Ministério do
Interior angolano proíbe manifestações do MPLA e da UNITA de sábado
O Ministério do
Interior de Angola decidiu hoje proibir as manifestações convocadas, para
sábado, pelo MPLA, partido no poder, e pela UNITA, a maior força política da
oposição, considerando que não estão reunidas condições para a sua realização.
Em comunicado, o
Ministério do Interior refere que as manifestações não devem sair à rua,
"pois que as informações e evidência atentam que a realização das
manifestações de caráter político pelo partido MPLA e pelo partido UNITA
poderão constituir fatores de conflitualidade perturbadores da ordem, segurança
e tranquilidade públicas e até mesmo da segurança interna".
"Nesta
conformidade, o Ministério do Interior notificou o Ministério da Administração
do Território no sentido deste, por razões de segurança interna, em afirmação
da autoridade democrática do Estado orientasse os governos provinciais a
proibirem a realização das manifestações comunicadas pelo MPLA e pela
UNITA", informa o documento de nove pontos.
Na sua nota, o
Ministério do Interior adianta que orientou a Polícia Nacional a
"manter-se em prontidão e a tomar as necessárias medidas pertinentes para
a preservação e manutenção da ordem e segurança públicas dos cidadãos".
Aquele órgão do
Estado angolano apelou calma à população e a abster-se de participar nas
referidas manifestações, "denunciando todos os actos tendentes a pôr em
causa o bem comum mais precioso e tão duramente alcançado pelo povo angolano, a
paz".
Segundo ainda o
Ministério do Interior, "lamentavelmente, nos últimos dias constatam-se
algumas incógnitas para a normalidade da vida nacional causadas por alguma
crispação no ambiente sócio-político do país decorrente da competição entre
partidos políticos, na afirmação dos seus objetivos que configuram fatores
potenciais de risco, de conflitualidade que poderão afetar negativamente o
país".
A UNITA anunciou no
passado dia 15 a realização de uma manifestação "contra a repressão",
na sequência do comunicado dois dias antes da Procuradoria-Geral da República
de Angola sobre quatro detenções relacionadas com o rapto e provável homicídio
de dois ex-militares.
Os dois
desaparecidos, presumivelmente mortos, como assumiu a PGR no comunicado, são os
ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em
Luanda, a 27 e 29 de maio de 212, quando tentavam organizar uma manifestação de
veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
Também dois dias
depois do comunicado da PGR, o chefe do serviço de Inteligência e de Segurança
do Estado (SINSE) de Angola, Sebastião Martins, foi demitido do cargo por José
Eduardo dos Santos.
Num encontro
realizado quinta-feira entre a UNITA e o ministro do Interior, o maior partido
da oposição foi aconselhado a desistir da manifestação que convocou para este
sábado em Luanda, porque o MPLA convocou para o mesmo dia uma manifestação.
Em conferência de
imprensa hoje realizada, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, confirmou que iria
manter para sábado o protesto "contra a repressão", mesmo depois de
ter sido aconselhada pela polícia a desistir da participação nessa
manifestação, classificando a intervenção da polícia neste processo como
"ameaça velada".
NME // APN
UNITA mantém
manifestação de sábado contra conselho da polícia
O maior partido da
oposição em Angola, a UNITA, confirmou hoje que vai sair no sábado para a rua
para protestar "contra a repressão", mesmo depois de ter sido
aconselhada pela polícia a desistir da participação nessa manifestação.
O anúncio foi feito
pelo presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA),
Isaías Samakuva, em conferência de imprensa, na qual classificou a intervenção
da polícia angolana neste processo como "ameaça velada".
A polícia angolana
aconselhou na quinta-feira a UNITA, maior partido da oposição, a desistir da
manifestação que convocou para o próximo sábado em Luanda para protestar
"contra a repressão", anunciou em conferência de imprensa o porta-voz
da corporação.
O comissário
Aristófanes dos Santos, que falava à imprensa no final de uma longa reunião de
duas horas entre a direção da UNITA, o ministro do Interior, Ângelo Veiga, e o
Comandante Geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, justificou o conselho
com a pretensão do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no
poder, de se manifestar também no sábado na capital angolana.
Do lado da UNITA, o
seu porta-voz, Alcides Sakala, disse que a direção do partido iria
"refletir" sobre o conselho da Polícia Nacional.
A convocação da
manifestação, anunciada no passado dia 15 pela UNITA, vem na sequência do
comunicado divulgado dois dias antes pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
de Angola sobre quatro detenções relacionadas com o rapto e provável homicídio
de dois ex-militares.
Os dois
desaparecidos, presumivelmente mortos, como assumiu a PGR no comunicado, são os
ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em
Luanda, a 27 e 29 de maio de 2012, quando tentavam organizar uma manifestação
de veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
Também dois dias
depois do comunicado da PGR, o chefe do serviço de Inteligência e de Segurança
do Estado (SINSE) de Angola, Sebastião Martins, foi demitido do cargo por José
Eduardo dos Santos.
Sebastião Martins
acumulava aquele cargo com o de ministro do Interior quando os dois
ex-militares foram raptados.
Os motivos da
exoneração não foram revelados, mas presume-se que estejam relacionados com o
alegado envolvimento de agentes do SINSE na presumível morte de Isaías Cassule
e Alves Kamulingue.
EL/MBA // VM
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