O risco de Cabo
Verde degradou-se, segundo o relatório da The Economist Intelligence Unit de
Dezembro, tendo a pontuação piorado em 10 pontos, numa escala de cem, passando
de 40 para 30. Esta deterioração deve-se, principalmente, ao aumento dos
desequilíbrios macroeconómicos, à degradação do risco do comércio externo e à
baixa da pontuação para o risco financeiro.
A degradação dos
equilíbrios macroeconómicos resulta do substancial abrandamento económico e do
aumento do défice do Orçamento do Estado. Para isso contribui a dívida pública
a crescer rapidamente em 2013, aproximando-se “perigosamente” dos 100 por cento
do PIB. Cabo Verde, segundo a publicação inglesa, com sede em Londres, passou
de uma dívida pública de 63,9% do PIB, em 2008, para 77.6% do PIB, em 2010, e
para próximo ano abeira-se dos 100%.
Igualmente, o risco
do comércio externo aumentou, com uma quebra do indicador do modelo utilizado
pela The Economist, que passou de 60 para 57 pontos. Neste particular, e
conforme os indicadores de desenvolvimento do Banco Mundial, a tarifa média
ponderada aplicada às importações permanece elevada em Cabo Verde, colocando o
país entre os mais proteccionistas do mundo.
Igualmente, a
pontuação para o risco financeiro agravou-se em cinco pontos, caindo de 43 para
38. Isso resulta da forte e crescente dependência de Cabo Verde às
transferências unilaterais, em queda, e à diminuição do investimento directo
externo.
Tal situação limita
a capacidade do sistema bancário para absorver choques negativos, especialmente
devido à exposição do sistema bancário. Ademais, de acordo com o mais recente
relatório do Banco de Cabo Verde, a rentabilidade do sector bancário tem estado
a diminuir de forma sistemática, agravando as ameaças a que está sujeito.
Esta degradação do
rating de Cabo Verde pela The Economist é coincidente com a decisão da Fitch
Ratings, que recentemente diminuiu a classificação do nosso arquipélago em
moeda nacional de BB- para B+, mantendo o nível de risco em moeda estrangeira e
fixando o Outlook em terreno negativo para ambas as moedas. A agência de
notação financeira Standard & Poor's (S&P) baixou também de
"estável" para "negativa" a perspectiva de crédito soberano
(Sovereign Credit Outlook) de Cabo Verde.
Cabo Verde é um dos
13 países que viram o seu rating diminuído, agora em Dezembro, por esse
importante critério de classificação da saúde económica e financeira mundial
efectuado pela The Economist.
A Nação (cv)
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