quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Portugal: Capucho acusa as "oligarquias que governam o PSD" de o terem maltratado

 

Margarida Gomes - Público
 
Ex-secretário-geral diz que o seu destino estava traçado por ser uma voz dissonante da actual direcção do partido.
 
Foi sem surpresa que António Capucho recebeu a notícia da sua expulsão do partido. Diz que não é a primeira vez que o PSD expulsa militantes.
 
O antigo dirigente nacional social-democrata declarou esta quarta-feira que a sua expulsão aconteceu porque a “actual direcção do PSD não suporta vozes dissonantes” como a sua, que se insurgiu contra a escolha de Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República, mesmo antes de as eleições legislativas de 2011 terem ocorrido. E também pelo facto de ter apoiado Paulo Rangel contra Pedro Passos Coelho nas eleições para a liderança do partido.
 
Um dia depois de o conselho de jurisdição nacional (CJN) ter aprovado a sua expulsão do partido, o antigo conselheiro nacional reage com alguma amargura, mas diz que não foi maltratado pelo partido.
 
“Não fui maltratado pelo partido, fui maltratado pelas oligarquias que governam o partido e que não suportam que existam vozes dissonantes como a minha”, afirmou ao PÚBLICO o antigo presidente da Câmara de Cascais, referindo que o seu “destino no partido estava traçado, mesmo que tivesse toda a razão”.
 
Por unanimidade, o conselho de jurisdição Nncional do PSD aprovou esta terça-feira a expulsão de António Capucho, devido à sua candidatura à Assembleia Municipal de Sintra, integrada na lista de Marco Almeida, que depois de ver a sua candidatura recusada pela distrital nacional do PSD decidiu avançar como independente à presidência da Câmara de Sintra.
 
O nome de Marco Almeida, que foi vice-presidente de Fernando Seara, foi aprovado pela concelhia de Sintra para ser o candidato do PSD ao município de Sintra.
 
O seu processo de expulsão, sublinha Capucho, confirma o estado a que chegou o partido, que se “encontra cada vez mais afastado da matriz social-democrata e progressivamente mais enquistado à volta de um conjunto de oligarquias”.
 
Capucho pretende manter uma actividade cívica activa e continuará disponível para participar em iniciativas para as quais seja convidado de norte a sul do país.
 
De resto, revela que foi já convidado esta quarta-feira para participar na próxima semana na Associação 25 de Abril, nos Animados Almoços Ânimo, integrados nas comemorações do 40.º aniversário da Revolução dos Cravos.
 

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