Díli, 18 fev (Lusa)
- Os voluntários da Cruz Vermelha de Timor-Leste ocupam duas vezes por semana
os bairros de Díli para combater o dengue, numa luta que se faz essencialmente
pela mudança de mentalidade das pessoas e pela partilha de informação.
Parceiros do
Ministério da Saúde timorense, às terças e quinta-feira os jovens voluntários,
a maior parte dos quais estudantes universitários, dedicam as manhãs a bater às
portas das pessoas para ensinar como se previne o dengue, que desde outubro já
provocou dois mortos.
Desta vez o destino
foi Metiaut, em Díli, na praia da Areia Branca. No local, os coordenadores da
campanha dirigem-se ao chefe de suco para pedir autorização para iniciar a
prevenção. A eles juntam-se elementos do Ministério da Saúde.
"A limpeza do
ambiente é o mais importante para prevenir o dengue", explicou à agência
Lusa Adelita Soares, 24 anos, estudante de química na Universidade Nacional de
Timor-Leste e coordenadora dos voluntários em ações no terreno.
Díli é dos 13
distritos do país o mais afetado pela doença, entre outubro e janeiro já foram
assinalados 267 indivíduos com dengue.
Dos restantes
distritos, o maior número de casos detetados, segundo a Cruz Vermelha de
Timor-Leste, ocorreram em Baucau com 10 casos e Bobonaro com 08.
Às pessoas, os
voluntários da Cruz Vermelha dão repelentes para mosquitos, insistem na
necessidade de usar mosquiteiro e colocam desinfetantes em poços, sanitários
públicos e zonas onde existe água parada.
"Dizemos às
pessoas para limparem as casas e para se prevenirem das picadas de mosquito.
Damos informação básica e também produtos essenciais para prevenir a
doença", afirmou Adelita Soares.
Questionada pela agência
Lusa sobre como as pessoas reagem às campanhas de prevenção, Adelita Soares
afirmou que as comunidades aceitam e que "já vão tendo mais cuidado".
"Comparando
com depois da independência, alguns já têm conhecimentos para a
prevenção", afirmou José da Silva, oficial do Ministério da Saúde do
departamento de combate às doenças infeciosas.
Mas, acrescentou o
responsável, a mentalidade das pessoas continua a ser um obstáculo.
"A mentalidade
das pessoas", disse quando questionado pela Lusa sobre o principal
obstáculo para a prevenção e combate ao dengue.
"A nossa
comunidade tem falta de conhecimentos sobre como se previnem as doenças. Esse
fator determina o aumento do dengue", explicou, acrescentando que
paralelamente à prevenção o Ministério da Saúde faz desinfestação nos bairros
para matar os mosquitos.
Segundo a
Organização Mundial de Saúde, o dengue transmite-se através da picadela de
mosquito e os sintomas aparecem entre três e 14 dias depois de se ter sido
picado.
Os sintomas são
febre, dores musculares e de cabeça. Não há um medicamento específico para
combater a doença, por isso a importância da prevenção.
MSE // PJA - Lusa
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