terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Carlos Gomes Junior pede a Ban Ki-moon que lhe permita concorrer a eleições na Guiné

 


O ex-primeiro-ministro da Guiné Bissau Carlos Gomes Junior pediu hoje ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que "garanta e assegure" o seu direito a concorrer às eleições presidenciais, previstas para 16 de março próximo.
 
Em carta dirigida a Ban Ki-moon, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Carlos Gomes Junior "apela" ao uso dos "bons ofícios e capacidades" do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon para "promover todas as medidas necessárias, justas e apropriadas que permitam garantir a segurança e a verdadeira democraticidade dos importantes atos eleitorais que se avizinham na República da Guiné-Bissau".
 
Nestes atos, salientou, inclui-se a sua "própria candidatura e campanha eleitoral".
 
Carlos Gomes Junior venceu a primeira volta das eleições presidenciais de 18 de março de 2012, mas uma intervenção militar em 13 de abril impediu a realização da segunda volta, que deveria começar no dia seguinte, mas em que se recusava a participar o segundo candidato mais votado na primeira, Kumba Ialá.
 
Na sua missiva, acusou "as ditas autoridades de transição, em conluio com as autoridades militares golpistas", de constituírem "obstáculos sérios e recorrentes a um processo eleitoral verdadeiramente livre, justo e inclusivo".
 
Carlos Gomes Junior manifesta ainda uma "crescente inquetação quanto ao degradado ambiente político e socioeconómico hoje vivido pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, por demais evidenciado pelas reiterads violaçõe dos direitos humanos, de intimidação psicológica, de violência física contra opositores ou simples vozes dissonantes, por uma notória repressão e opressão dos fundamentais direitos e liberdades de expressão e de manifestação".
 
O político exemplifica a situação da Guiné-Bissau "com os últimos acontecimentos inaceitáveis de prepotência e arbitrariedade ocorridos no passado dia 17 de janeiro, com a invasão de várias instalações e bens das Nações Unidas por elementos das Forças Armadas e de segurança", alegando conhecimento da sua presença [de Carlos Gomes Júnior] naquelas instalações, com o intuito de o prenderem.
 
"Estas ações patenteiam, uma vez mais, a arbitrariedade da conduta das autoridades de transição e os muitos sérios riscos de segurança para a defesa da minha candidatura no terreno, bem como para a perspetiva de uma eleições gerais verdadeiramente livres, justas e inclusivas", conclui.
 
Lusa, em RTP
 

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