O arcebispo emérito de Lubango, Zacarias Kamuenho, admitiu hoje que a
saída do Presidente José Eduardo dos Santos após três décadas à frente do
destino de Angola pode criar "convulsões" no país.
Zacarias Kamuenho,
que recebeu em 2001 o prémio Sakharov e hoje esteve em Estrasburgo no âmbito
das celebrações do 25.º aniversário deste galardão, disse à Lusa que a
eternização de José Eduardo dos Santos no poder "revela que algo da
democracia não vai como devia", mas destacou que o que segue é uma
incógnita.
"Já vimos
países [que foram] prósperos durante algum tempo (...) depois vieram as
eleições e depois outras eleições e o país foi abaixo. É isso que nós também
tememos, que venha a haver convulsões. Oxalá não haja e que depois disto, quem
vier a governar possa agarrar o país e conduzi-lo de maneira democrática, na
paz e na tranquilidade", declarou o arcebispo, instado a comentar uma
entrevista recente do Presidente angolano a um canal de televisão brasileiro em
que afirmou que a sua substituição está a ser discutida.
Lusa, em Angola 24 Horas
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