sábado, 22 de fevereiro de 2014

EBA afirma que BdP deve decidir sobre entrada da Guiné Equatorial no Banif



CRISTINA FERREIRA - Público

Carlos Costa, governador do banco central, continua sem se pronunciar sobre a intenção da Guiné Equatorial entrar no grupo bancário detido em 70% pelo Estado português

A EBA - European Banking Authority remeteu para o Banco de Portugal (BdP) qualquer decisão sobre a aquisição por uma empresa estatal da Guiné Equatorial de uma posição de referência no Banif, instituição financeira que foi intervencionada pelo Estado português.

O esclarecimento da autoridade europeia (responsável pelos testes de stress à banca) surge em resposta a um pedido da eurodeputada Ana Gomes, que solicitou a Bruxelas que “cumprisse o seu papel” e não autorizasse a entrada de um veículo estatal da Guiné Equatorial no banco português.

Isto, “por se tratar de um país corrupto”, onde prevalece um regime ditatorial, com pena de morte. A 18 de Fevereiro a EBA respondeu á eurodeputada socialista alegando que cabe ao BdP autorizar, ou não, o investimento no banco liderado por Jorge Tomé, por parte de uma “sociedade potencialmente envolvida em lavagem de dinheiro”. Ana Gomes publicou esta tarde a carta da EBA na sua conta de twitter.

O PÚBLICO apurou que, até quinta-feira, não tinha dado entrada no BdP qualquer pedido formal de compra de acções do Banif (dominado em cerca de 70% pelo Estado português) por parte de um veículo estatal da República da Guiné Equatorial. Esta intenção consta de um memorando não vinculativo assinado entre o país africano e o Banif que prevê a aquisição até 11% do banco, implicando a injecção de 133,5 milhões de euros.

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