Oito anos após as
primeiras denúncias que levaram à descoberta do esquema de corrupção que
aconteceu durante o governo Lula da Silva, conhecido como "mensalão",
onze condenados, incluindo importantes políticos, foram presos.
Na sexta-feira, o
Supremo Tribunal Federal brasileiro expediu 12 mandados de prisão, de um total
de 25 condenados. A primeira leva corresponde àqueles que já não podem mais
recorrer das condenações.
Descoberto em 2005,
o "mensalão", como ficou conhecido, foi um esquema de corrupção
ocorrido durante o primeiro mandato do presidente Lula da Silva.
O esquema consistia
no pagamento mensal ilegal a deputados da oposição, em troca de apoio político,
incluindo posicionamentos a favor de projetos do Governo em votações no
Congresso Nacional.
Entre os réus que
se integram nessa primeira fase de execução das penas figuram:
José Dirceu,
ex-ministro da Casa Civil durante o Governo Lula da Silva, condenado a dez anos
e dez meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha. Político com
longa carreira de militância, foi preso durante a ditadura militar, quando
viveu no exílio em Cuba. Ao regressar ao Brasil, ajudou a fundar o Partido dos
Trabalhadores (PT). Foi condenado como o chefe do esquema;
Jose Genoino,
ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, condenado a seis anos e 11 meses de
prisão por corrupção passiva e branqueamento de dinheiro. Os juízes entenderam
que ele ajudou a negociar com os partidos aliados e com os bancos que
alimentaram os pagamentos ilegais aos parlamentares;
Delúbio Soares,
condenado a oito anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa e formação de
quadrilha. Era tesoureiro do Partido dos Trabalhadores quando o esquema foi
descoberto;
Marcos Valério,
ex-empresário dono da agência de publicidade que realizava os pagamentos
ilegais aos parlamentares, condenado a 40 anos, quatro meses e seis dias de
prisão, como o "executor" de todo o esquema, enquadrado nos crimes de
formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, branqueamento de dinheiro e
evasão de divisas;
Kátia Rabello,
ex-presidente do Banco Rural, condenada a 16 anos e oito meses de prisão por
formação de quadrilha, branqueamento de dinheiro, gestão fraudulenta de
instituição financeira e evasão de divisas;
Jacinto Lamas,
ex-tesoureiro do Partido Liberal, atual Partido da República (PR), condenado a
cinco anos de prisão por formação de quadrilha, corrupção passiva e
branqueamento de dinheiro;
Simone Vasconcelos,
ex-funcionária de Marcos Valério, condenada a 12 anos e sete meses de prisão
por formação de quadrilha, branqueamento de dinheiro, corrupção ativa e evasão
de divisas.
Cristiano Paz,
ex-sócio de Marcos Valério, condenado a 25 anos e 11 meses de prisão por
formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro;
Romeu Queiroz,
ex-deputado do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), condenado a seis anos e
seis meses de prisão por branqueamento de dinheiro e corrupção passiva;
Ramon Hollerbach,
ex-sócio de Marcos Valério, condenado a 29 anos e sete meses por evasão de
divisas, corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha e branqueamento de
dinheiro;
José Roberto
Salgado, ex-diretor do Banco Rural, condenado a 16 anos e oito meses de prisão
por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de
instituição financeira e evasão de divisas.
Lusa
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