A greve da função
pública na Guiné-Bissau impediu esta segunda-feira a audição em tribunal de um
homem suspeito de recrutar os passageiros com passaportes falsos que viajaram
num voo da TAP até Lisboa.
O homem, residente
em Bissau, foi detido na sexta-feira pela Polícia Judiciária guineense, sob
suspeita de que terá acompanhado os cidadãos estrangeiros, presumivelmente
sírios, de Marrocos até à capital guineense, referiu a mesma fonte.
A polícia recebeu
esta segunda-feira garantias de que na terça-feira haverá um juiz e outros
magistrados disponíveis para que o suspeito seja ouvido para determinação das
medidas de coação.
A PJ vai pedir que
o homem fique em prisão preventiva, para que não perturbe as investigações,
face a suspeitas do envolvimento de outras pessoas, acrescentou.
O ministro dos
Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, considerou esta segunda-feira que
o incidente com o voo da TAP entre Bissau e Lisboa a 10 de dezembro esteve
"muito próximo dos atos de terrorismo".
A tripulação foi
obrigada pelas autoridades guineenses a transportar 74 passageiros com
passaportes falsificados.
O ministro
acrescentou haver "indicação clara de que os sírios que vieram, que
fugiram de uma situação difícil, e que estavam a viver, presume-se, na Turquia,
pagaram uma determinada quantia por cabeça a uma organização" com pessoas
"ligadas a membros do governo da Guiné-Bissau".
O caso foi
considerado pelas autoridades portuguesas e europeias como uma grave incidente
diplomático e de segurança, que fez com que os voos diretos da TAP entre os
dois países estejam suspensos desde quarta-feira.
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