O
ex-primeiro-ministro da Guiné Bissau Carlos Gomes Junior pediu hoje ao
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que "garanta e
assegure" o seu direito a concorrer às eleições presidenciais, previstas
para 16 de março próximo.
Em carta dirigida a
Ban Ki-moon, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Carlos Gomes Junior
"apela" ao uso dos "bons ofícios e capacidades" do
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon para "promover todas as medidas
necessárias, justas e apropriadas que permitam garantir a segurança e a
verdadeira democraticidade dos importantes atos eleitorais que se avizinham na
República da Guiné-Bissau".
Nestes atos,
salientou, inclui-se a sua "própria candidatura e campanha
eleitoral".
Carlos Gomes Junior
venceu a primeira volta das eleições presidenciais de 18 de março de 2012, mas
uma intervenção militar em 13 de abril impediu a realização da segunda volta,
que deveria começar no dia seguinte, mas em que se recusava a participar o segundo
candidato mais votado na primeira, Kumba Ialá.
Na sua missiva,
acusou "as ditas autoridades de transição, em conluio com as autoridades
militares golpistas", de constituírem "obstáculos sérios e
recorrentes a um processo eleitoral verdadeiramente livre, justo e
inclusivo".
Carlos Gomes Junior
manifesta ainda uma "crescente inquetação quanto ao degradado ambiente
político e socioeconómico hoje vivido pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, por
demais evidenciado pelas reiterads violaçõe dos direitos humanos, de
intimidação psicológica, de violência física contra opositores ou simples vozes
dissonantes, por uma notória repressão e opressão dos fundamentais direitos e
liberdades de expressão e de manifestação".
O político
exemplifica a situação da Guiné-Bissau "com os últimos acontecimentos
inaceitáveis de prepotência e arbitrariedade ocorridos no passado dia 17 de
janeiro, com a invasão de várias instalações e bens das Nações Unidas por
elementos das Forças Armadas e de segurança", alegando conhecimento da sua
presença [de Carlos Gomes Júnior] naquelas instalações, com o intuito de o
prenderem.
"Estas ações
patenteiam, uma vez mais, a arbitrariedade da conduta das autoridades de
transição e os muitos sérios riscos de segurança para a defesa da minha
candidatura no terreno, bem como para a perspetiva de uma eleições gerais
verdadeiramente livres, justas e inclusivas", conclui.
Lusa, em RTP
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