Díli, 14 nov (Lusa)
- A ministra das Finanças de Timor-Leste, Emília Pires, afirmou-se hoje
disponível para colaborar com as autoridades judiciais, depois de ter sido
ouvida durante cerca de três horas na Comissão Anticorrupção, em Díli.
Fontes judiciais
contactadas pela agência Lusa disseram que a ministra está a ser investigada
por alegada corrupção passiva em ato lícito e por participação económica em
negócio.
"A ministra
das Finanças também colabora com a Justiça, mas está sujeita ao segredo de
justiça", afirmou aos jornalistas Emília Pires, no final da audição,
escusando-se a falar e lembrando que não respeitar o segredo de justiça é crime
e prejudica as investigações.
Para a ministra, é
dever de todos os cidadãos cumprir a lei e colaborar com a justiça, que, por
seu lado, deve fazer o seu trabalho com imparcialidade e a respeitar os
direitos constitucionais de todos os cidadãos.
A Comissão
Anticorrupção foi criada em 2009 mas apenas começou a funcionar em fevereiro de
2011.
A CAC foi criada
com objetivo de dotar o Estado de uma polícia criminal especializada e
independente que, em articulação com as autoridades competentes, combata a
corrupção.
O organismo reporta
diretamente ao parlamento nacional e tem poder para iniciar e conduzir
investigações criminais a casos de corrupção, além da responsabilidade de
educar e sensibilizar as pessoas para o combate à corrupção.
Nos três anos de
existência, a Comissão Anticorrupção investigou 56 casos de alegada corrupção
que envolveram funcionários públicos, incluindo ministros.
Até ao momento, o
mais mediático dos casos investigados pela CAC foi o que envolveu a antiga
ministra da Justiça timorense Lúcia Lobato, que se encontra presa para cumprir
cinco anos de prisão por crime de participação económica em negócio.
MSE // APN - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário