Jornal de Notícias
O
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, reúne-se, esta quarta-feira, com os
parceiros sociais para discutir, de uma forma inédita, na Comissão Permanente
da Concertação Social, a proposta de Orçamento do Estado para 2014.
"Será uma
reunião inédita, nunca aconteceu, normalmente o Conselho Económico e Social dá
um parecer, que já foi feito, mas não tenho ideia de alguma vez o primeiro-ministro
ter-se deslocado ao conselho permanente para discutir o Orçamento do Estado.
Essa reunião é feita por iniciativa do próprio primeiro-ministro", disse o
presidente do CES, Silva Peneda, na segunda-feira no final de uma audição
parlamentar.
O responsável
anunciou a realização desta reunião no sábado, à margem do Congresso para o
Crescimento Sustentável, que decorreu no Instituto Superior de Ciências Sociais
e Políticas (ISCSP) mostrando-se "muito satisfeito" com o facto.
De acordo com a
informação divulgada no 'site' do Conselho Económico e Social (CES), a reunião
decorrerá a partir das 10:15, em Lisboa.
O secretário-geral
da CGTP-IN, Arménio Carlos, considerou na terça-feira, numa reação a esta
decisão de Passos Coelho, que o primeiro-ministro pretende transformar a
concertação social na antiga câmara corporativa do Estado Novo e manifestou-se
sem expectativas em relação à reunião de hoje.
"A proposta de
Orçamento do Estado para 2014 tem é de ser discutida na Assembleia da
República, porque é esse o espaço adequado. A sensação que temos é que o
primeiro-ministro está a procurar iludir os portugueses, fazendo da concertação
social a reposição da câmara das corporações", consideoru Arménio Carlos.
O dirigente máximo
da CGTP-IN disse que o primeiro-ministro "chama os parceiros sociais não
para discutir ou negociar, porque se estivesse interessado em discutir e
negociar já o tinha feito, nomeadamente com os sindicatos da administração
pública e do setor empresarial do Estado".
Durante a reunião,
a CGTP-IN dará a sua opinião sobre o Orçamento e apresentará ao
primeiro-ministro as suas alternativas "para a política de rendimentos,
para as funções sociais do Estado e para a política fiscal", revelou
Arménio Carlos.
Sensivelmente à
mesma hora da reunião entre os parceiros sociais e Passos Coelho, a ministra
das Finanças, Maria Luís Albuquerque estará presente na Comissão de Orçamento,
Finanças e Administração Pública, naquela que será a última audição no âmbito
da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2014.
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