Parlamento vai
debater criminalidade
Manuel José – Voz da América
Nas vésperas de um
debate parlamentar sobre a criminalidade, analistas angolanos disseram ser
preciso lançar um ataque à impunidade para se reduzir o crime.
O jurista Pedro Kaparacata disse à Voz da América que “aqueles que roubam
milhões do erário do estado” são impunes, enquanto “as cadeias estão cheias de
pessoas roubam galinhas”.
Aquele analista defende ainda que a impunidade em relação aos crimes do
colarinho branco tem sido uma prática no país, o que dificulta o combate ao
crime.
"Os crimes cometidos por certos senhores aqui no país ficam impunes porque
eles são ricos e podem pagar ou influenciar os processos”, disse o jurista,
acrescentando que “assim não é possível combater crime nenhum”.
A ideia que o crime está directamente ligada a pobreza é para Kaparacata um
falso indicador: "O problema do crime não tem nada a ver com a pobreza,
tem a ver com a sociedade ou seja com o regime implantado".
Por sua vez, o professor universitário e coordenador da ONG FORDU Angelo
Kapuatcha mostra-se preocupado com os actos criminais da própria policia
nacional.
"Temos visto que as instituições do estado, sobretudo a polícia, têm
protagonizado perseguições as vendedeiras ambulantes como também os casos de
vida que são as execuções, as mortes extra judiciais", acrescentou
Kapuatcha.
O debate parlamentar sobre a criminalidade inicia-se nesta quinta-feira.
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