Milhares de pessoas
nas ruas de Banguecoque em protesto contra Governo
25 de Novembro de
2013, 16:43
Banguecoque, 25 nov
(Lusa) -- Milhares de pessoas manifestaram-se hoje nas ruas junto à sede do
Governo e do Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês em Banguecoque
exigindo a saída do Governo Yingluck Shinawatra.
A manifestação
acontece ao mesmo tempo que milhares de "camisas vermelhas",
seguidores da primeira-ministra se manifestaram no estádio nacional
Rajamangala, com capacidade para 49.000 pessoas, contrariando a mobilização
antigovernamental.
Na noite de
domingo, Suthep Thaugsuban, antigo vice-primeiro-ministro e ex-deputado do
Partido Democrata, hoje na oposição, sublinhou que o protesto não visa apenas a
queda do Governo, mas também o fim do "regime Thaksin", numa
referência ao antigo chefe do Governo, deposto e julgado por corrupção, e irmão
de Yingluck.
"Não iremos
parar mesmo depois de Yingluck Shinawatra se demitir ou seja dissolvido o
parlamento", afirmou Suthep perante milhares de manifestantes no Monumento
à Democracia.
Na próxima
sexta-feira, o Governo de Yingluck vai submeter-se a uma moção de censura
depois da crise desencadeada pela proposta de lei de amnistia recusada pelo
Senado, e a iniciativa de reformar o Senado bloqueada pelo Tribunal
Constitucional.
A lei da amnistia
determinava o perdão dos condenados por crimes políticos, incluindo a
corrupção, pilhagem e homicídio desde 01 de janeiro de 2004 até agosto de 2013,
excetuando aqueles que estavam acusados de crimes contra a monarquia.
A oposição
denunciou que a lei pretendia "branquear" os abusos cometidos no
passado e permitir o regresso ao país de Thaksin Shinawatra, deposto por um
golpe militar em 2006.
O Governo de
Yingluck pretendia também reformar o Senado para que todos os seus membros
fossem eleitos nas urnas já que atualmente metade dos membros é nomeada por um
comité.
Ao protesto
liderado por Suthep Thaugsuban juntaram-se vários grupos conotados com a
oposição ao governo.
Os camisas
vermelhas são membros do movimento civil criado após o golpe militar de 2006
com o objetivo de restabelecer em funções o deposto primeiro-ministro Thaksin
Shinawatra, irmão mais velho de Yingluck.
Nas ruas, o
movimento de camisas vermelhas está associado à Frente Unida para a Democracia
e Contra a Ditadura, enquanto na política está associado ao partido Puea Thai.
Em 2010, com um
governo liderado pelo Partido Democrata, os camisas vermelhas ocuparam o centro
financeiro de Banguecoque durante mais de dois meses para obrigar o Executivo a
abandonar o poder, um protesto que resultou em 92 mortos, 1.800 feridos e
milhares de dólares em prejuízos económicos e materiais.
Um ano depois,
Yingluck abandonou a carreira empresarial e sem qualquer experiência política
candidatou-se à chefia do Governo que viria a conquistar em julho.
JCS // JCS
Manifestantes
entram em ministério tailandês em maior protesto desde 2010
25 de Novembro de
2013, 19:12
Banguecoque, 25 nov
(Lusa) - Centenas de partidários da oposição tailandesa que reclama a demissão
da primeira-ministra invadiram hoje um ministério e ameaçam ocupar outros
edifícios governamentais, último desenvolvimento do movimento de rua mais
importante desde a crise de 2010.
Ao início da tarde
de hoje, centenas de manifestantes entraram no complexo do ministério das
Finanças, relatou uma jornalista da AFP.
"É a última
etapa da desobediência civil", declarou à multidão Suthep Thaugsuban, um
dos dirigentes do Partido Democrata, principal partido da oposição, que entrou
no complexo com os manifestantes.
"Se os
funcionários não pararem o seu trabalho, nós tomaremos todos os ministérios
amanhã para mostrar que o sistema de Thaksin não tem legitimidade para dirigir
o país", acrescentou, numa referência à antiga primeira-ministra no
exílio, Thaksin Shinawatra, que continua no coração da política do reino.
Muitas dezenas de
milhares de opositores ao governo de Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin,
marcharam hoje de manhã em direção a uma dezena de locais, incluindo as sedes
da polícia, do exército e das cadeias de televisão.
A gritar
"Thaksin rua, o exército connosco", alguns participantes apelaram a
uma intervenção militar num país que teve 18 golpes de Estado ou tentativas
desde o estabelecimento da monarquia constitucional em 1932, entre os quais o
que depôs Thaksin em 2006.
Simbolicamente, os
manifestantes entregaram rosas aos membros das forças de segurança.
Espalhados pela
capital tailandesa, os manifestantes agitavam bandeiras tailandesas num ruído
ensurdecedor de apitos que se tornou o seu sinal de ligação.
As ruas do centro
da cidade, habitualmente engarrafadas, só tinham manifestantes e o acesso à
sede do governo estava bloqueado por grandes blocos de cimento.
Os partidários da
oposição, entre 150 e 180 mil segundo as autoridades, mas mais segundo os
organizadores, já se tinham reunido no domingo após semanas de mobilização
quase diária, que faz temer excessos numa cidade habituada a violência
política.
A última crise, na
primavera de 2010, viu cerca de 100 mil "camisas vermelhas", fiéis a
Thaksin, ocupar o centro de Banguecoque durante dois meses para reclamar a
demissão do governo de então, dirigido pelo chefe do partido democrata Abhisit
Vejjajiva.
FPA // PJA
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