CRISTINA FERREIRA - Público
Carlos Costa,
governador do banco central, continua sem se pronunciar sobre a intenção da
Guiné Equatorial entrar no grupo bancário detido em 70% pelo Estado português
A EBA - European
Banking Authority remeteu para o Banco de Portugal (BdP) qualquer decisão sobre
a aquisição por uma empresa estatal da Guiné Equatorial de uma posição de
referência no Banif, instituição financeira que foi intervencionada pelo Estado
português.
O esclarecimento da
autoridade europeia (responsável pelos testes de stress à banca) surge em
resposta a um pedido da eurodeputada Ana Gomes, que solicitou a Bruxelas que
“cumprisse o seu papel” e não autorizasse a entrada de um veículo estatal da Guiné
Equatorial no banco português.
Isto, “por se
tratar de um país corrupto”, onde prevalece um regime ditatorial, com pena de
morte. A 18 de Fevereiro a EBA respondeu á eurodeputada socialista alegando que
cabe ao BdP autorizar, ou não, o investimento no banco liderado por Jorge Tomé,
por parte de uma “sociedade potencialmente envolvida em lavagem de dinheiro”.
Ana Gomes publicou esta tarde a carta da EBA na sua conta de twitter.
O PÚBLICO apurou
que, até quinta-feira, não
tinha dado entrada no BdP qualquer pedido formal de compra de acções do
Banif (dominado em cerca de 70% pelo Estado português) por parte de um
veículo estatal da República da Guiné Equatorial. Esta intenção consta de um
memorando não vinculativo assinado entre o país africano e o Banif que prevê a
aquisição até 11% do banco, implicando a injecção de 133,5 milhões de
euros.
Sem comentários:
Enviar um comentário