Incendiado palco de
comício da Frelimo na Beira
Desconhecidos
incendiaram durante a noite o palco para o comício de encerramento da campanha
eleitoral da Frelimo, na Beira, disseram à Lusa residentes na segunda cidade do
país.
"O atrelado do
camião que ia servir de palco está totalmente carbonizado e estão a
substituí-lo por outro atrelado", disse à Lusa, por telefone, uma
testemunha ocular.
O palco estava
instalado no Campo de Samora, no bairro de Matacuane, para o comício de
encerramento, hoje, da campanha de Jaime Neto, da Frelimo, ao município da
Beira, nas eleições de quarta-feira.
A vandalização do
palco surgiu após um dia de confrontos entre apoiantes da Frelimo, partido no
poder, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), da oposição e que
governa o município da Beira, seguidos de intervenção policial, que dispersou o
comício de encerramento do MDM.
Um balanço feito no
sábado à Lusa por um responsável do Hospital Central da Beira indicava a
existência de 26 feridos em resultado da violência na cidade.
"A situação na
Beira está tensa, mas calma", avançou outro residente na cidade, indicando
como sinal de "normalidade" o facto das diversas igrejas estarem
"cheias de fiéis" na celebração de cultos.
O MDM, que
recandidata o seu presidente, Daviz Simango, a um novo mandato na autarquia,
prolongou a sua campanha eleitoral que devia ter terminado no sábado com o
comício no bairro da Munhava, entretanto dissolvido pela polícia.
Hoje, último dia de
campanha, o terceiro partido parlamentar fará campanha nos bairros da cidade.
Lusa
Beira acordou hoje
retraída e sob forte cordão de segurança
O bairro da
Munhava, o mais populoso da Beira, centro de Moçambique, palco de confrontos
entre polícia e populares, no sábado, acordou hoje retraída, sob forte cordão
de segurança, que protege a sede da Frelimo, ameaçada de invasão.
"Os disparos
da polícia continuaram pela madrugada, e os jovens têm sido alvo de
torturas" conta à Lusa Justina Manuel, que perdeu nos confrontos os
"pingos", gelo de fruta, o negócio com que sustenta a família.
"Ainda
ressentimos da agressão da polícia. Foi dramático viver a situação, pois as
crianças foram desmaiando noite adentro" descreve Antonieta Rodrigues, que
se refugiou com a filha no interior da primeira casa que avistou, quando começaram
os confrontos.
O trânsito, na
principal estrada do bairro, continua condicionado depois da retirada, no
princípio da manhã de hoje, de uma viatura incendiada e um contentor de lixo
que bloqueavam a via.
No culto religioso
da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, na berma do campo, onde a polícia
disparou e lançou gás lacrimogéneo contra os apoiantes do Movimento Democrático
de Moçambique (MDM), durante o comício de Daviz Simango, foram invocadas as
vitimas do incidente.
"A segurança
ainda não é das melhores no bairro da Munhava" precisou Elisabete
Azevedo-Harman, observadora eleitoral do Electoral Institute of Southern África
(EISE), que saiu ilesa dos confrontos.
A sede local da
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) está isolada, e um contingente
policial guarnece uma dezena de simpatizantes do partido no poder, empunhando
dísticos e bandeiras.
Por perto, um grupo
de vendedores de cabritos lamenta os confrontos de sábado e a presença da
polícia "que estraga o negócio, por intimidar os clientes".
Lusa
*Título PG
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