Cidade da Praia, 21
fev (Lusa) - A recomendação para a adesão da Guiné Equatorial como membro de
pleno direito na CPLP, decidida na quinta-feira em Maputo, é um "grande
passo" para a afirmação e desenvolvimento da comunidade lusófona, defendeu
hoje o primeiro-ministro cabo-verdiano.
Em declarações à
agência Lusa, após o encerramento do Fórum Nacional de Saúde, que decorreu hoje
na Cidade da Praia, José Maria Neves disse acreditar que, no futuro, as
reformas políticas, económicas e sociais em curso, irão beneficiar a Guiné
Equatorial e a própria Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Acho que
representa um grande passo. Tenho dito que a presença da Guiné Equatorial na
CPLP é estratégica para a afirmação e para o desenvolvimento da
comunidade", afirmou o chefe do executivo de Cabo Verde.
"Quero também
reafirmar o princípio de que a presença da Guiné Equatorial poderá contribuir
para a aceleração das reformas políticas, económicas e sociais nesse país e
constituir um fator extraordinariamente importante para as liberdades, democracia
e desenvolvimento" equato-guineense, acrescentou.
Para José Maria
Neves, a confirmar-se a adesão, recomendada na quinta-feira no Conselho de
Ministros da CPLP e que será analisada e votada na Cimeira de Chefes de Estado
e de Governo da organização, a realizar em julho próximo, em Díli, haverá
vantagens mútuas.
"É importante
que esta presença possa contribuir, por um lado, para o alargamento e a
projeção internacional da CPLP e, por outro, para o desenvolvimento global da
Guiné Equatorial", sustentou.
Questionado pela
Lusa sobre ainda existir a sentença de pena de morte na Guiné Equatorial,
apesar de prometida uma moratória na aplicação, José Maria Neves desdramatizou
a questão, alegando que o regime de Teodoro Obiang Nguema está a proceder a
reformas e que não pode resolver todos os problemas de uma só vez.
"Temos de
considerar que a Guiné Equatorial é um país que está em reformas e que todas as
questões não podem ser colocadas e resolvidas a um tempo. É preciso que,
gradualmente, haja um caminho, um roteiro, para a realização dessas reformas.
Penso que será esse o futuro da Guiné Equatorial, a abolição da pena de
morte", respondeu.
JSD // VM - Lusa
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