Pequim, 12 nov
(Lusa) - A liderança chinesa prometeu hoje atribuir um "papel
decisivo" ao mercado para "aprofundar as reformas económicas" e
encorajar o desenvolvimento de "diversas formas de propriedade", mas
mantendo o setor estatal como "dominante".
"A China
permanecerá fiel ao papel dominante do setor público, assumindo a liderança da
economia estatal, enquanto encorajará, apoiará e orientará o setor não público,
ampliando a sua vitalidade e criatividade", diz a resolução aprovada pelo
Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC) ao fim de quatro dias de
reunião.
De acordo com
extratos da resolução difundidos pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua,
"a China aprofundará as suas reformas económicas para assegurar que o
mercado desempenhará um papel decisivo na distribuição de recursos".
Pelas imagens
difundidas na televisão, que mostram os 370 membros efetivos e suplementes do
Comité Central do PCC votando de braço no ar, o documento parece ter sido
aprovado por unanimidade. Foi a terceira reunião do género desde o XVIII
Congresso do partido, há um ano, que ficou assinalado pela ascensão de uma nova
geração de líderes.
"A questão
central é tratar corretamente a relação entre o Governo e o mercado",
concluiu a nova liderança chinesa, encabeçada pelo secretário-geral do PCC e
Presidente da República, Xi Jinping.
Ainda no plano
económico, a Xinhua destacou a disposição de "aliviar as restrições ao
investimento" e "acelerar a construção de zonas de comércio
livre".
A liderança chinesa
anunciou a criação de um "Comité de Segurança do Estado", para
"melhorar sistemas e estratégicas que garantam a segurança nacional",
e reconheceu a necessidade de "prevenir conflitos sociais e melhorar a
segurança pública".
O plenário do
Comité Central do PCC, que reúne apenas duas vezes por ano, num hotel da zona
ocidental de Pequim, prometeu também "proteger o ambiente" e
"edificar uma civilização ecológica".
Descrita como
"crucial", a reunião ocorreu numa altura em que o modelo de
crescimento da China, assente nas exportações, parece esgotado.
Em 2012, o
crescimento do Produto Interno Bruto chinês abrandou para 7,7% - o mais baixo
desde o final da década de 1990 - e este ano deverá manter-se no mesmo valor.
A China é a segunda
economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, e tem as maiores reservas
cambiais do planeta, estimadas em 3,21 biliões de dólares (2,32 biliões de
euros).
AC // VM - Lusa
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