sábado, 23 de novembro de 2013

Angola: MANIFESTAÇÕES FORAM PROÍBIDAS PELO GOVERNO, UNITA DISCORDA

 


Ministério do Interior angolano proíbe manifestações do MPLA e da UNITA de sábado
 
O Ministério do Interior de Angola decidiu hoje proibir as manifestações convocadas, para sábado, pelo MPLA, partido no poder, e pela UNITA, a maior força política da oposição, considerando que não estão reunidas condições para a sua realização.
 
Em comunicado, o Ministério do Interior refere que as manifestações não devem sair à rua, "pois que as informações e evidência atentam que a realização das manifestações de caráter político pelo partido MPLA e pelo partido UNITA poderão constituir fatores de conflitualidade perturbadores da ordem, segurança e tranquilidade públicas e até mesmo da segurança interna".
 
"Nesta conformidade, o Ministério do Interior notificou o Ministério da Administração do Território no sentido deste, por razões de segurança interna, em afirmação da autoridade democrática do Estado orientasse os governos provinciais a proibirem a realização das manifestações comunicadas pelo MPLA e pela UNITA", informa o documento de nove pontos.
 
Na sua nota, o Ministério do Interior adianta que orientou a Polícia Nacional a "manter-se em prontidão e a tomar as necessárias medidas pertinentes para a preservação e manutenção da ordem e segurança públicas dos cidadãos".
 
Aquele órgão do Estado angolano apelou calma à população e a abster-se de participar nas referidas manifestações, "denunciando todos os actos tendentes a pôr em causa o bem comum mais precioso e tão duramente alcançado pelo povo angolano, a paz".
 
Segundo ainda o Ministério do Interior, "lamentavelmente, nos últimos dias constatam-se algumas incógnitas para a normalidade da vida nacional causadas por alguma crispação no ambiente sócio-político do país decorrente da competição entre partidos políticos, na afirmação dos seus objetivos que configuram fatores potenciais de risco, de conflitualidade que poderão afetar negativamente o país".
 
A UNITA anunciou no passado dia 15 a realização de uma manifestação "contra a repressão", na sequência do comunicado dois dias antes da Procuradoria-Geral da República de Angola sobre quatro detenções relacionadas com o rapto e provável homicídio de dois ex-militares.
 
Os dois desaparecidos, presumivelmente mortos, como assumiu a PGR no comunicado, são os ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em Luanda, a 27 e 29 de maio de 212, quando tentavam organizar uma manifestação de veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
 
Também dois dias depois do comunicado da PGR, o chefe do serviço de Inteligência e de Segurança do Estado (SINSE) de Angola, Sebastião Martins, foi demitido do cargo por José Eduardo dos Santos.
 
Num encontro realizado quinta-feira entre a UNITA e o ministro do Interior, o maior partido da oposição foi aconselhado a desistir da manifestação que convocou para este sábado em Luanda, porque o MPLA convocou para o mesmo dia uma manifestação.
 
Em conferência de imprensa hoje realizada, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, confirmou que iria manter para sábado o protesto "contra a repressão", mesmo depois de ter sido aconselhada pela polícia a desistir da participação nessa manifestação, classificando a intervenção da polícia neste processo como "ameaça velada".
 
NME // APN
 
UNITA mantém manifestação de sábado contra conselho da polícia
 
O maior partido da oposição em Angola, a UNITA, confirmou hoje que vai sair no sábado para a rua para protestar "contra a repressão", mesmo depois de ter sido aconselhada pela polícia a desistir da participação nessa manifestação.
 
O anúncio foi feito pelo presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, em conferência de imprensa, na qual classificou a intervenção da polícia angolana neste processo como "ameaça velada".
 
A polícia angolana aconselhou na quinta-feira a UNITA, maior partido da oposição, a desistir da manifestação que convocou para o próximo sábado em Luanda para protestar "contra a repressão", anunciou em conferência de imprensa o porta-voz da corporação.
 
O comissário Aristófanes dos Santos, que falava à imprensa no final de uma longa reunião de duas horas entre a direção da UNITA, o ministro do Interior, Ângelo Veiga, e o Comandante Geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, justificou o conselho com a pretensão do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, de se manifestar também no sábado na capital angolana.
 
Do lado da UNITA, o seu porta-voz, Alcides Sakala, disse que a direção do partido iria "refletir" sobre o conselho da Polícia Nacional.
 
A convocação da manifestação, anunciada no passado dia 15 pela UNITA, vem na sequência do comunicado divulgado dois dias antes pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola sobre quatro detenções relacionadas com o rapto e provável homicídio de dois ex-militares.
 
Os dois desaparecidos, presumivelmente mortos, como assumiu a PGR no comunicado, são os ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em Luanda, a 27 e 29 de maio de 2012, quando tentavam organizar uma manifestação de veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
 
Também dois dias depois do comunicado da PGR, o chefe do serviço de Inteligência e de Segurança do Estado (SINSE) de Angola, Sebastião Martins, foi demitido do cargo por José Eduardo dos Santos.
 
Sebastião Martins acumulava aquele cargo com o de ministro do Interior quando os dois ex-militares foram raptados.
 
Os motivos da exoneração não foram revelados, mas presume-se que estejam relacionados com o alegado envolvimento de agentes do SINSE na presumível morte de Isaías Cassule e Alves Kamulingue.
 
EL/MBA // VM
 

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