Nas declarações que
fez aos jornalistas, no parlamento, Nuno Sá classificou também como
"inaceitável a forma como o Governo está a tratar os pensionistas"
O PS acusou hoje o
Governo de ter designado um grupo de trabalho "para-secreto" para
tornar definitivos os cortes no sistema de pensões e de estar a tratar de forma
"indigna" a generalidade dos pensionistas.
Estas críticas
foram proferidas na Assembleia da República pelo coordenador da bancada
socialista para as questões sociais e do trabalho, Nuno Sá, que sustentou a
tese de que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o
vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, prepararam-se para tornar definitivos os
cortes nas pensões.
"Hoje mesmo, a
esta hora, está reunida uma espécie de comissão para-secreta, que na
obscuridade está a preparar em segredo cortes definitivos e permanentes nas
pensões dos portugueses. Isto contraria todas as promessas feitas por Pedro
Passos Coelho e por Paulo Portas", afirmou o deputado socialista.
De acordo com o
dirigente do PS, não há até ao momento informação pública suficiente sobre quem
compõe e quais os critérios de funcionamento dessa comissão designada pelo executivo
para preparar uma reforma no sistema de pensões, depois de o Tribunal
Constitucional ter chumbado a medida de convergência entre as reformas da Caixa
Geral de Aposentações e do sistema de Segurança Social.
"Essa comissão
é uma encomenda de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas a um conjunto de
pessoas. Trata-se de uma comissão liquidatária para tornar permanentes e
definitivos os cortes nas pensões", insistiu Nuno Sá.
Para o deputado do
PS, está o Governo está a atuar "com uma inaceitável brutalidade social,
comportando-se perante as pensões dos portugueses como se fosse o seu dono. O
Governo põe, dispõe, tira e retalha quando entende, como muito bem entende, sem
qualquer diálogo ou transparência".
"Mas o Governo
não é o dono das pensões dos portugueses. As pensões foram algo que os
portugueses alcançaram com uma vida de trabalho", contrapôs o dirigente do
PS.
Nas declarações que
fez aos jornalistas, no parlamento, Nuno Sá classificou também como
"inaceitável a forma como o Governo está a tratar os pensionistas".
"Hoje, nenhum
pensionista português sabe o que vai receber de pensão no mês seguinte".
Segundo Nuno Sá,
atualmente, "é quase impossível" um pensionista perceber em detalhe o
recibo da sua pensão, designadamente "quais os cortes" de que está a
ser alvo, "em que montantes e a partir de quando".
"Tem de haver
respeito pelos pensionistas. Este Governo não está a respeitá-los",
acrescentou.
Lusa, em jornal i,
foto Afonso Palma
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