terça-feira, 12 de novembro de 2013

São Tomé e Príncipe: Ex-ministro dos recursos naturais de Patrice Trovoada está tramado

 

Téla Nón
 
Carlos Vila Nova (na foto) ex-ministro dos recursos naturais, recentemente desmentiu tudo, até o conteúdo da carta que a Stena Oil enviou ao actual Primeiro-ministro. Disse que não assinou nenhum acordo envolvendo barcos que ilegalmente negociavam petróleo nas águas nacionais. Mas, o Téla Nón teve acesso ao ACORDO que afinal de contas Vila Nova assinou sim senhor.
 
«Não há absolutamente nenhum acordo ou contrato que eu tenha assinado em nome do Governo, e que se prende com os negócios da Stena Oil. Seja Stena Oil, seja os negócios ligados às embarcações que se encontram aqui, ligadas a mesma empresa», declaração do ex-Ministro das Infra-estruturas e Recursos Naturais Carlos Vila Nova, no dia 28 de Outubro último.
 
O ex-Ministro reagiu assim ao conteúdo da carta que a empresa sueca Stena Oil, enviou ao actual Primeiro-ministro Gabriel Costa, informando-lhe sobre a existência de um acordo assinado entre o anterior Governo de Patrice Trovoada e um consórcio nórdico em que uma das partes é uma empresa sueca com ligações à própria Stena Oil. A carta enviada ao Chefe do Governo são-tomense pretendia explicar a razão de ser e a legalidade talvez, da presença dos dois navios considerados piratas que foram capturados pela guarda costeira a operara ilegalmente nas águas nacionais.
 
O ex-Ministro dos recursos naturais do Governo comandado pelo economista Patrice Trovoada, reconheceu no entanto que pôs sua assinatura apenas e só, num memorandum que iria abrir caminho para as partes sedimentarem acordos ou contratos, e nada mais. «Trata-se de um memorandum de entendimento que assinei com uma empresa nórdica, isto porque durante o exercício do décimo quarto governo constitucional, tentamos transformar São Tomé e Príncipe numa plataforma de serviços».
 
Carlos Vila Nova desmentiu a existência de qualquer acordo, sustentou o desmentido, e lançou um desafio. «E assim o que posso fazer é lançar um desafio para que torne público todo e qualquer documento de acordo ou contrato que eu tenha assinado nesta matéria ligado a Stena Oli», referiu o ex-ministro em Outubro último.
 
Para não cansar os leitores, o Téla Nón exibe a versão portuguesa do memorandum que o ex-Ministro reconheceu ter assinado. CLIQUE – MEMORANDUM
 
Para sem mais rodeios desmontar a mentira, o Jornal Digital Téla Nón, mostra também ao público a cópia do ACORDO em versão portuguesa, que o ex-ministro Carlos Vila Nova assinou em Junho do ano 2011, com o mesmo consórcio que tem ligações com a Stena Oil, como referiu a mesma empresa Stena Oil, na carta que enviou ao Chefe do Governo são-tomense. CLIQUE – ACORDO SECRETO
 
A leitura atenta do documento permitirá a cada são-tomense, comprovar que a mentira tem pernas curtas.
 
O mais grave em tudo isso é o facto das instituições do Estado são-tomense não terem tido conhecimento deste e outros contratos que foram assinados durante a vigência do XIV governo constitucional. Facto que foi bastante reclamado na última sessão plenária da Assembleia Nacional, durante o debate de urgência solicitado pelo ADI, sobre os 2 barcos que foram capturados pela Guarda Costeira. Por sinal o mesmo partido que era poder quando os barcos começaram a entrar nas águas nacionais para fazer seus negócios, alegadamente a luz dos acordos assinados.
 
O Téla Nón sabe que o Estado são-tomense está a tomar conhecimento sobre os tais acordos, através das entidades privadas que se tem manifestado, informando o actual governo sobre os negócios, contratos e acordos, que também não geraram qualquer dividendo para o país. Isto apesar de os barcos terem invadido as águas nacionais operando e transbordando.
 
Note-se que para além deste contrato com o consórcio nórdico para negociar petróleo e fazer outras operações petrolíferas nas águas nacionais, o mesmo governo de Patrice Trovoada, assinou acordo com a empresa asiática Bluesky com sede na Libéria, para explorar petróleo e gás nas águas nacionais. A tal empresa de capital taiwanês, também colocou barcos gigantes ao largo de São Tomé, realizava manobras nocturnas e diurnas, e depois zarparam do país sem pagar ao Estado Real (São Tomé e Príncipe), mais de 300 mil dólares em taxas de estacionamento.
 
Mais tarde o Téla Nón deu a notícia de que a empresa em causa, a Bluesky, que alegadamente estava a criar porto flutuante ao largo de São Tomé no quadro de outro acordo com o então governo, estava falida e os seus barcos estavam a ser confiscados em toda a parte do mundo.
 
Aliás uma das empresas envolvidas no conflito dos barcos capturados pela guarda costeira denunciou este facto, tendo dito que os tais barcos da Bluesky, que recebiam visita do ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada, estavam escondidos em São Tomé em fuga da justiça internacional, que os procurava para penhorar. Verdade mais tarde comprovada num artigo do Téla Nón que citou uma imprensa internacional especializada em negócios mercantis.
 
Em dois anos o território marítimo são-tomense, por sinal 160 vezes maior do que a terra do arquipélago, se transformou numa placa de negócios complexos, escuros e desconhecidos para o Estado, que só via barcos em manobras a ir e a vir.
 
Abel Veiga
 
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