Na abertura do
congresso do PT, a defesa dos petistas condenados pela AP 470 ficou a cargo de
Rui Falcão, que chamou o julgamento de tsunami de manipulação
Najla Passos –
Carta Maior
Brasília - O
Partido dos Trabalhadores (PT) deu início ao seu 5º Congresso, na noite desta
quinta (12), em Brasília, com uma demonstração categórica do vigor e do
compromisso da militância em reeleger a presidenta Dilma Rousseff em 2014, além
de intensificar a defesa de bandeiras históricas da legenda, como a reforma
política e a democratização da mídia. Não funcionou, entretanto, a tentativa
dos organizadores do evento de descolar da solenidade de abertura o ato de
desagravo aos petistas condenados pela ação penal 470 o chamado “mensalão”,
marcado para a manhã desta sexta (13). A divergência entre militância e
lideranças do partido ficou ainda mais evidente.
“Lula, guerreiro, defenda os companheiros”, gritava a plateia, após outras palavras de ordem que pediam a anulação da ação penal 470 e pontuavam o apoio da Rede Globo à ditadura militar. O mal-estar só foi abafado com a entrada triunfal de Lula e Dilma, mãos dadas e punho erguidos. O ex-presidente reafirmou o que vem dizendo publicamente desde as prisões dos petistas condenados: só vai se pronunciar sobre o assunto quando acabar o último julgamento. “É uma decisão minha e eu acho mais prudente, porque ainda temos muita coisa pela frente”, justificou Lula.
Durante seu discurso, porém, não resistiu ao intensificar suas corriqueiras críticas à imprensa, usando como exemplo o tratamento dispensado ao seu ex-ministro da Casa Civil. José Dirceu, preso há quase 30 dias no presídio da Papuda, em Brasília. "Nós temos que ter clareza que nosso partido tem sido vítima muito mais das nossas virtudes do que dos nossos erros. (...) Se for comparar o emprego do Zé Dirceu no hotel com a quantidade de cocaína no helicóptero, a gente percebe que houve desproporção na divulgação do assunto", disparou.
A presidenta Dilma, por sua vez, não fez nenhuma referência aos companheiros presos, mas citou as dificuldades enfrentadas por um partido que, segundo ela, tem um lado e uma direção muito bem definidos. “Adquirimos um couro duro. Esse couro duro é que nos permite que olhemos sempre para nossas origens, para o fato de que somos um partido que representa uma causa, uma ideia e que não pode, nesses momentos difíceis, onde o couro fica duro, esquecer quem somos. É isso que nos mobiliza, e faz com que enfrentemos todas as dificuldades e saibamos que a vida é dura”, afirmou
AP 470: “tsunami de manipulação”
“Lula, guerreiro, defenda os companheiros”, gritava a plateia, após outras palavras de ordem que pediam a anulação da ação penal 470 e pontuavam o apoio da Rede Globo à ditadura militar. O mal-estar só foi abafado com a entrada triunfal de Lula e Dilma, mãos dadas e punho erguidos. O ex-presidente reafirmou o que vem dizendo publicamente desde as prisões dos petistas condenados: só vai se pronunciar sobre o assunto quando acabar o último julgamento. “É uma decisão minha e eu acho mais prudente, porque ainda temos muita coisa pela frente”, justificou Lula.
Durante seu discurso, porém, não resistiu ao intensificar suas corriqueiras críticas à imprensa, usando como exemplo o tratamento dispensado ao seu ex-ministro da Casa Civil. José Dirceu, preso há quase 30 dias no presídio da Papuda, em Brasília. "Nós temos que ter clareza que nosso partido tem sido vítima muito mais das nossas virtudes do que dos nossos erros. (...) Se for comparar o emprego do Zé Dirceu no hotel com a quantidade de cocaína no helicóptero, a gente percebe que houve desproporção na divulgação do assunto", disparou.
A presidenta Dilma, por sua vez, não fez nenhuma referência aos companheiros presos, mas citou as dificuldades enfrentadas por um partido que, segundo ela, tem um lado e uma direção muito bem definidos. “Adquirimos um couro duro. Esse couro duro é que nos permite que olhemos sempre para nossas origens, para o fato de que somos um partido que representa uma causa, uma ideia e que não pode, nesses momentos difíceis, onde o couro fica duro, esquecer quem somos. É isso que nos mobiliza, e faz com que enfrentemos todas as dificuldades e saibamos que a vida é dura”, afirmou
AP 470: “tsunami de manipulação”
A defesa oficial dos companheiros presos ficou a cargo do presidente do PT, Rui Falcão, em um discurso que a imprensa, que acompanhava atentamente o evento, considerou “muito duro” e “imprudente”. Reeleito com mais de 70% dos votos, Falcão agradeceu a militância e comprou sua bandeira, ao classificar a ação penal 470 como um “tsunami de manipulação”. Segundo ele, o processo, com a ajuda imprescindível da imprensa, foi um “típico caso da manipulação alimentando a mentira, e da mentira alimentando a manipulação”.
Para o presidente do PT, a história vai provar que os petistas foram condenados sem provas. "Repito, sem titubear: nenhum companheiro condenado comprou votos no Congresso Nacional, não usou dinheiro público, nem enriqueceu pessoalmente", afirmou. E, atacando o adversário histórico, provocou: "Por que o silêncio de mais de uma década, no martelo dos juízes, no famoso mensalão do PSDB mineiro? Por que o tratamento diferenciado de certos setores da grande imprensa em relação ao trensalão do governo tucano de São Paulo?".
Eleições 2014: “vai ser uma guerra”
O ex-presidente Lula pediu o comprometimento da militância com as campanhas de
Dilma e demais candidatos petistas para que o projeto de desenvolvimento
iniciado pelo partido possa ter continuidade. Ele também defendeu uma ampla
política de alianças com outros setores da sociedade, como única forma de se
garantir a governabilidade dos futuros eleitos. “Se fosse possível governar sem
alianças, com chapa pura, eu seria o primeiro a defender isso”, disse.
O ex-presidente também afirmou que, a partir de março, estará totalmente disponível para atuar na campanha presidencial e reeleger a presidenta. “Se o Lula já incomodava muita gente, o Lula, a Dilma, o PT, nossos aliados e as políticas sociais que estamos fazendo incomodam muito mais”, ressaltou. Para ele, a ofensiva conservadora contra dilma e os candidatos petistas se intensificará a níveis inimagináveis: “vai ser uma guerra”.
A presidenta Dilma fez uma defesa das ações do seu governo, dirimindo dúvidas, segundo ela, plantadas pelo pensamento conservador. Entre elas, a acusação de que o governo vem realizando um amplo programa de privatizações. “Muita gente tem dito que o leilão do campo de Libras é privatização. Isso não só é uma mentira como quer construir confusão onde não tem. (...) Temos 85% do óleo de todo o campo de libra. Isso significa mais de R$ 1 trilhão. Antes, só se ficava com os royalties. (...) Isso não se assemelha a privatização em nenhum lugar do mundo”, defendeu.
A presidenta também reafirmou o compromisso assumido com os manifestantes de junho, através da proposição de cinco eixos de mudanças, entre os quais se destaca o compromisso com a reforma política, cujo projeto de plebiscito popular seu governo já encaminhou ao congresso. “Se nós somos um partido que escuta os movimentos sociais, não poderemos ser um governo que não escuta as ruas, as manifestações”, afirmou. Segundo a presidenta, o sistema eleitoral brasileiro precisa ser reformado com urgência. “Temos que assegurar que a governabilidade seja conquistada sem os ônus que hoje acarreta”, acrescentou.
O ex-presidente também afirmou que, a partir de março, estará totalmente disponível para atuar na campanha presidencial e reeleger a presidenta. “Se o Lula já incomodava muita gente, o Lula, a Dilma, o PT, nossos aliados e as políticas sociais que estamos fazendo incomodam muito mais”, ressaltou. Para ele, a ofensiva conservadora contra dilma e os candidatos petistas se intensificará a níveis inimagináveis: “vai ser uma guerra”.
A presidenta Dilma fez uma defesa das ações do seu governo, dirimindo dúvidas, segundo ela, plantadas pelo pensamento conservador. Entre elas, a acusação de que o governo vem realizando um amplo programa de privatizações. “Muita gente tem dito que o leilão do campo de Libras é privatização. Isso não só é uma mentira como quer construir confusão onde não tem. (...) Temos 85% do óleo de todo o campo de libra. Isso significa mais de R$ 1 trilhão. Antes, só se ficava com os royalties. (...) Isso não se assemelha a privatização em nenhum lugar do mundo”, defendeu.
A presidenta também reafirmou o compromisso assumido com os manifestantes de junho, através da proposição de cinco eixos de mudanças, entre os quais se destaca o compromisso com a reforma política, cujo projeto de plebiscito popular seu governo já encaminhou ao congresso. “Se nós somos um partido que escuta os movimentos sociais, não poderemos ser um governo que não escuta as ruas, as manifestações”, afirmou. Segundo a presidenta, o sistema eleitoral brasileiro precisa ser reformado com urgência. “Temos que assegurar que a governabilidade seja conquistada sem os ônus que hoje acarreta”, acrescentou.
Créditos da foto:
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Sem comentários:
Enviar um comentário