Cavaco Silva,
presidente da República de Portugal, está presente nos funerais de Nelson
Mandela, o que não deixa de ser descabido quando a polémica remonta desde há décadas
quando na ONU Portugal votou contra a luta de Mandela e as causas que o levaram
a estar preso pelo regime sul-africano do apartheid.
É impossível Cavaco
homenagear sinceramente um homem de punho fechado, radical de direita como ele é.
Muitas vezes encapotado, mas é um radical de direita. Denunciado saudoso do
regime salazarista e colonial-fascista. Recaiu nele, enquanto PR, representar
Portugal. Sobressai a hipocrisia e sinuosidade do personagem. Mais valia que Machete,
ministro dos Negócios Estrangeiros, avançasse e fosse ele a representar
Portugal, por razão de dignidade, pois neste governo talvez outro não se
vislumbre com algum passado anticolonialista mais marcado e até anti-apartheid. Do mal
o menos. De Cavaco e do passado de Cavaco (no presente ainda pior) é que tudo não
passa de fonte de vómitos.
A hipocrisia
presente nos funerais de Mandela tresanda, tanto relativamente à representação
de Portugal como de uns quantos de outros países. Foi isso que já afirmámos
dias atrás no título que se segue e que republicamos. Não é em excesso que o
fazemos mas sim para que não seja confundido o que foi e é daquilo que não é. É
a opinião de alguns (ou muitos) e a manifestação da nossa homenagem e elevado respeito ao
grande homem que foi Nelson Mandela. (António Veríssimo – Redação PG)
NELSON MANDELA
MORREU, NEM TODA A HUMANIDADE ESTÁ DE LUTO
Tudo que se possa
dizer sobre Mandela será uma ínfima parte da sua verdadeira estatura política,
moral e cívica enquanto ser humano. Como ele já não existe outro ser humano.
Outros como ele já nos deixaram fisicamente e agora restam os seus legados de
humanidade, liberdade, justiça e democracia, Gandi foi um deles. Não parece que
mundialmente os líderes atuais saibam preservar esses mesmos legados, de
grandes homens, de grandes líderes, de grandes seres humanos. É impossível que
lideranças anãs, em débito total para com os valores que importam e são
imprescindiveis à humanidade, saibam fazer prosseguir e desenvolver o legado de
Mandela, como não o souberam fazer no exemplo de Gandi.
Os atuais líderes
mundiais debitam agora - e sempre que lhes for politicamente oportuno e
vantajoso – falsas e elogiosas palavras sobre o gigantesto ser humano que foi
Mandela, mas nada mais que isso. Melhor seria ficarem calados e envergonhados
por não saberem e/ou não quererem seguir o caminho apontado por Mandela, antes
por Gandi, e por outros grandes seres humanos que, esses sim, foram bons homens
e mulheres, bons líderes… mas sempre traídos nos seus bons exemplos, nas suas
lições. Nas suas grandes caracteristicas de humanidade, liberdade e justiça.
Mandela morreu para
o mundo mas não para os justos. Nem toda a humanidade está de luto,
principalmente a classe dos atuais líderes mundiais medíocres não está de luto
mas sim com roupagens de hipocrisia. Os que ele sempre defendeu, os explorados
e oprimidos, estão de luto. (Redação PG)
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