O coronel Domingos
Eloi Gomes foi “despromovido” na chefia das Forças Armadas (FA). De comandante
da Guarda Nacional, segundo cargo na hierarquia do Estado-Maior, Eloi Gomes foi
directamente para a “prateleira”. Foram também operadas mudanças nos comandos
da segunda e terceira Regiões Militares, tudo numa perspectiva, segundo o
CEMFA, Alberto Fernandes, de se salvaguardar a cultura de resultados na
instituição.
O despacho do
ministro da Defesa, Jorge Tolentino, que exonera o coronel Eloi Gomes das
funções de comandante da Guarda Nacional foi publicado no BO nº 57 II série de
5 de Dezembro, mas não se emitiu qualquer despacho dando conta de uma nova
colocação deste oficial que ocupa, neste momento, o terceiro lugar na lista da
hierarquia militar. Isso pressupõe que o mesmo vai para a “prateleira”.
Instado a
pronunciar-se sobre os motivos desta e de outras mudanças na chefia militar, o
chefe do Estado-Maior das FA disse que só o fará após a tomada de posse dos
novos titulares nos respectivos cargos, prevista para 17 deste mês. Entretanto,
o major-general Alberto Fernandes foi dizendo ao A NAÇÃO que as FA funcionam em
função de resultados, deixando no ar a ideia de que algumas das pessoas em
causa nas mudanças operadas não estariam a corresponder às expectativas.
Sobre um alegado
clima de mal-estar nas FA, Fernandes refutou liminarmente tal eventualidade por
considerar que a instituição castrense nunca esteve tão bem como está neste
momento. “A instituição está de boa saúde e nunca estivemos tão bem como
agora”, esclarece o CEMFA, garantindo que se tem registado uma evolução e um
desenvolvimento no seio dos militares.
“A auto-estima é
elevadíssima, a motivação é bastante elevada”, assegura Alberto Fernandes. Isto
é, “os problemas dos quadros em termos de promoção, progressão e mudança de
níveis”, que estavam na origem uma certa insatisfação, “foram resolvidos na
globalidade”.
Entretanto, A NAÇÃO
sabe que numa carta enviada ao ministro da Defesa e ao CEMFA, o coronel
Domingos Eloi Gomes exprimia a sua intenção de não trabalhar mais sob às ordens
de Alberto Fernandes. Isto por entender que esse responsável vinha emperrando o
desenvolvimento da Guarda Nacional que ele, Eloi, comandava.
Para o lugar de
Domingos Eloi Gomes, ou seja, para o cargo da comandante da GN foi nomeado o
tenente-coronel Jorge Martins Andrade. Este há cerca de um ano tinha sido
também “despromovido” do cargo de comandante de Pessoal das FA, passando para
outras funções.
Para além desta
mudança, o ministro da Defesa nomeou também novos comandantes regionais. Para o
lugar do comandante da terceira Região Militar, tenente-coronel Domingos Lima
Rocha, foi nomeado o tenente-coronel (graduado) Carlos Sousa Monteiro, que
vinha desempenhando as funções de comandante da segunda Região Militar. Segundo
o mesmo despacho, o major Casimiro Tavares passa a ocupar o cargo de comandante
da segunda Região Militar.
Outras mexidas
poderão estar na forja, porque, segundo uma fonte bem posicionada, o comandante
de Logística, Pedro Almeida, promovido recentemente ao posto de coronel, terá
manifestado o interesse de passar à reserva.
Quem já passou à
reserva é o tenente-coronel José Luís Moreira, que deverá ser substituído nas
funções de presidente do Serviço Social das FA pelo major Abel Mendonça, que
chefia o departamento de engenharia.
Uma outra questão
por resolver está relacionada com o coronel César Rodrigues, há cerca de dois
anos na “prateleira”, desde que regressou à casa, depois de servir como chefe
da Casa Militar de Pedro Pires. Desde então, sabe o A NAÇÃO, essa alta patente,
que já desempenhou altas funções tanto nas FA no país como a nível
internacional (quadro da ONU em Timor-Leste), pondera solicitar a passagem à
reserva. Essa é forma que alegadamente terá encontrado para sair de uma
situação considerada “degradante” em que se encontra.
A Nação (cv)
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