quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Guiné-Bissau: MORREU ARMANDO POMBO, VÍTIMA DE TORTURA EM CUMERÉ

 

Sobe para quatro o número de mortes
 
Jornal de São Tomé
 
Bissau - A vítima de espancamento e de tortura no Centro de Instrução Militar de Cumeré faleceu esta quarta-feira, 13 de Novembro, segundo avançaram fontes familiares à PNN.
 
Armando Pombo, de 51 anos de idade, pertencia à Brigada Engenheira Militar. Com a sua morte sobe para quatro o número de vítimas mortais em Cumeré, resultado das torturas de que alguns militares e agentes da polícia foram alvo.

Uma semana antes da morte de Armando Pombo, a 6 de Novembro, o Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, foi ao seu encontro.

Um comunicado de imprensa do UNIOGBIS sobre o estado de saúde da vítima informou sobre a deslocação de Ramos-Horta à Clínica Artemisa, onde estava internado Armando Pombo. O documento do UNIOGBIS apontou também a existência de várias vítimas de agressão naquele local, citando fontes familiares.

«O Diagnóstico médico mostra que foi gravemente ferido e corre risco de vida, necessitando de tratamento especializado imediato», referiu a nota.

O gabinete de Ban Ki-moon em Bissau indicou que José Ramos-Horta iria assumir, a título pessoal, os encargos médicos do Capitão Pombo atá à normalização do seu estado clínico, justificando a medida com a insuficiência de condições de assistência médica na capital guineense.

O Representante Especial da ONU mostrou-se indignado perante os métodos de formação militar e policial, que ignoram completamente os princípios básicos do respeito pelos direitos humanos e pela dignidade dos formandos.

«De igual modo considerou absurdo, brutal e inconsistente, a imposição deste tipo de formação na qual fazem parte pessoas com idade avançada», lamentou, exortando o fim imediato destas acções.

O documento informou ainda que José Ramos-Horta ficou surpreendido com o facto de os oficiais de diversas categorias tenham sido submetidos a treino militar em Cumeré.

«Exorto as autoridades de transição para que concedam as devidas compensações aos familiares das vítimas mortais e que assumam os custos dos tratamentos médicos dos feridos», termina o comunicado do UNIOGBIS.
 
(c) PNN Portuguese News Network
 

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