segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Cabo Verde - Mexidas nas FA: Segundo homem da hierarquia militar foi “despromovido”

 


O coronel Domingos Eloi Gomes foi “despromovido” na chefia das Forças Armadas (FA). De comandante da Guarda Nacional, segundo cargo na hierarquia do Estado-Maior, Eloi Gomes foi directamente para a “prateleira”. Foram também operadas mudanças nos comandos da segunda e terceira Regiões Militares, tudo numa perspectiva, segundo o CEMFA, Alberto Fernandes, de se salvaguardar a cultura de resultados na instituição.
 
O despacho do ministro da Defesa, Jorge Tolentino, que exonera o coronel Eloi Gomes das funções de comandante da Guarda Nacional foi publicado no BO nº 57 II série de 5 de Dezembro, mas não se emitiu qualquer despacho dando conta de uma nova colocação deste oficial que ocupa, neste momento, o terceiro lugar na lista da hierarquia militar. Isso pressupõe que o mesmo vai para a “prateleira”.
 
Instado a pronunciar-se sobre os motivos desta e de outras mudanças na chefia militar, o chefe do Estado-Maior das FA disse que só o fará após a tomada de posse dos novos titulares nos respectivos cargos, prevista para 17 deste mês. Entretanto, o major-general Alberto Fernandes foi dizendo ao A NAÇÃO que as FA funcionam em função de resultados, deixando no ar a ideia de que algumas das pessoas em causa nas mudanças operadas não estariam a corresponder às expectativas.
 
Sobre um alegado clima de mal-estar nas FA, Fernandes refutou liminarmente tal eventualidade por considerar que a instituição castrense nunca esteve tão bem como está neste momento. “A instituição está de boa saúde e nunca estivemos tão bem como agora”, esclarece o CEMFA, garantindo que se tem registado uma evolução e um desenvolvimento no seio dos militares.
 
“A auto-estima é elevadíssima, a motivação é bastante elevada”, assegura Alberto Fernandes. Isto é, “os problemas dos quadros em termos de promoção, progressão e mudança de níveis”, que estavam na origem uma certa insatisfação, “foram resolvidos na globalidade”.
 
Entretanto, A NAÇÃO sabe que numa carta enviada ao ministro da Defesa e ao CEMFA, o coronel Domingos Eloi Gomes exprimia a sua intenção de não trabalhar mais sob às ordens de Alberto Fernandes. Isto por entender que esse responsável vinha emperrando o desenvolvimento da Guarda Nacional que ele, Eloi, comandava.
 
Para o lugar de Domingos Eloi Gomes, ou seja, para o cargo da comandante da GN foi nomeado o tenente-coronel Jorge Martins Andrade. Este há cerca de um ano tinha sido também “despromovido” do cargo de comandante de Pessoal das FA, passando para outras funções.
 
Para além desta mudança, o ministro da Defesa nomeou também novos comandantes regionais. Para o lugar do comandante da terceira Região Militar, tenente-coronel Domingos Lima Rocha, foi nomeado o tenente-coronel (graduado) Carlos Sousa Monteiro, que vinha desempenhando as funções de comandante da segunda Região Militar. Segundo o mesmo despacho, o major Casimiro Tavares passa a ocupar o cargo de comandante da segunda Região Militar.
 
Outras mexidas poderão estar na forja, porque, segundo uma fonte bem posicionada, o comandante de Logística, Pedro Almeida, promovido recentemente ao posto de coronel, terá manifestado o interesse de passar à reserva.
 
Quem já passou à reserva é o tenente-coronel José Luís Moreira, que deverá ser substituído nas funções de presidente do Serviço Social das FA pelo major Abel Mendonça, que chefia o departamento de engenharia.
 
Uma outra questão por resolver está relacionada com o coronel César Rodrigues, há cerca de dois anos na “prateleira”, desde que regressou à casa, depois de servir como chefe da Casa Militar de Pedro Pires. Desde então, sabe o A NAÇÃO, essa alta patente, que já desempenhou altas funções tanto nas FA no país como a nível internacional (quadro da ONU em Timor-Leste), pondera solicitar a passagem à reserva. Essa é forma que alegadamente terá encontrado para sair de uma situação considerada “degradante” em que se encontra.
 
A Nação (cv)
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana