Díli, 10 dez (Lusa)
- O ministro do Petróleo timorense, Alfredo Pires, disse hoje que Timor-Leste
vai continuar a defender a construção de um gasoduto para a exploração do campo
de gás Greater Sunrise e que o país está pronto para começar
"amanhã".
"Timor-Leste
continua a defender a opção. É muito mais viável do que aquilo que fomos
levados a crer", disse Alfredo Pires, que se encontra em visita de
trabalho à Austrália, à imprensa australiana.
Segundo o ministro,
com o gasoduto, o campo pode ser explorado 365 dias por ano, comparado com os
320 dias possíveis numa plataforma flutuante, como defende a petrolífera
australiana Woodside.
"As coisas não
podem correr mal com as novas tecnologias e nós não temos dinheiro para
queimar", afirmou o ministro, acrescentando que o custo de um gasoduto é
de 13 mil milhões de dólares e que Timor-Leste está disponível para contribuir
com 800 milhões de dólares.
O ministro afirmou
também que os estudos de engenharia para a construção do gasoduto vão ser
revelados no princípio do próximo ano.
A exploração do
Greater Sunrise criou um impasse nas relações entre a petrolífera australiana
Woodside e as autoridades de Timor-Leste.
Enquanto a empresa
australiana defende a exploração numa plataforma flutuante, Timor-Leste insiste
na construção de um gasoduto para permitir desenvolver a costa sul do país,
onde tem previsto desenvolver o projeto Tasi Mane.
O Greater Sunrise
está situado a 150 quilómetros da costa sul de Timor-Leste e a 230 quilómetros
da costa australiana.
As autoridades
timorenses alegam que o gás do campo Bayu-Udan, situado na Área Conjunta de
Desenvolvimento Petrolífero, está a ser canalizado para Darwin e que agora é a
vez de Timor-Leste também ter um gasoduto.
"Penso que é
justo que agora seja para o nosso lado. Estamos prontos para começar
amanhã", disse Alfredo Pires.
Durante a sua
visita de trabalho à Austrália, Alfredo Pires tem previsto um encontro com o
presidente do conselho de administração da Woodside, Peter Coleman, e uma
reunião para discutir um investimento de 300 milhões de dólares para a produção
de cimento.
Timor-Leste acusou
a Austrália de espionagem durante as negociações do Tratado sobre Certos
Ajustes Marítimos ao Mar de Timor (CMATS), que regula a exploração do Greater
Sunrise.
O Governo timorense
pediu a nulidade do acordo.
O processo está a
ser tratado pelo Tribunal Permanente de Arbitragem, em Haia, na Holanda.
MSE // VM - Lusa
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