Angola vai dar
prioridade às relações com a China, Índia e Japão, anunciou em Luanda o
ministro das Relações Exteriores, na abertura dos trabalhos da V Reunião de
embaixadores de Angola.
Georges Chikoti
acrescentou no discurso de abertura dos trabalhos, que decorreram na
segunda-feira e que é hoje a manchete do Jornal de Angola, que em 2014, além
daqueles três países, as relações externas vão ser intensificadas com os
Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, França, Alemanha, Cuba e Brasil.
Ao referir-se às
relações com a Europa, elogiou a cooperação com a União Europeia, que
classificou como "boa", garantindo "maior atenção" à
Espanha, França, Alemanha e Inglaterra.
A prioridade no
relacionamento com a China, Índia e Japão foram justificadas por Georges
Chikoti pelas linhas de crédito concedidas para apoiar a reconstrução nacional
e aumentar o volume de trocas comerciais.
Dados da Agência
para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), revelam que Angola
representa para Portugal o mercado mais importante fora do espaço da União
Europeia.
Todavia, as
relações bilaterais entraram em crise na sequência da reação angolana às fugas
ao segredo de justiça, em Portugal, a investigações a altos quadros do Estado
angolano e familiares do Presidente José Eduardo dos Santos.
Os valores das
exportações de bens e serviços de Portugal para Angola nos primeiros quatro
meses de 2013 totalizaram 1,343 mil milhões de euros.
No sentido inverso,
e no mesmo período, as vendas de Angola a Portugal totalizaram 1,127 mil
milhões de euros.
Segundo dados do
International Trade Center (ITC), subsidiária da Organização Mundial do
Comércio, a quota de mercado de Portugal no contexto das importações angolanas,
fixou-se em 18,1% em 2011 (último ano disponível), posicionando-se no primeiro
lugar enquanto fornecedor.
Por outro lado,
Portugal representou cerca de 2,5% no total das exportações angolanas em 2011,
ocupando a 8.ª posição na relação de clientes.
Estes valores
representam uma continuidade nas relações comerciais bilaterais.
A expressão pública
da deterioração das relações bilaterais foi dada a 15 de outubro por José
Eduardo dos Santos, que no discurso sobre o Estado da Nação, anunciou perante
os deputados angolanos, a suspensão da anunciada parceria estratégica com
Portugal, alegando não estarem reunidas condições.
Nove dias depois,
foi Georges Chikoti, em declarações à Televisão Pública de Angola que disse que
Luanda tinha deixado de considerar prioritária a cooperação com Portugal e,
quanto à anunciada primeira cimeira luso-angolana, disse não ter "muita
certeza" sobre a sua realização.
Essa cimeira tinha
sido anunciada em fevereiro desse ano, aquando de uma deslocação oficial a
Luanda do então ministro dos Negócios Estrangeiros português e atual
vice-primeiro ministro, Paulo Portas.
EL // VM – Lusa –
foto Pedro Nunes
Sem comentários:
Enviar um comentário