Angola é o único
país de língua oficial portuguesa que melhora a pontuação no Índice de
Corrupção Percecionada (ICP), divulgado hoje pela Transparência Internacional,
apesar de continuar a ter um dos piores resultados entre os países lusófonos.
O relatório deste
ano, no que à lusofonia diz respeito, revela que apenas Angola conseguiu ter
mais pontos que no ano passado, passando de 22 para 23, numa escala de 0 a 100,
"em que 0 significa que o país é percecionado como altamente corrupto, e
100 que um país é muito limpo", segundo as notas explicativas que
acompanham a divulgação do documento.
Este ponto vale a
Angola uma melhoria de quatro posições, para o 153º lugar, no 'ranking' que
ordena os 177 países em função da corrupção percecionada pelos peritos que mais
de perto trabalham com o setor público, explicam os autores do relatório da
Transparência Internacional, que junta indicadores de 13 relatórios, elaborados
por organizações tão distintas como o Banco Mundial, a Economist Intelligence
Unit, o Banco Africano para o Desenvolvimento ou a Fundação Bertelsmann.
De acordo com o
relatório deste ano, entre os lusófonos, só na Guiné Bissau existe mais
corrupção percecionada. O país tem apenas 19 em 100 pontos possíveis, ficando,
também por isso, no 163º lugar da lista de 177 países, curiosamente exatamente
com os mesmo resultados que a Guiné Equatorial, que já manifestou intenção
formal de aderir à comunidade que junta os países de língua oficial portuguesa.
A Guiné-Bissau
piora o resultado face ao ano passado, passando de 24 para 19 pontos, e caindo
de 154º para 163º.
Na lista hoje
divulgada segue-se Moçambique e Timor-Leste, ambos com 30 pontos (sendo que
Moçambique piora um ponto e Timor três pontos face ao ano passado), e ambos na
119º posição do ranking.
Continuando a olhar
para os números hoje divulgados, constata-se que São Tomé e Príncipe e Brasil,
os dois com 42 pontos, estão no meio da tabela, mas ao passo que o arquipélago
africano mantém o 72º posto no 'ranking', o Brasil perde quatro lugares,
passando de 69º para 72º.
Já claramente na
metade superior da tabela estão Cabo Verde e Portugal, com 58 e 62 pontos. Face
ao ano passado, Cabo Verde tem menos um ponto e cai de 69º para 72º, ao passo
que Portugal mantém o 33º lugar, mas como menos um ponto que no ano passado.
No geral, mais de
dois terços dos 177 países analisados no ICP deste ano têm uma nota negativa,
de acordo com a organização Transparência Internacional.
"Mais de dois
terços dos 177 países analisados no índice deste ano têm menos de 50 pontos,
numa escala em que zero revela um país percecionado como altamente corrupto, e
100 um país percecionado como muito transparente", segundo o documento,
que mostra que a Dinamarca e a Nova Zelândia, com 91 pontos em 100 possíveis,
são os países percecionados como menos corruptos estando, no outro lado da lista,
o Afeganistão, a Coreia do Norte e a Somália, com apenas 8 pontos
Na edição deste
ano, os países onde houve melhoramentos mais significativamente percionados
foram o Brunei, Laos, Senegal, Nepal, Estónia, Grécia, Lesoto e Lituânia,
equanto que os que mais pioraram foram a Síria, a âmbia, a Guiné Bissau, a
Líbia, o Maili e Espanha, entre outros.
Espanha, aliás,
teve uma significativa descida, piorando de 65 pontos para 59, o que lhe valeu
uma descida no ranking, de 30º para 40º.
Lusa
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