O Eça
Depois de um
interregno de vários meses retomo a publicação neste espaço para partilhar
convosco, caros leitores, a minha preocupação pelo exacerbar de posições -
veiculadas por alguma comunicação social e pelas redes sociais 'face' e blogues
- de dois dos nossos antigos guerrilheiros que deram a sua vida pela luta de
libertação nacional na frente armada e diplomática. Falo da polémica surgida
nestes últimas semanas sobre a participação de Mauk Moruk, antigo comandante da
Brigada Vermelha (até finais de 1984), na reorganização e reestruturação da
Resistência liderada por comandante Xanana. Pelo que conheço de Mauk, esta
polémica com o seu antigo comandante-em-chefe, Xanana Gusmão, nunca teria
lugar, agora, passados 29 anos de desentendimentos entre os dois relativa à
condução da Luta. Mauk sempre quis, desde 90, uma aproximação política a Xanana
a bem da Luta pela independência e - depois de conseguida a Libertação - sempre
defendeu estabilidade social e política do país. Mauk era incapaz de expor o
seu Povo a um novo sofrimento pela ambição pelo poder, pelo que conheço deste
antigo guerrilheiro temido pelos, então, soldados ocupantes. Como sói dizer-se
'a política é mutável', o que é hoje, amanhã já não será o mesmo. Contudo,
espero que Mauk não tenha mudado ao ponto de querer provocar uma instabilidade
política que leve a população a fuzir de novo de suas casas e terras à procura
de abrigo, como sucedeu no passado muito recente.
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Na foto: Departamento
de Informação, Agitação e Propaganda, Mau Hodu, Comissário Político da Brigada
Vermelha, Xanana Gusmão, Comandante-em-Chefe das Falintil, KiliK, Chefe do
Estado-Maior das FALINTIL, Ma'Huno, Comissário Político da Região Haksolok e Mauk Moruk, 1º Comandante da Brigada Vermelha, exibindo armamento militar capturado
ao exército indonésio, no acampamento de Gatott, áreas de Bibileu. Março de
1983.
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