Pequim — A maior
produtora de petróleo da China, CNPC, fechou um acordo para adquirir uma filial
da Petrobras no Peru, confirmando a vontade do gigante asiático de reforçar sua
presença econômica na América Latina.
A China National
Petroleum Corporation (CNPC) anunciou que a operação será de 2,6 bilhões de
dólares.
A CNPC e sua
entidade com cotação na Bolsa PetroChina comprarão em conjunto a empresa,
segundo um comunicado da companhia estatal, que não esconde o desejo de
reforçar a presença na América do Sul.
"A empresa
adquirida possui três blocos de campos de petróleo e gás, com uma produção
atual de 0,8 milhão de tonelada equivalente petróleo por ano, assim como
reservas importantes", destacou a CNPC.
A maior produtora
de petróleo da China afirma que a compra - submetida ao acordo dos governos
envolvidos - permitirá "desenvolver suas operações na América
Latina".
A CNPC e a China
National Offshore Oil Corporation (CNOOC), outro grupo estatal chinês, integraram
no fim de outubro o consórcio que venceu o leilão para explorar o campo do
pré-sal de Libra, no Brasil.
O consórcio, no
qual as duas empresas chinesas têm 10% cada, também é integrado pela Petrobras,
a anglo-holandesa Shell e a francesa Total.
O gigantesco campo
de Libra, de 1.500 km2, situado na bacia de Santos, a 183 km da costa do Rio de
Janeiro, poderá alcançar uma produção máxima de 1,4 milhão de barris diários em
cinco anos, segundo estimativas oficiais.
A China, apesar da
relativa desaceleração de seu crescimento econômico no primeiro semestre do
ano, é o maior consumidor de energia no mundo e o segundo consumidor de
petróleo do planeta, atrás dos Estados Unidos.
O gigante asiático
é cada vez mais dependente das importações energéticas para cobrir suas
necessidades de petróleo e gás. As principais empresas estatais chinesas do
setor, CNPC, Sinopec e CNOOC, multiplicam as compras no exterior com o objetivo
de aumentar e diversificar os recursos, e a América Latina é um dos mercados
mais cobiçados.
Para Li Li,
analista da empresa C1 Energy, "todo o mundo compete para ter acesso aos
recursos energéticos do planeta" e, neste aspecto, o importante potencial
brasileiro é muito visado.
"Toda a
América do Sul está relativamente menos desenvolvida que o Brasil neste
sentido, mas o continente possui abundantes reservas de combustíveis (já
identificadas) e recursos (futuros), o que interessa muito às empresas
chinesas", completa a analista.
Em setembro, a
China se tornou o principal importador mundial de petróleo - com importações
líquidas de 6,3 milhões de barris diários (mbd), segundo a a Agência de
Informação sobre Energia (EIA) dos Estados Unidos.
O acordo para
adquirir uma filial da Petrobras reforça as relações econômicas entre os dois
países: a China já é o maior comprador de soja do Brasil, que é o 10º sócio
comercial de Pequim.
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