Lisboa, 14 fev
(Lusa) -- O representante especial da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) para a Guiné-Bissau admite um adiamento de algumas semanas
das eleições gerais, marcadas para 16 de março, e garantiu que o país vive um
clima de tranquilidade.
De passagem por
Lisboa, o brasileiro Carlos Moura, designado pela CPLP para acompanhar o
processo eleitoral na Guiné-Bissau, afirmou à Lusa que "as perspetivas
eleitorais são positivas".
Quer as autoridades
guineenses quer a população "manifestam o desejo de que as eleições possam
ser realizadas o mais brevemente possível", garantiu o responsável.
As eleições
presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau, que já estiveram marcadas para
novembro do ano passado, estão agora previstas para 16 de março, mas atrasos no
recenseamento eleitoral vão obrigar a um novo adiamento da votação.
O Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), maioritário no parlamento
guineense, quer as eleições a 04 de maio, enquanto a maioria das outras forças
políticas defendem a data de 13 de abril.
Segundo Carlos
Moura, o recenseamento está praticamente terminado, abrangendo mais de 90% da
população.
"Os
preparativos para as eleições correm dentro da normalidade. Se houver algum
atropelo - o que é natural nestas circunstâncias - poderá haver um pequeno
adiamento, talvez [as eleições se realizem] duas ou três semanas depois"
de 16 de março, admitiu.
Carlos Moura
garantiu que o país atravessa um "clima de tranquilidade", visível
nos civis, nos militares, nas igrejas e nos representantes da comunidade
internacional.
Questionado sobre
que garantias há de que, após as eleições, será formado um novo governo, como
tem apelado a comunidade internacional, Carlos Moura manifestou-se confiante
que o processo permitirá devolver a normalidade democrática à Guiné-Bissau.
"Nos contactos
com as autoridades guineenses, eu tenho a convicção de que as eleições serão
realizadas democraticamente, com transparência e credibilidade, e que os
eleitos tomarão posse sem atropelos, o governo será formado e a Guiné-Bissau
voltará à normalidade democrática", afirmou.
Tal será
"muitíssimo importante", defendeu o representante da CPLP, que
sublinhou a necessidade de a comunidade internacional apoiar o povo guineense,
"no sentido de possibilitar um acesso maior à educação, à cultura, a todos
os meios que possam levar o país ao crescimento e ao desenvolvimento".
Nos contactos com
as autoridades guineenses, eu tenho a convicção de que as eleições serão
realizadas democraticamente, com trabnsparência, com credibilidade e que os
eleitos tomarão posse sem atropelos e que o governo será formado e que a
Guiné-Bissau voltará à normalidade democrática.
A Guiné-Bissau vive
desde abril de 2012 um período de transição após o golpe de Estado. Desde então,
Portugal e a CPLP não reconhecem o governo liderado por Rui de Barros.
JH - Lusa
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