domingo, 3 de novembro de 2013

Khamenei: “Não estou otimista”, diz líder supremo do Irã sobre negociações nucleares

 


"Melhor se elas derem frutos, mas, se não derem resultados, o país deve confiar em si mesmo”, afirmou Ali Khamenei
 
Opera Mundi – São Paulo
 
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou neste domingo (03/11) que “não está otimista” com as negociações sobre o programa nucelar do país, mas apoiou as conversas que vêm se desenvolvendo entre os persas e países ocidentais. A declaração, dada durante um discurso, de acordo com a AFP, foi registrada no site oficial do aiatolá.
 
“Não estou otimista com as negociações. (...) Melhor se elas derem frutos, mas, se não derem resultados, o país deve confiar em si mesmo”, disse. “Nós não devemos confiar em um inimigo que nos sorri. Os americanos sorriem para nós e dizem que querem negociar, mas, ao mesmo tempo, eles dizem que todas as opções estão sobre a mesa.”
 
Khamenei aproveitou o discurso, também, para atacar Israel, a quem chamou de “ilegal e bastardo”.
 
Negociações nucleares
 
Nesta semana, o grupo 5 + 1 (formado por Estados Unidos, França, China, Reino Unido, Rússia e Alemanha) se reúne novamente com diplomatas iranianos em Genebra, na Suíça, para discutir o programa nuclear do país. Essa será a segunda vez em que o encontro acontece.
 
As negociações começaram após a posse do presidente Hassan Rouhani, que tem tentado colocar em prática uma política de distensão em relação ao assunto. Em setembro deste ano, pela primeira vez desde 1979, um dirigente iraniano conversou por telefone com um presidente americano. Após a ligação, Barack Obama confirmou que o tema havia sido o programa nuclear.
 
No mês passado, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que “seria uma negligência diplomática” por parte de Washington não buscar o diálogo com o Irã. No entanto, o dirigente afirmou que essa aproximação requer primeiro ações concretas por parte do governo de Teerã.
 
Pouco antes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia pedido que os Estados Unidos não confiassem nos recentes gestos conciliatórios de Rouhani. Quanto a isso Kerry afirmou que não buscar a aproximação com Teerã seria uma "negligência diplomática do pior tipo".
 
"Eu não interpretei os comentários do primeiro-ministro Netanyahu como uma sugestão de que estamos sendo considerados tolos. Entendi que se tratava de uma advertência: não se deixem enganar", explicou o secretário.
 
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