as mesmas fontes, é pouco provável que a reunião da PSP com a CGTP venha a
ocorrer depois de ser conhecida publicamente a decisão do governo de proibir a
manifestação.
Até lá, o ministro
disse esperar que prevaleça o bom senso: “É uma questão de bom senso e o
Governo espera que o bom senso venha a prevalecer.”
Leia a declaração
na íntegra do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, sobre a
manifestação da CGTP, no ficheiro em anexo.
Ficheiros Anexos em
Jornal i
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