Margarida Gomes - Público
Ex-secretário-geral
diz que o seu destino estava traçado por ser uma voz dissonante da actual
direcção do partido.
Foi sem surpresa
que António Capucho recebeu a notícia da sua expulsão do partido. Diz que não é
a primeira vez que o PSD expulsa militantes.
O antigo dirigente
nacional social-democrata declarou esta quarta-feira que a sua expulsão
só aconteceu porque a “actual direcção do PSD não suporta vozes
dissonantes” como a sua, que se insurgiu contra a escolha de Fernando Nobre
para presidente da Assembleia da República, mesmo antes de as eleições
legislativas de 2011 terem ocorrido. E também pelo facto de ter apoiado Paulo
Rangel contra Pedro Passos Coelho nas eleições para a liderança do partido.
Um dia depois de o
conselho de jurisdição nacional (CJN) ter aprovado a sua expulsão do partido, o
antigo conselheiro nacional reage com alguma amargura, mas diz que não foi
maltratado pelo partido.
“Não fui maltratado
pelo partido, fui maltratado pelas oligarquias que governam o partido e que não
suportam que existam vozes dissonantes como a minha”, afirmou ao PÚBLICO o
antigo presidente da Câmara de Cascais, referindo que o seu “destino no partido
estava traçado, mesmo que tivesse toda a razão”.
Por unanimidade, o
conselho de jurisdição Nncional do PSD aprovou esta terça-feira a expulsão de
António Capucho, devido à sua candidatura à Assembleia Municipal de Sintra,
integrada na lista de Marco Almeida, que depois de ver a sua candidatura
recusada pela distrital nacional do PSD decidiu avançar como independente à
presidência da Câmara de Sintra.
O nome de Marco
Almeida, que foi vice-presidente de Fernando Seara, foi aprovado pela concelhia
de Sintra para ser o candidato do PSD ao município de Sintra.
O seu processo de
expulsão, sublinha Capucho, confirma o estado a que chegou o partido, que se
“encontra cada vez mais afastado da matriz social-democrata e progressivamente
mais enquistado à volta de um conjunto de oligarquias”.
Capucho pretende
manter uma actividade cívica activa e continuará disponível para participar em
iniciativas para as quais seja convidado de norte a sul do país.
De resto, revela
que foi já convidado esta quarta-feira para participar na próxima semana na
Associação 25 de Abril, nos Animados Almoços Ânimo, integrados nas comemorações
do 40.º aniversário da Revolução dos Cravos.
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