Téla Nón
Carlos Vila Nova (na
foto) ex-ministro dos recursos naturais, recentemente desmentiu tudo, até o
conteúdo da carta que a Stena Oil enviou ao actual Primeiro-ministro. Disse que
não assinou nenhum acordo envolvendo barcos que ilegalmente negociavam petróleo
nas águas nacionais. Mas, o Téla Nón teve acesso ao ACORDO que afinal de contas
Vila Nova assinou sim senhor.
«Não há
absolutamente nenhum acordo ou contrato que eu tenha assinado em nome do
Governo, e que se prende com os negócios da Stena Oil. Seja Stena Oil, seja os
negócios ligados às embarcações que se encontram aqui, ligadas a mesma empresa»,
declaração do ex-Ministro das Infra-estruturas e Recursos Naturais Carlos Vila
Nova, no dia 28 de Outubro último.
O ex-Ministro
reagiu assim ao conteúdo da carta que a empresa sueca Stena Oil, enviou ao
actual Primeiro-ministro Gabriel Costa, informando-lhe sobre a existência de um
acordo assinado entre o anterior Governo de Patrice Trovoada e um consórcio
nórdico em que uma das partes é uma empresa sueca com ligações à própria Stena
Oil. A carta enviada ao Chefe do Governo são-tomense pretendia explicar a razão
de ser e a legalidade talvez, da presença dos dois navios considerados piratas
que foram capturados pela guarda costeira a operara ilegalmente nas águas
nacionais.
O ex-Ministro dos
recursos naturais do Governo comandado pelo economista Patrice Trovoada,
reconheceu no entanto que pôs sua assinatura apenas e só, num memorandum que
iria abrir caminho para as partes sedimentarem acordos ou contratos, e nada
mais. «Trata-se de um memorandum de entendimento que assinei com uma empresa
nórdica, isto porque durante o exercício do décimo quarto governo
constitucional, tentamos transformar São Tomé e Príncipe numa plataforma de
serviços».
Carlos Vila Nova
desmentiu a existência de qualquer acordo, sustentou o desmentido, e lançou um
desafio. «E assim o que posso fazer é lançar um desafio para que torne público
todo e qualquer documento de acordo ou contrato que eu tenha assinado nesta
matéria ligado a Stena Oli», referiu o ex-ministro em Outubro último.
Para não cansar os
leitores, o Téla Nón exibe a versão portuguesa do memorandum que o ex-Ministro
reconheceu ter assinado. CLIQUE – MEMORANDUM
Para sem mais
rodeios desmontar a mentira, o Jornal Digital Téla Nón, mostra também ao
público a cópia do ACORDO em versão portuguesa, que o ex-ministro Carlos Vila
Nova assinou em Junho do ano 2011, com o mesmo consórcio que tem ligações com a
Stena Oil, como referiu a mesma empresa Stena Oil, na carta que enviou ao Chefe
do Governo são-tomense. CLIQUE – ACORDO
SECRETO
A leitura atenta do
documento permitirá a cada são-tomense, comprovar que a mentira tem pernas
curtas.
O mais grave em
tudo isso é o facto das instituições do Estado são-tomense não terem tido
conhecimento deste e outros contratos que foram assinados durante a vigência do
XIV governo constitucional. Facto que foi bastante reclamado na última sessão
plenária da Assembleia Nacional, durante o debate de urgência solicitado pelo
ADI, sobre os 2 barcos que foram capturados pela Guarda Costeira. Por sinal o
mesmo partido que era poder quando os barcos começaram a entrar nas águas
nacionais para fazer seus negócios, alegadamente a luz dos acordos assinados.
O Téla Nón sabe que
o Estado são-tomense está a tomar conhecimento sobre os tais acordos, através
das entidades privadas que se tem manifestado, informando o actual governo
sobre os negócios, contratos e acordos, que também não geraram qualquer
dividendo para o país. Isto apesar de os barcos terem invadido as águas
nacionais operando e transbordando.
Note-se que para
além deste contrato com o consórcio nórdico para negociar petróleo e fazer
outras operações petrolíferas nas águas nacionais, o mesmo governo de Patrice Trovoada,
assinou acordo com a empresa asiática Bluesky com sede na Libéria, para
explorar petróleo e gás nas águas nacionais. A tal empresa de capital taiwanês,
também colocou barcos gigantes ao largo de São Tomé, realizava manobras
nocturnas e diurnas, e depois zarparam do país sem pagar ao Estado Real (São
Tomé e Príncipe), mais de 300 mil dólares em taxas de estacionamento.
Mais tarde o Téla
Nón deu a notícia de que a empresa em causa, a Bluesky, que alegadamente estava
a criar porto flutuante ao largo de São Tomé no quadro de outro acordo com o
então governo, estava falida e os seus barcos estavam a ser confiscados em toda
a parte do mundo.
Aliás uma das
empresas envolvidas no conflito dos barcos capturados pela guarda costeira
denunciou este facto, tendo dito que os tais barcos da Bluesky, que recebiam
visita do ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada, estavam escondidos em São Tomé
em fuga da justiça internacional, que os procurava para penhorar. Verdade mais
tarde comprovada num artigo do Téla Nón que citou uma imprensa internacional
especializada em negócios mercantis.
Em dois anos o
território marítimo são-tomense, por sinal 160 vezes maior do que a terra do
arquipélago, se transformou numa placa de negócios complexos, escuros e
desconhecidos para o Estado, que só via barcos em manobras a ir e a vir.
Abel Veiga
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