Elementos de
Polícia de Intervenção Rápida de Angola efetuaram, este sábado, disparos para o
ar para impedir o porta-voz da UNITA de prestar declarações à imprensa
estrangeira, durante a manifestação convocada por este partido em Luanda.
Alcides Takala
estava a descrever a agência Lusa, Reuter e AGI (de Itália) a forma como foram
utilizadas granadas de gás lacrimogéneo por volta das 09:00 (08:00 em Lisboa) no
início da concentração para a manifestação do maior partido da oposição de
Angola.
Os manifestantes
que rodeavam Takala e os quatro jornalistas estrangeiros pediam insistentemente
à imprensa que não abandonasse o local como garantia de que a polícia não lhes
podia bater.
Os disparos para o
ar e a dispersão das pessoas ocorreram junto ao mercado dos congolenses, entre
o cemitério de Santana (que era o ponto inicial da concentração dos
manifestantes) e a Praça 1.º de Maio.
Foram ainda
arremessadas granadas de gás lacrimogéneo enquanto o porta-voz da UNITA falava
com a imprensa estrangeira.
A manifestação da
UNITA foi proibida durante a noite de sexta-feira pelo Ministério do Interior,
que, em comunicado lido no principal serviço noticioso da Televisão Pública de
Angola, justificou a medida com a necessidade de prevenir a eclosão de
"fatores de conflitualidade perturbadores da ordem, segurança e
tranquilidade públicas e até mesmo da segurança interna".
Segundo o
Ministério do Interior, além da UNITA, também o MPLA se preparava para se
manifestar hoje em Luanda, razão pela qual anunciou a proibição das duas
manifestações.
Ao fim da noite, em
declarações à Lusa, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, disse que o partido
iria mesmo assim sair à rua para a primeira manifestação antigovernamental
promovida por um partido político em Angola sem ser em período eleitoral.
A convocação da
manifestação vem na sequência do comunicado divulgado no dia 13 pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola sobre quatro detenções
relacionadas com o rapto e provável homicídio de dois ex-militares.
Lusa
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